A importância dos Rios Voadores e da Floresta Amazônica

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 A expressão Rios Voadores passou a ser mais conhecida do público brasileiro a partir de 2006 com o trabalho denominado “Projeto de aventura, pesquisa, divulgação e educação ambiental Rios Voadores”. Naquela época poucas pessoas tinham conhecimento sobre o significado e a importância desse fenômeno em suas vidas, principalmente os moradores das regiões centro-sul do país (entendidas popularmente como sudeste, sul e centro-oeste). Infelizmente, parece que esse nível de conhecimento teve pouca evolução até os dias atuais.
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Por se tratar de um fenômeno diretamente ligado ao clima e aos recursos hídricos, o tema em questão tem ficado restrito a fóruns de discussão muito específicos. No entanto, dada a sua alta relevância por abordar os deslocamentos de massas úmidas da região amazônica para a região centro-sul do país (daí a denominação de Rios Voadores), influenciando assim no regime de chuvas de boa parte do território nacional, torna-se imperativo conhecer sua origem.

A região amazônica é peculiar em relação à recepção das massas de ar provenientes do Oceano Atlântico. Uma vez sobre a floresta, essas massas se condensam e formam as chuvas torrenciais, típicas da região. Com a evapotranspiração intensa da floresta, incrementada pela temperatura elevada, são formadas massas úmidas em grandes quantidades que se deslocam seguindo a orientação norte-sul da Cordilheira dos Andes, que funciona como anteparo, até chegar aos estados da região centro-sul. Parte dessas massas também é exportada para o Caribe e o Oceano Pacífico, o que coloca a Floresta Amazônica em condição de grande importância mundial quanto à sua influência no regime de chuvas sobre uma grande extensão territorial da América Latina.

Periodicamente os fenômenos El Niño e La Ninã têm interferido nesse regime; porém, como são cíclicos, não se pode responsabilizá-los exclusivamente pelos desequilíbrios climáticos no Brasil.

Devemos pois, olhar para a Floresta Amazônica com outros olhos, além daqueles relacionados somente à preservação de sua biodiversidade, ou seja, ver a sua cobertura vegetal densa e uniforme como um mecanismo que funciona, de fato, como uma bomba d’água, ou seja, absorve e também libera muita água. Estudos recentes têm mostrado também que a floresta, dada sua alta densidade de cobertura e grande extensão territorial, bloqueia a formação de ventos fortes, evitando surgimento de grandes tempestades em forma de furacões.

Diante do exposto, a Floresta Amazônica deve, antes de tudo, ser compreendida como a controladora do regime climático das regiões mais densamente povoadas do Brasil. Sem a floresta, praticamente todo o país teria um clima semiárido, com chuvas escassas, raramente mais intensas porém associadas a temporais; tal cenário certamente seria catastrófico para um grande contingente populacional, o que tornaria o país bastante vulnerável às ações do clima. Mais recentemente, a natureza deu um grande alerta no período 2014-2015, quando a seca persistente, com a consequente escassez de água, castigou porção considerável da região centro-sul do país, principalmente o sudeste e parte do sul.

Fonte: EcoDebate.
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