Brasil registra 43 notificações por intoxicação por metanol após consumo de bebidas

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Metanol — Foto: Adobe Stock | O Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para monitorar os casos.

Brasil registrou 43 notificações por intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Dessas, 39 são em São Paulo, com 10 casos confirmados e 29 em investigação e 4 casos em investigação em Pernambuco. O Ministério da Saúde instalou uma sala de situação para monitorar os casos.

Até agora, foram descartadas quatro suspeitas e confirmada uma morte em São Paulo, enquanto outros sete casos seguem em investigação, cinco em São Paulo e dois em Pernambuco. O total de casos registrados entre agosto até hoje acende um sinal de alerta para possível adulteração de bebidas alcoólicas. Isso porque, até então, o Brasil contabilizava 20 casos de intoxicação por metanol ao longo de todo um ano.

A investigação dos casos em São Paulo está sendo conduzida pela Polícia Federal.

Metanol em bebidas alcoólicas: vinho e cerveja também oferecem risco?

Como o metanol pode estar presente em bebidas que deveriam ser seguras para o consumo?

Segundo o professor Thiago Correra, do Instituto de Química da USP, o metanol pode sim ser gerado naturalmente durante o processo de fermentação, especialmente a partir da degradação de pectina, um composto presente na casca de frutas.

  “O metanol pode ser gerado por fermentação principalmente de cascas de frutas, como uva a partir da pectina, mas é gerado em baixas quantidades e dentro de limites que são seguros. Por isso, o vinho não é um problema. Os destilados estão mais susceptíveis à essa contaminação por metanol pois o processo de destilação acaba concentrando as espécies mais voláteis como alcool e metanol.”

O docente explicou que, quando a destilação é feita de forma correta, a parte rica em metanol é descartada e não chega ao produto final. Já bebidas destiladas clandestinas podem conter a substância devido a falhas no processo de destilação.

  “Por isso bebidas destiladas de origem clandestina podem ter metanol. O processo de destilação pode não ser bem feito.”

Vinho e cerveja oferecem risco?

Muitos consumidores se perguntam se a cerveja e o vinho também podem representar risco. No entanto, o químico esclarece que as bebidas são mais seguras nesse aspecto.

No caso do vinho, a presença de metanol pode ocorrer de forma natural durante a fermentação, especialmente devido às cascas de frutas como a uva. Contudo, essas quantidades costumam ser muito baixas.

Quanto à cerveja, a formação de metanol não é comum, pois sua matéria-prima, a cevada, normalmente não gera essa substância.

  “A cerveja não é destilada. E também tem o fato que durante a fermentação do matéria-prima da cerveja, principalmente a cevada, não é comum a formação de metanol.”

Ou seja, as bebidas que mais apresentam risco de conter metanol em níveis perigosos são os destilados, como cachaça, aguardente e whisky, especialmente quando fabricados de maneira clandestina.

O professor Thiago Correra ainda destaca que o consumidor não tem como saber se a bebida está contaminada, por isso a importância de ter atenção redobrada na escolha do fornecedor.

Principais sintomas da intoxicação por metanol:

Alterações de consciência;
Tontura;
Vômito;
Confusão mental;
Cólica e dor abdominal;
Visão turva.

Outros sintomas mais graves incluem cegueira, coma e até mesmo a morte.

Nesta quarta-feira (1º), o Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox), alertou que o Brasil não tem estoque suficiente de antídotos para tratar as intoxicações. Segundo o CIATox, os dois principais antídotos são o fomepizol e o etanol farmacêutico.

Ambos atuam bloqueando a ação de uma enzima que transforma o metanol em substâncias tóxicas ao fígado.

O coordenador associado e toxicologista do Ciatox, Fábio Bucarete, afirma que o fomepizol é considerado mais eficaz e fácil de administrar, mas não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o que impede sua oferta no país.

Em entrevista ao Jornal da CBN, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o etanol farmacêutico é considerado o melhor antídoto contra o metanol e que é fabricado no Brasil. Porém, o Ministério da Saúde estuda criar uma reserva estratégica em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para garantir o acesso ao fomepizol.

Padilha disse ainda que a comercialização do antídoto está restrita porque ele não é produzido em larga escala.

Fonte: CBN e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 02/10/07:00:00

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