Arte das mulheres Kayapó é apresentada em mostra na capital paraense

A exposição Menire é inédita fora de Brasília, onde estava exposta (Foto:Divulgação)

‘Menire: a mulher kayapó e seu trabalho’ será aberta nesta quinta, 2, no Espaço São José Liberto

O brutal assassinato de uma líder dos povos originários da Bolívia transformou o 5 de setembro no Dia Internacional da Mulher Indígena e para marcar a data Belém recebe, a partir desta quinta-feira, 2, a exposição “Menire: a mulher kayapó e seu trabalho”.

É a primeira vez que a exposição deixa Brasília, onde está desde 2019, e se instala em uma capital. “Na verdade, a exposição nasceu no Pará, nos territórios Baú e Mekrãgnoti, veio para Brasília, porque temos (os Kayapó) uma loja na cidade… Essa ida para Belém deveria ter sido o primeiro passo, queríamos muito trazer a exposição para o estado de origem de todo o trabalho, e agora com o apoio da Secult, Sedeme e Igama foi possível”, explica Cleber Oliveira de Araújo, coordenador de Alternativas Econômicas Sustentáveis do Instituto Kabu,que destaca, também, a articulação do vice presidente do Instituto Kabu Mydjere Kayapó, responsável por conseguir esse apoio.

“Menire”, é como as mulheres kayapó se identificam e, quase sempre, a denominação vem seguida de adjetivos como fortes, trabalhadoras e belas, características que marcam essas mulheres desde a o nascimento até o momento em que, por conta da idade avançada, se afastam do trabalho duro e passam a transmitir informações e conhecimentos aos mais jovens.

idigenas3Mostra apresenta trabalhos manuais produzidos pelas indígenas (Foto:Divulgação)

Donas de um senso estético apuradíssimo, as mulheres kayapó transformam em arte desde o mais simples cesto trançado com palha para coletar os alimentos, até as  finas linhas, feitas com tintura de jenipapo, que se tornam intrigantes estampas de tecido ou da própria pele.

Na língua kayapó pintura é ôk e todas as mulheres aprendem, ainda crianças, essa arte que pode ser feita no corpo inteiro ou em partes específicas, como braços, pernas e rosto.  E cada pintura, inspirada em elementos da fauna e da flora, presentes na rotina das tribos, tem seu próprio significado.

Mas a manualidade das mulheres kayapó também transforma miçangas em adornos coloridos que enchem os olhos pela beleza e colorido das peças. São colares, pulseiras,brincos, trabalho cuidadoso que pode levar de um a cinco dias para finalizar cada peça.

 

 indigenas5A exposição Menire marca o Dia Nacional da Mulher Indígena (Foto:Divulgação)

“Nossa arte é comercializada em Nova York, França, São Paulo, Brasília, Bahia, Rio de Janeiros e muitas outras cidades onde tivemos a alegria de visitar e participar com exposições e comercialização da produção artística e alimentar Kayapó. Agora chegamos a Belém, nossa capital, é uma alegria enorme o espaço e o apoio que estamos recebendo. Expor no Pará é, sem dúvida, muito importante e representativo para os Kayapó, somos bastante conhecidos em diversas capitais, mas não tínhamos a oportunidade dentro do próprio estado, faltava diálogo e aproximação”, explica o coordenadoor do Instituto Kabu.

O evento vai possibilitar, de forma concreta, a comercialização de produtos da sociobiodiversidade Kayapó, classificada em diversos artesanatos confeccionados em materiais bio, como cipó, madeira, fibras e outros tipos naturais, além de produtos coletados na floresta, como castanha, cumaru e babaçu, pelas mulheres Kayapó.

“O Governo do Estado está possibilitando, além do fomento ao desenvolvimento sustentável,o fomento de fortalecimento das atividades produtivas, mas a exposição tem outra importância enorme que é possibilitar a democratização das narrativas, da história, imagens e objetos que possam aproximar os não indígenas do universo sociocultural kayapó”, pontua Rosa Neves, diretora-executiva presidente do Igama.

 indigenas5Beleza dos trabalhos criados pelas índias Kayapó é destaque em exposição (Foto:Divulgação)

Menire chega ao Pará na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher Indígena e logo após uma série de manifestações que levaram milhares de indígenas de todo o país até Brasília para lutar conta o Marco Temporal, marcando a luta política desses povos contra o extermínio fisico e cultural, que passa pela negativa dos direitos ao território.

“A exposição é um momento oportuno, para sensibilizar, informar e até, quem sabe, educar os não indígenas e chamar a atenção para beleza, para as contribuições sociais e econômicas oferecidas pelos Kayapó à sociedade. Não podemos esquecer dos serviços ambientais prestados gratuitamente, com a preservação de rios, flora, fauna e atentar para que, se a biodiversidade em nosso estado e país está parcialmente protegida é porque existe um povo e um território indígena demarcado”, afirma Cleber Araújo.

Agende-se:

Exposição “Menire: A Mulher Kayapó e o seu trabalho”
Abertura: quinta-feira, 2, às 18h
Local: Casa do Artesão/Espaço São José Liberto

Por:O Liberal

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