Bolsonaro diz que primeira-dama se vacinou nos EUA; políticos e infectologistas veem desrespeito ao SUS

(Foto:Reprodução) – Michelle estava na comitiva presidencial que foi a Nova York para a Assembleia da ONU. Ela tem 39 anos, e, em Brasília, pessoas dessa idade começaram a se vacinar no dia 23 de julho.

O presidente Jair Bolsonaro surpreendeu os brasileiros, nesta sexta-feira (24), ao revelar que Michele Bolsonaro escolheu tomar vacina contra Covid nos Estados Unidos.

Políticos e profissionais de saúde lamentaram e criticaram a atitude da primeira-dama – que viram como um desrespeito aos SUS, aos profissionais de saúde e a todos os cidadãos brasileiros.

Michelle estava na comitiva presidencial que foi a Nova York para a Assembleia da ONU. Teve agendas particulares, circulou pela cidade, onde, em lugares fechados há exigência de passaporte sanitário, o comprovante de vacinação.

Em uma entrevista à revista “Veja”, o presidente Jair Bolsonaro disse que a primeira-dama decidiu tomar a vacina contra Covid nos Estados Unidos.

Michelle Bolsonaro tem 39 anos. Em Brasília, pessoas dessa idade começaram a se vacinar no dia 23 de julho. Entre os especialistas e os políticos, a revelação do presidente Bolsonaro, de que a primeira-dama optou tomar a vacina fora do Brasil, gerou indignação e muitas críticas.

A cúpula da CPI da Covid destacou que a atitude dela desvaloriza a saúde pública brasileira.

“Essa cena da primeira-dama se vacinando nos Estados Unidos é lamentável. O Brasil não merece isso. Desvaloriza a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, desvaloriza o esforço de milhares de cientistas, de milhares de profissionais da saúde por todo país. Lamentável e triste”, disse o vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues, Rede-AP.

“Primeiro ela está de parabéns por ter se vacinado, a vacina salva. Faz a coisa correta. Isso é nota 10. Agora, nota zero porque a vacina que é aplicada nos Estados Unidos é a mesma que é aplicada aqui no Brasil. Então, ela poderia aqui ter se vacinado, mostrado aos brasileiros ela se vacinando para dar um bom exemplo aos brasileiros e aí, sim, veríamos o patriotismo de verdade, não patriotismo da boca para fora”, afirmou o presidente da CPI da Covid, Omaz Aziz, PSD-AM.

O infectologista Jamal Suleiman considera que ao se vacinar nos Estados Unidos, Michelle Bolsonaro desrespeitou o PNI.

“O Programa Nacional de Imunização foi instituído no país em 19873. E, desde então, com base nos maiores programas de imunização do mundo, nós nós conseguimos reduzir substancialmente a transmissão de várias doenças infecciosas. O que incluiu a redução muito importante da mortalidade de pessoas. Fundamentalmente em crianças e adolescentes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária tem responsabilidade na aprovação desses produtos, de tal forma que garantam a segurança e a eficácia para o povo brasileiro. A vacina aplicada neste país não só é eficaz como efetiva. Os números, para quem ainda tinha alguma dúvida, os números têm apontado nessa direção e é fundamental que, com base no processo de imunização, a gente retome a nossa normalidade”, disse.

O coordenador do Estudo Epidemiológico sobre o Coronavírus no Brasil, o epidemiologista Pedro Hallal, disse que, ao optar por se vacinar nos Estados Unidos, a primeira-dama mandou uma mensagem de falta de confiança nas vacinas que o próprio governo compra para os brasileiros.

“É um duplo desrespeito, é um desrespeito com os brasileiros e com os profissionais de saúde por não confiar na vacinação, no plano de vacinação do Brasil e também é um desrespeito com as outras pessoas que desde julho tiveram que conviver com a primeira-dama não vacinada enquanto ela poderia já estar vacinada. Fica o aviso a toda à população, assim que chegar a vez de vocês vão se vacinar, tomem as duas doses, no caso da vacina ter duas doses ou tomem a dose de reforço, no caso da terceira dose, exatamente porque, cada dia que a gente perde para se vacinar, mais a gente coloca as outras pessoas em risco”, afirmou Pedro Hallal.

Já era noite quando o Palácio do Planalto se manifestou sobre as perguntas que o Jornal Nacional enviou.

Segundo a assessoria, Michele Bolsonaro teve que fazer exame PCR antes de embarcar de volta para o Brasil. E aceitou a vacina que lhe foi oferecida na ocasião.

A assessoria declarou que Michele Bolsonaro reitera a admiração e o respeito pelo SUS e, em especial, pelos profissionais da área, que se dedicam incansavelmente ao cuidado da saúde e do povo.

Por Jornal Nacional
24/09/2021 21h14

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