Amazônia: desmatamento cresce 29%

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A volta do crescimento do desmatamento na Amazônia – 29% em 2016, com perda de 7.989Km², mais de cinco vezes a área da cidade de São Paulo -, está profundamente relacionada às mudanças no Código Florestal em 2012, dizem ambientalistas. O Brasil está comprometido por lei a reduzir a derrubada da floresta amazônica em 80% em relação à média do período entre 1996 e 2005. Os números de desmatamento hoje são praticamente o dobro daqueles que o Brasil precisa ter daqui a 4 anos.

“Os números falam por si. A taxa oficial de desmatamento do governo mostra uma alta de 75% desde que as mudanças do Código Florestal foram aprovadas”, diz Antônio Fonseca, um dos responsáveis pelo boletim de desmatamento do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia).

A principal queixa dos especialistas em relação ao Código Florestal foi a anistia para quem desmatou até 2008. “Essa decisão passa a mensagem de que desmatar compensa. Porque, assim como houve essa anistia, provavelmente virão outras”, diz Carlos Rittl, secretário-executivo do OC (Observatório do Clima), que reúne 40 organizações ligadas a preservação ambiental.

Segundo dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), em 2012 o desmatamento na Amazônia atingiu seu mínimo histórico, com 4.571Km² de área destruída. A aprovação do Código Florestal, no fim daquele ano, coincide com a inversão da trajetória de queda. Em 2013, já houve alta de 20%.

O impacto fica evidente quando se compara a área total destruída, que teve alta de 74,8% desde a aprovação das novas regras. Além da perda das questões ambientais, o desmatamento na Amazônia pode comprometer também os compromissos de redução de emissão de gases estufa do Brasil. A perda de cobertura florestal é a principal fonte das emissões do território brasileiro.

MAPA

Os especialistas em conservação afirmam que também há outros fatores envolvidos no crescimento da derrubada. Um deles é o chamado desmatamento especulativo, no qual grandes áreas de floresta são destruídas – em geral substituídas por pastos -com a única função de sinalizar uma ocupação, visando algum benefício futuro com aquele terreno.

Os ambientalistas veem medidas recentes como um sopro de esperança. Uma delas é a implementação e divulgação pública dos dados do CAR (Cadastro Ambiental Rural), cuja implementação sofreu uma série de atrasos. O CAR é uma espécie de mapa das propriedades rurais do Brasil, com informações dos terrenos – áreas de nascente, florestas e pontos desmatados. A plataforma permitirá que o governo compare o estado das ocupações e eventuais irregularidades. Estima-se que 99% dos imóveis rurais passíveis de cadastramento já estejam na base de dados.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

O MMA (Ministério do Meio Ambiente) diz que a alta do desmatamento teve outras razões, como a instabilidade política e a crise econômica. A situação teria “gerado para alguns a sensação de ausência do Estado e de impunidade”, afirma a pasta, em nota. Para o órgão, o Código Florestal, “traz oportunidades de recuperar passivos ambientais e mecanismos de incentivos para a restauração de áreas de preservação permanente e o uso econômico sustentável da reserva legal”. O MMA diz, ainda, que está confiante que já em 2017 possamos ver uma queda forte na taxa de desmatamento.

(FolhaPress)

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