Anitta usa tranças e, de novo, comete apropriação cultural

image_pdfimage_print

“Anitta se achando a negona com essas tranças”, escreveu uma pessoa  

A cantora Anitta gravou cenas para o seu novo clipe, “Vai, malandra”, no último dia 20, no Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro.

Só que, novamente, ela resolveu brincar de ser negra, colocando tranças e se apropriando deste elemento cultural tradicionalmente negro.

Leia também: 7 casos de apropriação cultural que mostram a importância do tema

Muita gente se indignou não apenas com a apropriação, mas também com a ausência de discussão sobre o caso:

Eu to ainda pensando no meu textinho sobre a anitta gravando clip no vidigal com tranças. Mais um vez pagando vale e o pessoal enaltecendo

— Ana Sofia (@ahsofia) August 21, 2017

oi bom dia eu queria uma informacao:
ta td mundo ignorando as tranças da anitta?

— carolaina (@carolinafrntz) August 21, 2017

segunda-feira, 10 da manhã, e eu já tô tentando fingir (e falhando) que anitta de box braids não é apropriação e não me deixa pistola.

— Stormborn (@videkiddo) August 21, 2017

O caso se assemelha a muitos outros, especialmente ao da atriz Isabella Santoni, que também apareceu de tranças.

“Muito fácil ter ‘estilo afro’ sendo branca e nunca ter que passar por todos os preconceitos sociais que pessoas negras passam por assumir o mesmo estilo”, escreveu uma internauta na época.

Como já noticiamos naquele momento, enquanto mulheres brancas utilizam tranças apenas como adereço fashion, as negras têm questões de tradição e autoestima relacionadas às tranças. E não raro, as mulheres negras enfrentam resistência em determinados espaços,

Em outro caso emblemático, uma funcionária de uma agência de marketing foi humilhada por causa das tranças e demitida após denunciar o caso.

“Então eu disse: ‘Você pode falar do meu trabalho, mas não fale da minha cultura. Porque o fato é: uma mulher preta, usando trança, usando afro, não é somente um penteado, é cultura. O meu cabelo é de trança, é assim que se faz na minha cultura, na minha família, com meus amigos… as mulheres usam trança. Eu não tenho que me submeter a essa cultura branca invisível que há no escritório”, afirmou a funcionária para a revista Fórum.

“É totalmente diferente ser branco – ou passar como branco – e usar um turbante/dread, e ser negro usando as mesmas coisas; os olhares são outros, exatamente porque quando usado pelo protagonista daquela tradição, o símbolo ganha outro significado, ele é político, de resistência e empoderamento”, escreveu a ativista Stephanie Ribeiro sobre apropriação cultural.

Procurada, a assessoria de imprensa de Anitta não se pronunciou até o fechamento deste texto.

Fonte: CATRACA LIVRE.
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro)   E-mail:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

%d blogueiros gostam disto: