Bolsonaro tem até esta sexta (22) para depor à PF sobre coação ao STF e tentativa de fuga

Foto:Reprodução | A oitiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, após receber o relatório da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente e o deputado Eduardo Bolsonaro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro tem até esta sexta-feira (22) para depor à Polícia Federal sobre a coação ao STF e tentativa de fuga para a Argentina. A oitiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, após receber o relatório da Polícia Federal que indiciou o ex-presidente e o deputado Eduardo Bolsonaro.

O ministro também deu 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o indiciamento. No despacho, Moraes destacou que Bolsonaro precisa prestar esclarecimentos sobre o descumprimento de medidas cautelares; a reiteração de condutas ilícitas e o risco de fuga.

A Polícia Federal afirma que o ex-presidente guardava no celular um pedido de asilo político direcionado ao presidente da Argentina, Javier Milei, alegando perseguição no Brasil.

Apontado como chefe das articulações para tentar coagir ministros do STF a suspender a ação penal contra Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia teve o celular e o passaporte apreendidos ao desembarcar no Rio de Janeiro. A troca de mensagens mostra que Malafaia orientou Bolsonaro como atuar diante da pressão dos Estados Unidos ao Brasil em defesa do ex-presidente.

Num dos áudios, o religioso sugere que Bolsonaro finja que é contra as sanções econômicas ao Brasil e a autoridades do STF:

‘A carta é toda sobre você. Esse cara fez uma coisa pra botar uma bola quicando pra você. Até ele lá. Eu conversei ontem com quem tá lá e com quem fala com o assessor de Donald Trump todo dia. Eu quero ver uma reação de Bolsonaro e dos outros. Claro que você não vai arrumar briga com o STF, mas você pode até colocar isso. Nós não queremos ver o Donald Trump com sanções sobre ministros e suas famílias’.

‘Tem que tirar de Lula, ele sabe jogar nisso, presidente, ele dobra aposta. Só quem pode parar Lula é o STF e trazer à baila a questão da anistia. Você pode se colocar, sim, e deve. Olha, minha gente, a questão da tarifa de Donald Trump não tem a ver com a economia, tem a ver com liberdade e justiça. Eu não quero ver retaliações sobre ministros do STF e suas famílias. Eu não quero ver isso. É só resolver a questão da anistia que isso acaba’.

Cobrado por Malafaia, o ex-presidente Jair Bolsonaro confirmou que já estava condicionando as negociações sobre o tarifaço à anistia:

‘O que eu mais tenho feito, Malafaia, é conversar com pessoas mais acertadas, assim dizer, no tocante, que se não começar votando a anistia, não tem negociação sobre tarifa. Não adianta um ou outro governador querer ir para os Estados Unidos, ir para embaixada, seja onde quer que ele vá, tentar sensibilizar, não vai conseguir, da minha parte. Agora eu não posso também expor, como você quer que eu me exponha, que daí não resolve nada. Se eu der uma de machão agora, não resolve nada. Eu tenho meus contatos, não falo com ninguém. Resolveu a anistia? Resolveu tudo. Não resolveu? Já era’.

As mensagens e áudios estavam nos celulares de Bolsonaro, apreendidos pela Polícia Federal. O material tinha sido apagado, mas foi recuperado pelos peritos da Polícia Federal. O conteúdo evidencia que a real intenção de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos era salvar o pai – e não anistiar a todos os condenados pela tentativa de golpe em 8 de janeiro.

Uma das conversas recuperadas é do dia 7 de julho, quando Bolsonaro ainda não usava tornozeleira eletrônica. Nesse dia, o presidente americano Donald Trump criticou em uma rede social o processo contra Bolsonaro.

Na mensagem de texto, Eduardo afirma: “se a anistia light passar, a última ajuda vinda dos Estados Unidos terá sido o post do Trump. Temos que decidir entre ajudar o Brasil, brecar o STF e resgatar a democracia ou enviar o pessoal que esteve num protesto que evoluiu para uma baderna para casa num semiaberto. Neste cenário você não teria mais amparo dos Estados Unidos”.

A Polícia Federal também identificou que, um dia antes de depor sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, o ex-presidente transferiu 2 milhões de reais para a conta da mulher, Michelle. O repasse foi omitido durante o depoimento.

Segundo as investigações, Eduardo Bolsonaro usou a conta bancária da mulher, Heloísa, para esconder o dinheiro doado pelo pai e evitar que o valor fosse bloqueado.

Apesar do alinhamento com o deputado Eduardo Bolsonaro pelas sanções ao Brasil e a autoridades brasileiras, o pastor Silas Malafaia chega a xingar o filho do ex-presidente numa das mensagens:

‘Agora, agora, presidente, a boa. Dá parabéns ao Flávio, pô. Falou certo, cacete. Na CNN, na Globo News, eu não sou a favor da taxação, não, mas tem que sentar para conversar sobre anistia. Tudo a carta do Trump é para você. Toda arrombada que o Trump deu no mundo é sobre economia. Com o Brasil é sobre você, cara. A faca e o queijo está na tua mão, cacete. E nós não podemos perder isso, pô’.

‘E vem o, vem teu filho babaca falar merda, dando discurso nacionalista, que eu sei que você não é a favor disso. Dei-lhe um esporro, cara. Mandei um áudio para ele de arrombar. E disse para ele: a próxima que tu fizer, eu gravo um vídeo e te arrebento. Falei para o Eduardo. Vá para o meio de um cacete, porra. O cara está sendo contra você, essa fogueira de merda de vaidade. A faca e o queijo está contigo, Deus está contigo, compadre. Eles estão é ferrado, vão ter que sentar no colinho, tá? Essa que é a verdade. Um abraço’.

As mensagens mostram que o deputado Eduardo Bolsonaro também xingou o pai após ter sido chamado de imaturo. O parlamentar chamou o ex-presidente de ingrato, acompanhado de vários palavrões, e reclamou do apoio ao governador Tarcísio.

O pastor Silas Malafaia também repreendeu Bolsonaro por criticar o filho e defender o governador de São Paulo:

‘Não aceite falar em qualquer veículo, me desculpa, quatro e meia da tarde, nessa porcaria desses caras. Agora, presidente, você me desculpa, você podia até defender Tarcísio, porque foi você que mandou Tarcísio ir na embaixada falar com o Gilmar. Agora, você queimar seu garoto, aí não, vai me desculpar. E olha que eu bato, eu mando mensagem para Eduardo batendo nele. Isso é um erro estratégico, de alto grau. Você não tinha que bater no rapaz’.

‘Olha o trabalho que o cara está fazendo, você podia até, é um direito seu, eu nem questiono, você podia até defender o Tarcísio, legal. Agora, você batendo no teu filho, que está fazendo um trabalho junto a autoridades, falando com os principais assessores de Donald Trump, conseguindo produzir isso tudo aí que o Trump está fazendo, aí você errou, mas errou feio’.

Além de ter o passaporte e o celular apreendidos no Rio de Janeiro, o pastor Silas Malafaia está proibido de manter contato com o deputado Eduardo Bolsonaro e o ex-presidente.

Após ter sido abordado pela Polícia Federal, o pastor voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes:

‘Aprender meu passaporte, eu não sou bandido. Aprender meu telefone, vai descobrir o quê? Ainda dei a senha, que eu não tenho medo de nada. Conversa, conversa com Bolsonaro, eu estou proibido de falar com eles e não posso falar o que é, porque eu estou proibido. Converso com amigos, eu tenho conversa de amigo e conversas particulares não interessam a ninguém’.

Que país é esse? Que vaza conversa as minhas particulares, como se eu instruísse Eduardo, olha, faz assim, ou faz assado. Quem sou eu? A posição de Eduardo é dele. É uma vergonha. Que país é esse? Que democracia é essa? Eu não vou me calar, vai ter que me prender para me calar’.

Nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro negou ter atuado nos Estados Unidos para interferir em processos no Brasil e disse que as conversas foram normais.

 

Fonte: CBN/Jornal Folha do Progresso e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 21/08/2025/07:00:23

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