64 PMs são presos em MT suspeitos de simularem confrontos

image_pdfimage_print

 (Foto: Ilustrativa Reprodução Iternet)

O comandante da PM de Santa Carmem, Evandro dos Santos; João Paulo Marçal de Assunção e Roberto Carlos Cesaro, foram os três policiais militares presos nesta quinta-feira (27), durante a ‘Operação Insídia’, que apura a execução e ocultação do cadáver de seis pessoas no município de União do Sul (649 quilômetros de Cuiabá). (A informação é do portal Olhar Direto)

Mais de 60 PMs são presos em MT suspeitos de simularem confrontos

Sessenta e quatro militares das mais variadas patentes da Polícia Militar de Mato Grosso foram presos em um único dia por supostamente integrarem um grupo de extermínio que executou 24 criminosos por meio de “simulação de confronto” na região metropolitana de Cuiabá nos últimos cinco anos.

Os policiais, que atuavam em batalhões de elite da capital, como Bope, Rotam e Força Tática, foram presos na operação Simulacrum, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual, que cumpriu 81 mandados de prisão e 34 de buscas e apreensão nesta quinta-feira (31). Entidades ligadas aos PMs afirmam que a ação foi abusiva e defendem a categoria.

Durante as prisões, vários carros da PM passaram em frente à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa em Cuiabá com as sirenes ligadas, em forma de protesto. Um policial civil também foi detido.

Entre os envolvidos está o capitão Ronaldo Reiners, que atuava como segurança do governador Mauro Mendes (União) e foi exonerado poucos dias antes da operação —a reportagem não conseguiu ouvir sua defesa. Também foram presos tenentes, subtenentes, sargentos, cabos e soldados.

A operação tem como base a colaboração premiada de um informante da própria PM, que atraía as vítimas que já tinham passagens pela polícia para supostos assaltos, onde o grupo de extermínio já estava esperando para as execuções.

O delator revela que inicialmente informava os militares para que os mesmos efetuassem a prisão dos criminosos, em troca de dinheiro ou celulares e bens que eram apreendidos na ação.

Porém, segundo o seu depoimento, depois de 2017 os militares começaram a mudar o modo de agir, por meio das execuções dos criminosos que eram atraídos pelo delator.

O objetivo era promover os militares que atuavam nos supostos confrontos e seus respectivos batalhões.

De acordo com as investigações, as vítimas eram selecionadas pelos militares no sistema de informações e checagens da Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Durante as investigações, a Polícia Civil informou que encontrou dificuldades para conseguir as informações “devido à postura apresentada pelo comando da Polícia Militar, com negativas de cunho protelatório, visando proteger os representados”.

Ao todo, foram seis inquéritos que apuraram seis supostos “confrontos” idênticos entre os anos de 2017 e 2020, resultando nas mortes de 24 pessoas.

Segundo a Promotoria, a própria Polícia Militar atrasava as investigações internas após o caso, além de obstruir o trabalho da perícia nos locais onde as execuções aconteceram.

Em um dos casos, em julho de 2020, os militares efetuaram mais de 200 disparos contra dois carros, sem que as viaturas recebessem um único tiro. Na ocasião, seis pessoas morreram durante a reação militar contra a “injusta agressão”. Dois conseguiram sobreviver.

Segundo o delator, os oito homens foram atraídos por ele para um suposto assalto na chácara de um político local. O informante ia em um carro na frente e os jovens que pensavam estarem indo para o assalto em outros dois, atrás —Corolla e Uno.

Os exames mostraram que o Corolla recebeu 115 tiros e o Uno, outros 82, “enquanto as viaturas do Bope não foram alvejadas por nenhum disparo”. Os policiais também alteraram a cena do crime, pois, dos quase 200 tiros, foram encontrados apenas 61 estojos de munição.

Também foram detectadas contradições nas versões apresentadas pelos militares nos interrogatórios. Segundo os sobreviventes, em nenhum momento foi dada ordem de parada, já que os policiais chegaram atirando.

Os oito rapazes também estavam com celulares na hora em que caíram na emboscada, porém nenhum foi apreendido e vinculado à ocorrência.

“Também há informação que na data dos fatos os referidos policiais militares acautelaram fuzis e grande quantidade de munições, apesar de estarem lotados no setor de inteligência do Bope”, diz trecho da decisão da juíza Mônica Perri Siqueira, da 12ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá.

Segundo a magistrada, os policiais devem ser presos, pois caso sigam em liberdade “continuarão influenciando na violação de vestígios e adulteração de provas”.

Durante o cumprimento das prisões, a Polícia Militar de Mato Grosso e a Associação de Cabos e Soldados da PM e Corpo de Bombeiros repudiaram a operação, alegando inversão de valores.

Por meio de nota, a corporação afirmou que os alvos da operação possuem boa reputação institucional e criticou a exposição considerada abusiva.

Já a associação classificou a investigação como um equívoco e justificou que as diligências visam apenas “apurar” as mortes registradas em ações policiais. A entidade também afirmou que colocou toda a sua equipe jurídica para defender os investigados.

O comandante da Polícia Militar de Mato Grosso, Jonildo José de Assis, defendeu os militares, alegando que todos estavam atuando em defesa da sociedade.

“O que estão fazendo com os nossos policiais é um absurdo. Eles estão sendo acusados de execuções, quando atuavam em defesa da sociedade e da própria vida”, afirmou o militar.

Ele foi exonerado nesta sexta (1º) para concorrer a uma vaga de deputado federal pelo União Brasil, mesmo partido do governador do Estado.

Já na sessão de quinta (31) da Assembleia Legislativa, o deputado Elizeu Nascimento (PL), que é policial militar, disse que as prisões atingem a saúde mental dos policiais e desmotivam o patrulhamento e a troca de tiros com criminosos.

Por:www1.folha.uol.com.br//Pablo Rodrigo

Jornal Folha do Progresso em 03/04/2022/07:37:57

Envie vídeos, fotos e sugestões de pauta para a redação do JFP (JORNAL FOLHA DO PROGRESSO) Telefones: WhatsApp (93) 98404 6835- (93) 98117 7649.
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br   e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com

 

%d blogueiros gostam disto: