Anúncio de boicote ao couro nacional deve acionar alerta, diz economista paraense

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China importou US$ 12,4 milhões de dólares de couro do Estado do Pará (Foto:REUTERS/David Gray)

Após ameaça e recuo, setor acredita que não haverá prejuízo para o Estado

Fabricantes de artigos de couro voltaram atrás após alerta de suspensão de exportações do produto vindo do Brasil em razão das queimadas na região amazônica, informou o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Apesar de o boicote não ter sido concretizado, as empresas estão enviando mais questionamentos sobre o trato dos animais, afirma o Centro. A polêmica divide opiniões de empresários e economistas do Pará sobre como os produtores locais podem ser prejudicados.

A CICB, que representa os produtores de couro no país, enviou uma carta na terça-feira, 27, ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, informando que pelo menos 18 marcas de roupas e calçados internacionais, como Timberland, Kipling, Vans e The North Face, solicitaram a suspensão de compras. No entanto, a confirmação da ameaça foi negada na quarta-feira, e, segundo a associação, os “fornecimentos e exportações continuam normais”.

A coordenadora do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) informa que no primeiro semestre deste ano, a China importou US$ 12,4 milhões de dólares de couro do Estado do Pará.  “Portanto, acreditamos que o boicote anunciado por 18 marcas internacionais ao couro produzido no Brasil, não impactaria as exportações no Estado, uma vez que o principal comprador dos produtos oriundos do Pará é a China, um cliente tradicional que hoje responde por 65% das exportações gerais do Estado”, assegura.

O economista Marcus Holanda, conselheiro do Conselho Regional de Economia de Pará e Amapá (Corecon-PA/PA), por outro lado, entende que o anúncio das fábricas de roupas e calçados deve, sim, preocupar os empresários e que, ainda, os rivais comerciais utilizam as notícias de desmatamento como forma de ganhar mais compradores. “A imagem negativa que está sendo feito nos mercados consumidores de produtos da Amazônia tem repercutido muito mal para o mercado do Pará. São criadas falácias e situações reais de embargo que são potencializadas, principalmente, pelos mercados internacionais concorrentes”, aponta.

Segundo Holanda, não é “fake news” a desconfiança de que as queimadas podem prejudicar as vendas do empresariado. “Isso, de fato, já está acontecendo com o mercado de couro. Nós somos exportadores de couro tipo Wet Blue, que é um tipo específico muito comprado e que o mercado exterior agrega muito valor”, afirma.

O empresário do ramo de exportações Fernando Coelho, após os compradores de couro terem voltado atrás na intenção de romper as relações comerciais com o Brasil, acredita que nenhuma alteração negativa foi feita. “Pelo contrário. De acordo com o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), as vendas aumentaram. Trabalho com vários tipos de produto, inclusive com pessoas do ramo do couro, e não tenho escutado notícias de que as vendas estão diminuindo”, relata. Segundo a CICB, em nota, a não alteração do mercado é resultado do “trabalho de sensibilização intenso que as empresas têm feito junto a seus clientes”.

O Wet Blue, tipo de couro mais exportado pelo Pará, é o material em sua fase inicial de produção, resultado do curtimento ao cromo do couro salgado ou verde. Ele é chamado de wet-blue devido ao aspecto úmido e azulado do couro após o processo.

Fonte:Redação Integrada de O Liberal

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