Carimbó é declarado patrimônio cultural brasileiro

Pedido de registro foi apresentando por diversos grupos de carimbó paraense

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O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural aprovou por unanimidade o registro do Carimbó como patrimônio cultural do Brasil. A decisão foi tomada em reunião nesta quinta-feira (11), na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em Brasília. Muito mais que uma manifestação cultural, as formas de expressão contidas no Carimbó, estão expressas em seus aspectos artísticos, cultural, ambiental, social e histórico da região amazônica.

Há mais de dois séculos, o Carimbó mantém sua tradição em quase todas as regiões do Pará e tem se reinventado constantemente. Seus instrumentos, sua dança e música são resultados da fusão das influências culturais indígena, negra e ibérica; e a memória coletiva dos mestres e seus descendentes têm mantidos vivos estes aspectos. Entretanto, a principal característica do Carimbó está nas formas de organização e reprodução social em torno dele, no cotidiano de sociabilidade dos carimbozeiros, seja ele relativo ao dia-a-dia do trabalho ou das celebrações religiosas e seculares.

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O pedido de registro foi apresentado pela Irmandade de Carimbó de São Benedito, Associação Cultural Japiim, Associação Cultural Raízes da Terra e Associação Cultural Uirapurú, com a anuência da comunidade. Assim, entre os anos de 2008 e 2013, o Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI/IPHAN) e a Superintendência do IPHAN no Pará conduziram o processo de registro e acompanharam as pesquisas para a identificação do Carimbó em diversas regiões do estado.

Conhecido como o ‘rei do carimbó’, o mestre Pinduca recebeu a notícia com festa na manhã de hoje. Ele está em Santarém, oeste paraense, onde participa da festa do Çairé, em Alter do Chão, durante dois dias. ‘Estou muito feliz porque isso representa um conhecimento muito grande do nosso ritmo e da nossa música. Representa também uma vitória da cultura paraense acima de tudo. Agora vamos comemorar com uma roda de carimbó grandiosa’, festejou o músico.

Ao ORM News, Pinduca relembrou que o processo para o reconhecimento do carimbó como patrimônio cultural do país foi uma luta muito grande dos músicos e mestres no Pará. ‘Lembro que fiquei mais de dois anos coletando assinaturas nas escolas, nos shows e com amigos para entregar ao Iphan. Enfim, todos trabalharam muito para isso’, destacou.

Termo Carimbó

Publicado em 1905, o Glossário Paraense, de Vicente Chermont de Miranda, descreve o carimbó como um ‘tambor feito de madeira oca e coberto, em uma de suas extremidades, por um couro de veado’. Com o tempo, a denominação passou a se referir também à dança associada ao ritmo produzido pela percussão.

As descrições apresentadas pelo dossiê trazem novas e mais apuradas significações sobre o carimbó. Logo na Introdução, o dossiê aponta que Korimbó é palavra de origem Tupi e dela surgiu o nome do tambor, que mais tarde deu nome à manifestação. Contemporaneamente, portanto, o termo carimbó é utilizado majoritariamente como referência à expressão que envolve festa, música e coreografia características e tradicionalmente reproduzidas no nordeste paraense.

Fonte: ORMNews.

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