Carioca narra ‘pesadelo’ após ser esfaqueado em assalto na Argentina

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Bruno Amorim teve intestino perfurado, ficou hospitalizado em ala com presos e precisou fazer transfusão de 2,5 litros de sangue. ‘Buenos Aires nunca mais’, desabafa advogado após trauma.

Carioca relata momento em hospital após ser esfaqueado durante assalto na Argentina

O advogado Bruno Amorim, de 34 anos, diz que viveu um “pesadelo” durante um mochilão pela América do Sul. O carioca foi vítima de assalto, no início de março, ao voltar de um bar em Buenos Aires. Mesmo após entregar pertences e dinheiro, conta que foi esfaqueado.

Em conversa com o G1 nesta terça-feira (28), dois dias após ter alta de um hospital no Rio, Amorim lembrou do desespero e do medo de morrer em um hospital público da capital argentina.

“Chegando no hospital, deram ponto no local da facada e me deram 48 horas de observação. Eu fui jogado numa maca e, em determinado momento, parei de respirar. Eu não sabia o que era, mas obviamente você fica nervoso. Eu comecei a socar paredes, chamar por ajuda e dizia: ‘Eu não consigo respirar, eu vou morrer’. Eu tentava me comunicar e ninguém me levou a sério”, conta.

Após 16 horas em observação, os médicos decidiram realizar uma cirurgia de emergência e foi constatado que o intestino tinha sido perfurado. Ele disse que chegou a “ver a morte de perto” por causa do desespero para ser atendido e só pensava em seus familiares.

“O meu maior medo, quando eu só conseguia pensar nos meus pais e nos meus sobrinhos, e rezar, me bater, foi nesse período de negligência das 3h às 19h. Quando meus amigos me perguntam, eu digo que não consigo adjetivar o que eu senti ali. Foi uma questão muito forte. Se eu disser que foi pesado, bizarro, sinistro, nada vai resumir o que eu senti ali. Vi a morte de perto mesmo”, disse.

Bruno com curativo na barriga, onde recebeu uma facada (Foto: Arquivo Pessoal) Bruno com curativo na barriga, onde recebeu uma facada (Foto: Arquivo Pessoal)

Bruno com curativo na barriga, onde recebeu uma facada (Foto: Arquivo Pessoal)

O carioca precisou fazer transfusão de 2,5 litros de sangue, ficou internado na mesma ala que presos e viu outros pacientes chegarem esfaqueados durante a madrugada no hospital. Para piorar, não conseguiu liberar o benefício do seguro viagem, feito ainda no Brasil, para ser transferido de unidade.

“Um tio meu que é médico falou que a facada perfurou o intestino e se a faca fosse um centímetro mais profunda teria rompido a artéria ilíaca e eu teria morrido na rua (…) Fiquei com muito medo da morte. Fiquei completamente desesperado. Eu até sou uma pessoa calma, tanto que no momento da facada eu me mantive em pé.”

Após uma bateria de exames e mais de 20 pontos recebidos durante o procedimento cirúrgico, o advogado avisou a seus familiares. Seus pais viajaram para a Argentina e, no mesmo dia em que ele recebeu alta médica, voltaram para o Brasil oito dias depois do episódio.

Dias após chegar no Brasil, mais um susto: uma infecção levou Bruno a ser internado novamente. Já em casa, após nova alta hospitalar, a sensação é de alívio e felicidade por estar vivo.

“Não tenho raiva do cara que me deu a facada”, diz.

Distância de Buenos Aires

Passaram o susto e a raiva, mas não o trauma. Bruno diz querer seguir a viagem pela América do Sul, mas a capital portenha está fora dos planos.

“No primeiro dia lá, eu fiz o que eu tinha que fazer. No segundo dia, eu fui pro estádio do Boca [Juniors, equipe de futebol da cidade]. Faltou eu conhecer Recoleta e Palermo [bairros de Buenos Aires], que estava nos meus planos. Com o que me aconteceu, eu nunca mais volto para Buenos Aires. Eu quero terminar minha viagem [que tinha o Chile como destino final], passo pelo sul da Argentina e sigo a rota. Passar uma noite em Buenos Aires, eu nunca mais vou passar. Não faço questão nenhuma. Tenho trauma da cidade, não da Argentina como um todo.”

Fonte: G1.
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Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro)   E-mail:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

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