Além de orações, madrasta suspeita de envenenamento à enteada consolou mãe oferecendo guarida e comida: ‘Tem feijão fresquinho’

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Cíntia Mariano: solícita e oferecendo feijão fresquinho — Foto: Reprodução

Em conversa obtida pela TV Globo, Cíntia Mariano aparece solícita com Jane Carvalho, mãe de Fernanda, que morreu no dia 27 de março. No dia 15 de maio, Bruno Carvalho, irmão da jovem, também teria sido intoxicado.

Investigações sobre Cíntia Mariano, a madrasta suspeita de envenenar os dois enteados no Rio, mostram como ela pode ter agido de forma fria e até premeditada.

Logo após a morte de Fernanda Cabral, de 22 anos, além de orações em uma rede social, a madrasta também ajudou a consolar a mãe da jovem oferecendo local com companhia para ela dormir e comida.

Pelo menos é o que mostra uma conversa obtida pela TV Globo e que colocaria Cíntia acima de qualquer suspeita.

“Se quiser, pode vir pra cá, tá?”, diz Cíntia em uma troca de mensagens pelo Whatsapp.

“Tá bom, meu amor. Qualquer coisa, também estou aqui”, responde Jane Carvalho, mãe de Fernanda, no dia 1º de abril – cinco dias após a morte da filha.

“Tem carne assada com salada de agrião. Levo aí para você”, diz Cíntia.

“Não, obrigada. Quase não estou comendo”, diz Jane.

“Tem feijão fresquinho. Tem que comer, Jane”, responde Cíntia.

zap feijãoConversa entre Cíntia Mariano, a madrasta, e Jane Carvalho, a mãe dos jovens Bruno e Fernanda, que foram intoxicados — Foto: Reprodução/TV Globo

Intoxicação do outro filho levantou suspeitas

A conversa seria comum e prosaica se não fosse Bruno Carvalho, o outro filho de Jane, passar mal dois meses após a morte da irmã, com os mesmos sintomas que ela e após um almoço com um feijão amargo na casa da madrasta.

A coincidência levantou suspeitas, gerou registro de ocorrência e investigação na 33ª DP, em Realengo.

Cíntia Mariano foi presa, teve sua prisão temporária de 30 dias confirmada pela Justiça e espera as investigações sobre o caso se desenvolverem.

Em um primeiro momento, o delegado trabalha com o depoimento de Bruno, que contou sobre o tal feijão amargo e com pedrinhas azuis na casa de Cíntia, com a fala de um filho biológico dela, que disse que a mãe confessou ter envenenado os enteados. Além dos relatos de Jane e Adeilson, o pai dos jovens, que consideraram o comportamento da madrasta suspeito.

A polícia também analisou o feijão da casa de Cíntia, cujo resultado não apontou nenhuma substância tóxica, mas não considera isso conclusivo, já que esse feijão pode ser diferente do que Bruno comeu.

O delegado Flávio Rodrigues também pediu a análise de um remédio antipulgas encontrado na casa. Ele ainda vai se debruçar sobre o prontuário médico de Fernanda Cabral, com mais de 170 páginas, e espera interrogar os médicos que atenderam a jovem nos próximos dias.

Uma exumação do corpo de Fernanda, que teve a morte atestada por causas naturais na época, também deve acontecer em breve.

jovemFernanda Cabral: morte da jovem está sob suspeitas de envenenamento — Foto: Reprodução/Redes sociais

Suspeita de envenenamento

As suspeitas sobre a morte de Fernanda Cabral no dia 27 de março – cuja morte foi atestada como sendo por causas naturais – , só surgiram quando o irmão dela, Bruno, de 16 anos, começou a passar mal depois de um almoço na casa da madrasta, no dia 15 de maio.

No local, ele reclamou de ter recebido um feijão amargo e com algumas pedrinhas azuis. Em casa, com mãe, e já se sentindo mal, reclamou e falou sobre o alimento.

No hospital, Bruno foi submetido a uma lavagem estomacal e a um exame de sangue que detectou níveis altos de chumbo em seu sangue.

Com a suspeita de que os filhos foram envenenados, Jane Carvalho Cabral, mãe dos jovens, registrou queixa na 33ª DP, em Realengo, que iniciou buscas na casa da madrasta.

“Ele já veio de lá com uma ansiedade, bem preocupado e achando que tinha acontecido algo estranho porque quando reclamou do feijão amargo de pedrinhas azuis, ela arrancou o prato da mão dele, colocando mais feijão e entregando pra ele depois. Quando ele veio pra cá, veio perguntando como fazia pra vomitar. Mais ou menos uns 40 minutos depois, começou todo o desespero que foi o que a Fernanda sentiu. Na mesma hora eu imaginei que o gosto amargo desse feijão poderia ser o suposto veneno”, contou a mãe dos jovens.

Madrasta tentou se matar

Com a denúncia do caso, investigadores foram até a casa de Cíntia e recolheram o feijão para análise, mas antes do resultado do exame, na quinta-feira (19), a madrasta tentou se matar.

Ela foi levada para o hospital, se recuperou e, na sexta-feira (20), foi levada para a 33ª DP para prestar depoimento, quando teve sua prisão decretada.

A análise do feijão não encontrou substâncias tóxicas, mas polícia não tem confirmação se é a mesma comida ingerida pela vítima.

“A prisão temporária de 30 dias foi decretada por homicídio tentado, qualificado, com emprego de veneno. Tudo leva a crer que a motivação seria ciúmes do relacionamento do marido com os filhos naturais”, disse o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP.

Madrasta teria confessado crime ao filho

Na delegacia, Cíntia se manteve em silêncio, seguindo orientações do advogado. Mas em outro depoimento, um filho biológico de Cíntia contou à polícia que a mãe confessou ter envenenado Fernanda e Bruno com chumbinho, que é veneno usado para matar ratos.

“Uma mulher dessas não pode nem ser chamada de ser humano, isso é um monstro. Essa pessoa entrou na nossa vida quando meu filho tinha 4 anos de idade. Fazer isso com a irmã e depois fazer com meu filho, isso não é um ser humano, não é um ser humano”, disse Jane Cabral, mãe dos jovens.

O advogado Carlos Augusto Santos, que representa a suspeita de envenenar os dois enteados com chumbinho no feijão, num intervalo de dois meses, disse que sua cliente se “declara inocente” e que “em nenhum momento informou ou confirmou o fato”.

Jornal Folha do Progresso em 24/05/2022/

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