Às vésperas da COP 30, comunidades protestam contra obra de via expressa em área ambiental de Belém
Estradas estão em péssimo estado devido ao tráfego de máquinas pesadas. — Foto: Divulgação
Moradores de comunidades extrativistas bloqueiam desde quarta (9) obra da Avenida Liberdade em Belém. Manifestantes cobram compensações ambientais não cumpridas pelo governo do PA. Obra de 13,3km será inaugurada em outubro, perto da COP 30.
Moradores de comunidades extrativistas interditam desde quarta-feira (9) a construção de uma via expressa que passará pela Área de Proteção Ambiental (APA) Metropolitana em Belém. A avenida tem previsão de ser inaugurada em outubro, às vésperas da COP 30.
Segundo os manifestantes, algumas condicionantes de compensação ambiental não foram cumpridas pelo governo do Estado desde o início da obra da Avenida Liberdade, em junho de 2024.
O g1 tentou contato com o governo, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
Para o presidente da Associação de Moradores da Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, Danielson Costa, a reivindicação prioritária é o acesso imediato ao igarapé usado para abastecimento local.
“Dentro das compensações, cobramos o acesso da nossa comunidade, pela qual eles passaram e destruíram, além da construção de uma UBS e de uma quadra poliesportiva, entre outras solicitações”, afirma.
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O protesto
Participam da manifestação moradores das comunidades Nossa Senhora dos Navegantes, da Beira Rio e Uriboquinha. Juntas, as comunidades somam quase 300 famílias.
Segundo Danielson Costa, o protesto consiste na interdição de um perímetro de aproximadamente três quilômetros. Os moradores fecharam o acesso à comunidade Nossa Senhora dos Navegantes e ao Igarapé Santo Antônio.
“Enxergo esse empreendimento para nós como uma catástrofe ambiental nos aspectos material, moral e também espiritual, porque vamos sofrer com esse impacto pelo resto da vida, que está impactando a fauna, a flora e o meio ambiente”, diz o presidente.
Danielson afirma ainda que muitos moradores já abandonaram as casas à medida que as obras avançam. Para ele, a obra da avenida só trará prejuízos para as comunidades extrativistas.
Os sinais de ‘greenwashing’ nos preparativos urbanos de Belém para sediar a COP 30
“Não vamos ter acesso a ela, já que a avenida terá uma mureta de contenção de 2 metros de altura e não dará passagem para que possamos acessar a via e seguir no sentido Marituba ou Belém”, reclama.
O presidente da associação da comunidade informou que os moradores devem se reunir com representantes do governo nesta sexta-feira (11).
Avenida Liberdade
A Avenida Liberdade é uma nova via expressa de 13,3 km de extensão, projetada para ligar a Alça Viária (PA-483), em Belém, à Avenida Perimetral, em Marituba.
De acordo com o estudo de impactos ambientais, a avenida corta os rios Murutucu, Aurá e o igarapé Pau Grande, todos afluentes do rio Guamá, e passa próximo ao sítio arqueológico do Engenho do Murutucu.
A via deixa duas áreas de floresta protegida desconectadas. Cientistas estão preocupados com o risco de fragmentação do ecossistema e de interrupção no deslocamento da fauna.
A professora Silvia Sardinha, veterinária especializada em vida selvagem e pesquisadora em um hospital universitário de animais que fica em frente ao local onde a nova estrada está sendo construída, expressa suas preocupações.
“Desde o momento do desmatamento, há uma perda. Vamos perder uma área para soltar esses animais de volta à natureza, o ambiente natural dessas espécies”, afirmou.
O governo do Pará argumenta que corredores para a passagem de animais silvestres estão sendo construídos.
Obras Avenida Liberdade em Belém. — Foto: Marcelo Souza/Agência Belém
Fonte: g1 PA/Jornal Folha do Progresso e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 11/07/2025/11:15:44
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Força Nacional vai atuar por mais 90 dias na Amazônia Legal e Pantanal
(Foto: ARQUIVO/VALTER CAMPANATO) – Objetivo é combater incêndios e crimes ambientais
Para reforçar ações de combate a incêndios e crimes ambientais, o Ministério da Justiça prorrogou por mais 90 dias o envio da Força Nacional de Segurança Pública para a Amazônia Legal e o Pantanal.
A nova portaria, publicada nesta terça-feira (8) no Diário Oficial da União, estende o trabalho até o dia 12 de outubro deste ano.
O objetivo é fortalecer as ações da polícia judiciária e da perícia forense na investigação e no combate a incêndios provocados por ação humana, além de proteger a ordem pública e garantir a segurança das pessoas e do patrimônio nas regiões afetadas.
O trabalho é desenvolvido em conjunto com órgãos de segurança pública e defesa social dos Estados da região da Amazônia Legal, do Pantanal e com entidades públicas responsáveis pela proteção do meio ambiente.
Fonte: Radioagência Nacional e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 09/07/2025/14:34:01
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Justiça bloqueia R$ 49 milhões de quatro pessoas por desmatamento na Floresta Amazônica
Área desmatada entre Manaus e Manicore, no estado do Amazonas — Foto: Mauro Pimentel/AFP
A Justiça Federal bloqueou R$ 49 milhões de quatro pessoas por infrações ambientais na Floresta Amazônica no município de Lábrea (AM).
A punição foi definida depois de um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU). De acordo com a Advocacia-Geral da União (AGU), foi danificada uma área de 2.623,713 hectares por meio do uso de fogo, entre os anos de 2004 e 2007. Essa região faz parte de três propriedades.
A 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária da Seção Judiciária do Amazonas acolheu os argumentos da AGU, determinando além da indisponibilidade dos bens, a proibição dos infratores de explorar, de qualquer modo, a área desmatada que precisa ser reflorestada. Além disso, estão suspensos incentivos ou benefícios fiscais.
— O desfecho, com deferimento de tutela de urgência, indisponibilidade de bens e suspensão de incentivos fiscais e creditícios, garante a efetividade da reparação futura, fortalece a credibilidade institucional e assegura a restauração de áreas degradadas, bem como a preservação dos compromissos ambientais do Brasil — afirmou a coordenadora do Núcleo de Meio Ambiente da Procuradoria Regional Federal da 1ª Região (PRF1), Natalia Lacerda.
A Ação Civil Pública que resultou na punição foi proposta pelo AGU Recupera, que é o Grupo Estratégico Ambiental da AGU. Ela foi elaborada a partir de autos de infração e de laudos produzidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e busca garantir a reparação dos danos ambientais e o pagamento de indenizações.
A AGU, representando a União e o Ibama, defendeu que a área pode ser federal, mas que independentemente da titularidade a Amazônia é patrimônio nacional protegido pela Constituição Federal e que o desmatamento ilegal causou severos danos florestais, tais como perda de biodiversidade de flora, de perda de estoque de carbono, ilegítimas emissões de gases de efeito estufa, comprometimento dos ciclos hidrológicos da Floresta Amazônica, perda de habitat para diversas espécies de fauna, dentre outros danos a elementos e serviços ecossistêmicos.
A AGU Recupera é um grupo estratégico da AGU que atua em demandas judiciais prioritárias e estratégicas da União, Ibama, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que tenham por objeto a proteção e a restauração dos biomas e do patrimônio cultural brasileiros.
Fonte: oglobo.globo e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 09/07/2025/07:00:26
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Saiba como participar: inscrições abertas para a Green Zone da COP30
Green Zone será instalado no novo Parque da Cidade — Foto: GreenZone
Espaço será montado no Parque da Cidade, em Belém, e reunirá sociedade civil, empresas, governos e povos da Amazônia
Estão abertas as inscrições para a Green Zone da COP30, um dos principais espaços da conferência do clima da ONU, que será realizada em Belém, em novembro de 2025. As inscrições já estão disponíveis no site oficial da COP30. Os interessados devem preencher um formulário online e passar por uma seleção. O espaço será instalado no novo Parque da Cidade e vai reunir iniciativas e propostas voltadas ao enfrentamento da crise climática e à promoção de uma economia verde.
A Green Zone será aberta ao público e terá hubs temáticos dedicados a temas como bioeconomia, inovação tecnológica, justiça climática, energias renováveis e conservação da Amazônia. O espaço vai integrar representantes do setor privado, instituições públicas, organizações da sociedade civil, povos originários, juventudes, artistas e universidades.
Voltada à troca de experiências, à geração de impacto e à construção de soluções sustentáveis, a Green Zone será o ponto de encontro entre inovação, cultura, ciência e colaboração internacional. O espaço funcionará paralelamente às negociações diplomáticas da COP30, com o objetivo de ampliar a participação social e os diálogos sobre o futuro climático do planeta.
Empresas, coletivos, organizações e demais interessados podem submeter propostas de participação e programação para integrar a agenda do evento.
Quem pode participar
Instituições Públicas Setor Privado Sociedade Civil Organizada Outros
Critérios de seleção de participantes
Para participar da Green Zone da COP30, as organizações devem atender aos seguintes critérios:
Demonstrar um compromisso com a agenda climática Ter iniciativas sustentáveis Apresentar soluções para desafios climáticos
Processo de Aprovação
O processo de seleção para a Green Zone da COP30 segue estas etapas:
Envio da manifestação de interesse por meio de formulário Os dados serão avaliados pela curadoria da organização da COP30 Seleção final e notificação dos participantes aprovados Confirmação da participação
Fonte: g1 Pará — Belém e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 09/07/2025/07:00:26
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Própolis de abelha nativa da Amazônia supera medicamentos em ação cicatrizante, revela estudo
Foto:Reprodução | Na floresta amazônica, um ingrediente natural promissor pode transformar o tratamento de feridas: o própolis produzido pela abelha-canudo, espécie nativa da região.
A substância demonstrou alto poder cicatrizante, superior ao de diversos medicamentos disponíveis no mercado.
O estudo inédito, conduzido por pesquisadores da Embrapa em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), revelou que o própolis tem fortes propriedades bactericidas, antibióticas e regenerativas, com eficácia acima dos padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura.
“Foi surpreendente. A atividade cicatrizante foi excelente e, em análises microscópicas, até melhor, pela alta produção de fibras colágenas, o que favorece a remodelação do tecido”, explicou o professor Nilton Muto, da UFPA.
O própolis foi coletado em áreas de cultivo de açaí, onde a abelha-canudo atua como polinizadora natural. A substância deu origem a um creme cicatrizante, ainda em fase experimental, sem previsão de entrada no mercado.
Segundo Anderson Schwamke, técnico da Embrapa, o resultado comprova o potencial da biodiversidade amazônica para usos farmacológicos.
“A própolis já é conhecida em espécies de abelhas com ferrão, mas, nesta espécie amazônica, os resultados são ainda mais satisfatórios, superiores a muitos outros produtos. Representa bem a riqueza da nossa biodiversidade”, destacou.
Fonte: SBT News e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 09/07/2025/07:00:26
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Porto de Outeiro é reformado para receber navios durante COP 30
A falta de leitos é um dos principais desafios da gestão Lula na preparação para a conferência. (Foto: Reprodução | Poder 360)
Obras buscam ampliar capacidade de hospedagem com cruzeiros atracados no Pará.
O Governo do Pará divulgou nesta segunda-feira (7/07) novas informações sobre as obras de requalificação do Terminal Portuário de Outeiro, em Belém.
A intervenção tem como objetivo preparar o local para receber navios de cruzeiro que funcionarão como hospedagem flutuante durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), prevista para novembro.
Com aporte superior a R$ 181 milhões, provenientes da binacional Itaipu, as obras devem ser finalizadas até o dia 14 de outubro, conforme cronograma do Comitê Organizador da COP 30 — cerca de um mês antes do início do evento.
Em abril, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) firmou contrato para permitir que duas embarcações, com capacidade total de 6 mil leitos, atraquem no porto durante a conferência. O investimento total nesse sistema ultrapassa R$ 260 milhões.
O projeto inclui ainda a construção de um píer de 710 metros de comprimento para facilitar o embarque e desembarque de passageiros na capital paraense.
“O Porto de Outeiro vai contribuir para a transformação da região, agregando potencial turístico a uma estrutura que hoje opera exclusivamente com cargas. Esse novo uso beneficiará não só o entorno do porto, mas também Belém e toda a região Norte, que passará a integrar os roteiros de cruzeiros”, destacou
Valter Correia
,
secretário extraordinário da COP 30
, em comunicado do comitê organizador.
Durante discurso na cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, o presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, arrancou risos ao mencionar a possível escassez de hospedagens durante o evento.
A falta de leitos é um dos principais desafios da gestão Lula na preparação para a conferência. De acordo com o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), os altos preços praticados por hotéis continuam sendo um “problema sem dúvida”.
Fonte: O Liberal e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 08/07/2025/14:00:12
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“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.” Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro) -Site: www.folhadoprogresso.com.br e-mail:folhadoprogresso.jornal@gmail.com/ou e-mail: adeciopiran.blog@gmail.com
Últimos dias: editais ofertam R$ 2 milhões em incentivo a projetos sustentáveis na Amazônia
Distrito de Inovação da Bioeconomia da Amazônia (DIBB) seleciona projetos ssusstentáveis — Foto: Foto: Projeto Árvores Gigantes da Amazônia/ Divulgação
Inscrições vão até 10 de julho e incluem apoio técnico e financeiro a projetos de bioeconomia e soluções urbanas
Segue até esta semana, dia 10 de julho, o prazo de inscrições nos quatro editais do Distrito de Inovação e Bioeconomia de Belém (DIBB) para selecionar ideias e negócios voltados à bioeconomia e à inovação urbana na Amazônia.
No total, os editais aportam R$2 milhões em recursos para incentivar os projetos selecionados. Além do apoio financeiro, os programas oferecem capacitação, mentorias especializadas.
A iniciativa busca fomentar empreendimentos que unam tecnologia, conhecimento tradicional e sustentabilidade, em um momento em que Belém se prepara para sediar a COP 30.
O DIBB integra o convênio Gestão de Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Inovação em Bioeconomia para Belém rumo à COP 30, um projeto de extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), realizado em parceria com a Prefeitura de Belém, a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) e o Itaipu Parquetec, com financiamento da Itaipu Binacional.
Nova Economia da Amazônia
Com vasta riqueza natural, saberes tradicionais e cadeias produtivas ligadas à floresta, a Amazônia reúne condições únicas para liderar uma nova economia verde. A bioeconomia — que engloba áreas como alimentos nativos, cosméticos naturais, biotecnologia, rastreabilidade, saneamento, energia limpa e turismo sustentável — é vista como um dos principais vetores para gerar renda, fortalecer comunidades e proteger o território. O DIBB atua justamente para articular ciência, inovação e empreendedorismo a partir dessas potencialidades.
O fomento à bioeconomia na Amazônia tem se consolidado como uma das principais estratégias para aliar desenvolvimento econômico à conservação ambiental.
Com base em recursos renováveis, saberes tradicionais e inovação tecnológica, o setor movimenta atualmente cerca de R$ 12 bilhões por ano, segundo levantamento publicado este ano pela WRI Brasil em parceria com o Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA/UFPA). O mesmo estudo projeta que, com investimentos estratégicos, esse valor pode ultrapassar R$ 40 bilhões anuais até 2050, com a geração de aproximadamente 833 mil empregos diretos e indiretos.
No estado do Pará, por exemplo, apenas 13 cadeias produtivas da bioeconomia já movimentam R$ 9 bilhões e, com um investimento público de R$ 720 milhões, poderiam gerar R$ 816 milhões em PIB adicional e 6.500 empregos, de acordo com a WRI Brasil.
Além do impacto econômico, a bioeconomia se mostra essencial no enfrentamento da crise climática. De acordo com o relatório A Nova Economia da Amazônia (WRI Brasil e NAEA), o uso sustentável dos recursos naturais pode contribuir para preservar até 81 milhões de hectares de floresta até 2050, aumentar em 19% o estoque de carbono da região e reduzir significativamente as emissões líquidas do setor agropecuário.
A transição para uma economia de base florestal e tecnológica é vista como uma solução concreta para frear o desmatamento, valorizando a floresta em pé como ativo produtivo, social e ambiental.
Esse movimento tem atraído atenção internacional. Estimativas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apontam que o mercado global da bioeconomia pode atingir até US$ 7,7 trilhões até 2030, com crescente demanda por soluções sustentáveis, cosméticos naturais, alimentos nativos, fármacos à base de plantas e tecnologias aplicadas à biodiversidade.
De acordo com a WRI Brasil, cada R$ 1 investido em bioeconomia pode gerar até R$ 1,40 em valor bruto para o comércio, com efeitos positivos em toda a cadeia produtiva. Diante da proximidade da COP 30, que será sediada em Belém, a consolidação da bioeconomia como eixo estratégico para o desenvolvimento amazônico se mostra não apenas viável, mas urgente e indispensável.
Conheça os editais do DIBB
Edital 1 – Pré-Incubação de Empreendimentos Amazônicos: O edital de Pré-Incubação é voltado a empreendedores da Região Metropolitana de Belém com ideias de negócios sustentáveis baseados na sociobiodiversidade. Oferece um percurso de seis meses e subvenção econômica de até R$ 250 mil, distribuída entre cinco propostas selecionadas. As áreas temáticas incluem alimentos e bebidas, cosméticos, TICs, moda, turismo, saneamento, rastreabilidade, entre outras.
Edital 2 – Aceleração de Empreendimentos Amazônicos: Empresas já em operação também têm vez com o edital de Aceleração.
O foco é escalar negócios inovadores que atuam com sustentabilidade na bioeconomia. O programa, com duração de seis meses, prevê oficinas, mentorias e até R$ 750 mil em apoio financeiro para cinco propostas com maior potencial de crescimento e impacto. A iniciativa busca transformar boas práticas em soluções replicáveis em todo o território amazônico.
Edital 3 – Pré-Incubação para Soluções Urbanas: Pensando nos desafios das cidades amazônicas, o DIBB lançou o edital de Pré-Incubação para Soluções Urbanas.
A chamada é voltada a propostas que desenvolvam produtos ou serviços sustentáveis aplicáveis ao meio urbano, como infraestrutura verde, tratamento de água e esgoto, mobilidade, arborização, geotecnologias e gestão de resíduos. O programa também inclui mentorias, capacitação e apoio financeiro de até R$ 250 mil distribuído para cinco ideias inovadoras.
Edital 4 – Aceleração para Soluções Urbanas: Empreendimentos que já oferecem soluções urbanas sustentáveis podem se inscrever no edital de Aceleração para Soluções Urbanas. Voltado ao fortalecimento e expansão de negócios existentes, o programa contempla iniciativas nas mesmas áreas da pré-incubação, mas com foco em impacto e escala. Até cinco propostas serão apoiadas com mentorias e recursos de até R$ 750 mil, por meio de subvenção econômica.
Fonte: g1 Pará — Belém e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 08/07/2025/07:12:16
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O Curupira vai chorar de vergonha em Belém
Curupira, o guardião da floresta amazônica, figura lendária dos povos indígenas da região de Belém. (Foto: Imagem criada utilizando Chatgpt/Luciano Trigo/Gazeta do Povo)
À primeira vista, a escolha do Curupira como mascote oficial da COP30 – a Conferência da ONU sobre mudanças climáticas que acontecerá entre 10 e 21 de novembro, em Belém do Pará – pode parecer acertada, pelo seu simbolismo e por estar alinhada à nossa identidade cultural. Mas, olhando mais de perto, pode ter sido uma decisão ruim, por ressaltar o abismo entre a realidade da Amazônia e a narrativa ambientalista.
Nas culturas indígenas e ribeirinhas, o Curupira é um ser mítico quase sagrado. Com seus cabelos vermelhos flamejantes e seus pés virados para trás, ele é o guardião das matas, um espírito vingativo que não perdoa caçadores predatórios, desmatadores e outros inimigos da floresta. Transformar esse personagem no mascote amigável e fofo de um evento internacional pode acabar contribuindo para camuflar a tragédia que se perpetua na região.
Dados recentes do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostram que o desmatamento e as queimadas na Amazônia continuam em níveis alarmantes, apesar das reiteradas promessas e planos de governo. O Pará, estado anfitrião da COP30, é um dos líderes em áreas desmatadas e queimadas. Enquanto o Curupira dançar nas peças publicitárias do evento, a floresta continuará a arder.
Não é só a devastação ambiental que contínua forte – ainda que, curiosamente, não desperte mais a indignação dos artistas e ativistas nacionais e até estrangeiros, como Leonardo DiCaprio e Greta Thunberg. As travas ao desenvolvimento que impedem a melhoria das condições de vida da população local também desmentem a mensagem otimista pretendida pela COP30.
Nesse contexto, a instrumentalização política do Curupira e a banalização do folclore como ferramenta de marketing se tornam arriscados. Podem parecer uma tentativa de desviar a atenção da tragédia ambiental e humana da região, com uma narrativa lacradora que convence cada vez menos gente.
O verdadeiro Curupira castigaria aqueles que hoje são convidados a debater soluções que não saem do papel – e só servem para frear o desenvolvimento do nosso país
Apesar de sua imensa riqueza, a Amazônia é marcada por indicadores sociais precários, como alta mortalidade infantil, analfabetismo e falta de saneamento. Aliás, Belém é uma das cidades brasileiras com os piores índices de saneamento básico do país. Os índices de pobreza e extrema pobreza são altíssimos.
A insegurança alimentar afeta 30% dos domicílios. No Pará, mais de 90% da população não tem sequer coleta de esgoto, de acordo com levantamento do Instituto Trata Brasil. É vergonhoso.
Nesse cenário, o uso do Curupira pode ser percebido não como um gesto de preocupação verdadeira com o meio ambiente, mas simplesmente como uma jogada de greenwashing, ou mesmo como a apropriação cínica de um símbolo do nosso folclore por uma agenda política que faz muito pouco para enfrentar de fato a destruição da floresta e a miséria da população da região.
Greenwashing, como o leitor sabe, é o termo usado para descrever estratégias de marketing que tentam vender a imagem de compromisso ambiental onde, na prática, há omissão, inércia ou destruição deliberada.
A escolha do Curupira se encaixa perfeitamente nesse conceito: em vez de enfrentar com coragem os desafios de um desenvolvimento sustentável que traga riqueza para a região, opta-se por oferecer ao público um símbolo politicamente correto e palatável aos olhos do mundo.
Mas é impossível ignorar a ironia: o verdadeiro Curupira castigaria justamente aqueles que hoje são convidados a debater soluções que não saem do papel – e só servem para frear o desenvolvimento do nosso país. A escolha do mascote ganha contornos trágicos e farsescos. A Amazônia, por sua vez, é reduzida a mero cenário: um pano de fundo exótico e colorido para discursos civilizatórios que só atendem aos interesses dos países ricos. É uma forma de exotismo institucionalizado.
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O Curupira é retirado de seu contexto de resistência e luta e colocado como figurante de um espetáculo internacional que privilegia aparências e falsos consensos, que agridem a nossa soberania e impõem uma agenda climática que prioriza os interesses dos países ricos e limita o uso dos recursos amazônicos pelo Brasil. Como vem alertando o insuspeito Aldo Rebelo, esta é uma agenda que “congela” a Amazônia e perpetua a miséria da região.
Rebelo enfatiza que a Amazônia deve permanecer sob controle do Brasil, protegendo seus recursos contra interesses internacionais que cobiçam a região desde o período colonial. Ele critica a influência de ONGs, que considera um “Estado paralelo” a serviço de agendas estrangeiras, e defende o “direito ao desenvolvimento”, com a regularização de atividades econômicas, como mineração e agricultura. A preservação do meio ambiente não pode se dar ao preço da miséria da população. Mas, seguramente, nada disso será debatido na COP30.
Aliás a COP vem sendo criticada até por apoiadores incondicionais do governo, como o líder indígena Ailton Krenak. Em uma entrevista recente, Krenak declarou que o evento será um grande “balcão de negócios de corporações”, com pouca representatividade de povos originários e sem compromisso real com a preservação ambiental. “Para bilionários, interessa mais ganhar dinheiro e aumentar sua força política do que cuidar da vida no planeta”, afirmou. E explicou por que se recusou a participar da conferência: “Eu não suportaria o cheiro dos bilionários. Se eu fosse, seria apenas para passar vergonha ou raiva”.
PS. Mal dei o ponto final neste artigo, vi que o deputado Nikolas Ferreira já se manifestou no X sobre a escolha do Curupira como mascote da COP30: “Excelente escolha pra representar o Brasil e nossas florestas: anda para trás e pega fogo”, escreveu o parlamentar, em uma postagem com 2,5 milhões de visualizações, que já rendeu quase 4.000 comentários, 7.000 compartilhamentos e 36 mil curtidas. Precisamos regular as redes sociais!
Fonte: gazetadopovo e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 05/07/2025/10:50:23
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Em Lábrea, falta de saneamento e clima extremo deixam população vulnerável a alagamentos e deslizamentos
Em Lábrea, tubulações levam esgoto diretamente para os rios. Na cidade, 72% da população não têm acesso à rede de esgoto estruturada. Foto: Fred Santana/InfoAmazonia
Com 72% da população sem acesso à rede de esgoto, a cidade do sul do Amazonas sofre com risco de alagamentos, erosão e deslizamentos. A seca severa de 2023 e as cheias intensas de anos anteriores agravaram a situação. Moradores denunciam omissão do Estado e convivem com água contaminada e ameaças à saúde e à moradia
O retrato da vulnerabilidade em Lábrea faz parte de uma análise exclusiva realizada pela InfoAmazonia a partir de informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do mapeamento do Serviço Geológico do Brasil (SGB), na Amazônia, sobre as áreas de risco a eventos hidrogeológicos.
Esta é a quinta reportagem da série Vulneráveis do Clima, uma parceria entre a InfoAmazonia e o Vocativo (AM), que mapeou quem são os mais expostos a desastres climáticos na região amazônica.
Ciclos de chuva e estiagem irregulares aumentam o risco
Em Lábrea, a combinação entre falta de saneamento básico, ciclos de chuva e estiagem mais irregulares expõe os moradores a eventos como deslizamentos, erosões e inundações. Com as mudanças climáticas intensificando cheias e secas, o perigo aumenta.
Décimo maior município do país em extensão territorial, com 68.262 km², Lábrea abriga cerca de 45.000 habitantes — resultado de densidade populacional abaixo de 0,5 habitante por km², conforme dados do IBGE.
A cidade é circundada pelo rio Purus, seus afluentes e igarapés, e tem um histórico de eventos que afetam comunidades ribeirinhas e parte do município, comprometendo suas estruturas, de acordo com a Codificação Brasileira de desastres (COBRADE), sistema que categoriza e codifica desastres naturais, visando padronizar a sua identificação e facilitar as resposta a emergências, e o Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil para Lábrea (PLANCON), que listou ocorrências de inundações, enxurradas, alagamentos, chuvas intensas, vendavais, estiagem, seca, erosão de margem fluvial e queimadas.
Esses eventos, recorrentes no município, provocam o risco iminente de inúmeras famílias ficarem desabrigadas e desalojadas em decorrência da perda de suas casas e dos meios de subsistência, em especial a pesca. A situação é mais grave nos chamados trapiches de palafitas, que são estruturas construídas sobre estacas em áreas alagadiças, como margens de rios ou áreas costeiras, e que servem como áreas de apoio, moradia ou ancoragem para embarcações.
No ano de 2021, houve aumento significativo do nível do rio Purus e seus afluentes, levando a uma grande enchente que afetou tanto a zona urbana, como também a zona rural do município.
Nos dois anos seguintes, a cidade enfrentou o extremo oposto. Devido ao fenômeno El Niño e ao aquecimento das águas do Norte do Oceano Atlântico ocorridos entre 2023 e 2024, Lábrea foi particularmente afetada por uma das secas mais severas registradas na Amazônia, o que provocou perda de acesso fluvial, restrições ao abastecimento hídrico e riscos de insegurança alimentar, sobretudo em comunidades indígenas e ribeirinhas. Neste ano, o nível do rio Purus voltou a subir, e a Defesa Civil emitiu alerta de inundação em Lábrea no mês de maio.
População de Lábrea reclama de más condições de moradia
O Vocativo foi até Lábrea para ouvir os moradores sobre as dificuldades enfrentadas com a precariedade da infraestrutura básica e os riscos intensificados durante o período do inverno amazônico. Carlos Prado, liderança local da organização sem fins lucrativos Movimento União BR (sem relação com o partido político), descreve a área como uma mistura entre zonas asfaltadas e comunidades ribeirinhas em palafitas. “Existem alguns trapiches, que são as casas de palafitas. No inverno ficam cheias de água por baixo e algumas chegam a alagar, e no verão seca tudo e acaba ficando bastante lixo embaixo das casas”, explicou.
Maria Calafente da Silva e Aldemir Hilário da Silva são aposentados e moram no bairro Vila Falcão, na zona norte de Lábrea, em um local mapeado pelo SGB como área de risco de desabamento. Eles descrevem um cenário desolador de abandono pelo poder público. A aposentada afirma que a área sempre alaga em época de chuva, com acúmulo de lixo. “A água fica até aqui [mostrando que parte da rua fica submersa]. A água fica tudo aqui por trás. Tudo alagado aí por trás. Isso aqui fica tudo dentro d ‘água. Essas casas aqui por trás. Tudo dentro d ‘água”, conta a moradora.
Aldemir denuncia que a Defesa Civil municipal nunca emitiu um comunicado de riscos para os moradores, mesmo depois de casas terem sido destruídas pela enchente. “Já teve três casas que desceram lá no barranco”, lembra o aposentado. “Pelos anos que nós moramos aqui, nós já temos pedido para a prefeitura fazer um bueiro aqui para nós, porque o pessoal bota a coisa da fossa dentro do rio”, reclama Maria.
O casal denuncia ainda a falta de coleta de lixo no local, que segundo eles piora os alagamentos. “É muito lixo. Nunca colocaram dentro do poço, nunca limparam isso aí. Isso tudo pega na gente, a imundície da água do rio. Está aparecendo muita doença por causa disso. O tratamento da água é pouco”, lamenta Maria. Os aposentados afirmam ainda que a prefeitura passa pela rua principal e não desce nos becos, deixando muito entulho na beira do rio Purus. Como consequência do problema da falta de tratamento adequado da água no local, Aldemir passou semanas internado no hospital, com suspeita de leptospirose.
Morador há 20 anos do trapiche do Sheik, uma localidade no centro de Lábrea, o carpinteiro Laércio Silva relata problemas semelhantes. “Rede de esgoto aqui não tem. Tem só os tubos jogando (os dejetos) para cá (direto no rio)”, afirma. Com a cheia, a subida das águas piora a situação do esgoto. “Aqui alaga tudo. Nos anos mais severos precisamos sair porque a água toma conta das casas”, relembra.
Dono de uma mercearia e morador do trapiche do Sheik há 42 anos, Manoel Ramalho Serreira conta que a água utilizada pelos moradores passou a se misturar em parte com o esgoto após uma obra da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), o que tem causado uma série de doenças nos moradores da comunidade. A companhia, porém, diz não ser responsável pelo sistema da cidade. Uma parte do esgoto fica acumulado em poças, servindo como criadouro para o mosquito da dengue. “Mostramos para a prefeitura o problema nesse córrego, mas eles não limpam, não cuidam. Aí sobra pra gente aqui que vive na área”, lembra.
Manoel sente os efeitos da erosão do solo, agravada pela falta de saneamento e pela mudança climática na própria casa, que já começa lentamente a ceder. “A prefeitura está providenciando um terreno para a gente tirar a casa daqui. Quando a água vem e volta, a terra enfraquece e cede. Minha casa entortou todinha. A gente teve que botar essas tábuas de segurança”, explica.
A vendedora autônoma Maria Zanira, moradora de outro trapiche, o Beira-Mar, na zona norte da cidade, reclama da ausência do poder público. “Já falaram que iam tirar a gente daqui, mas tem bem 10 anos que eles falam isso. Em época de chuva forte, ficamos com água na cintura”. Embora nunca tenha visto nenhum desabamento no local, a moradora afirma que é questão de tempo. De fato, pela erosão vista nas margens do rio Purus, a sensação é de risco iminente de desabamento de casas.
Zanira confirma o mesmo método usado pela Cosama no trapiche do Sheik, de misturar a água do consumo com a água do esgoto. “Não tem esgoto, não tem nada. É só um tubo mesmo”, reclama. O descaso se reflete no abastecimento de água, já que os moradores quase sempre precisam consumir água com pouco ou nenhum tratamento. “Aqui em casa, quando a gente pode, compra água mineral, quando não a gente, põe hipoclorito e toma assim mesmo”, afirma.
Carlos Prado também critica a qualidade da água fornecida pela Cosama. “Na teoria, era para fazer a captação, tratamento e distribuição de água, mas aqui não existe tratamento. É praticamente a água do rio, barrenta e algumas vezes com cheiro forte, totalmente imprópria para uso, muito ruim até para lavar roupa”, afirma Prado. A ausência de rede de esgoto adequada é outro problema apontado por ele.
“Lugares como os trapiches não possuem nada disso; a água e os dejetos vão para o solo. Apenas algumas partes da cidade possuem rede de esgoto, que começou a ser feita há cerca de 10 anos”, conta. Carlos relata ainda que o clima na região parece estar ficando mais intenso ao longo dos últimos anos. “O inverno (estação das chuvas) está mais intenso a cada ano que passa, o rio vem subindo mais, deixando muitas casas debaixo d’água. No verão, os rios secam demais, deixando comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas que possuem poço artesiano sem água”, afirma.
Foto: Fred Santana/InfoAmazonia
Foto: Fred Santana/InfoAmazonia
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As consequências afetam diretamente a saúde da população. “Adoecer devido à contaminação da água é bem normal, principalmente nas mudanças das estações. Geralmente o que se tem mais é diarreia e infecção intestinal. Eu, minha família e muita gente que conheço também já tivemos”, afirma Carlos. Segundo ele, a única ação do poder público com relação a isso tem vindo da Secretaria de Saúde. “Sempre fazem entregas de hipoclorito de sódio e cloro em pó”, diz, acrescentando que nunca recebeu alertas da Defesa Civil.
No bairro Barra Limpa, na zona Centro-Norte de Lábrea, fora da zona de risco descrita pelo SGB, o sociólogo Marcelo Horta também convive com os mesmos problemas. Ele reconhece que o local é mais central e estruturado, com muitas lojas e comércio ativo, mas afirma que sofre com a invasão das águas do rio durante a cheia. “Passam ruas que um pedaço do rio invade quando enche. Tem casas de madeira em palafitas nessa parte”, conta. Segundo ele, embora haja calçamento e coleta de lixo, o serviço público de abastecimento de água é considerado ineficiente.
“O serviço público de água é péssimo, mas há. As pessoas que têm condições furam poços artesianos por conta própria. Essa é a regra”, afirma. O esgoto na região foi canalizado por uma obra da prefeitura, mas, segundo ele, “foi para ser despejado no rio Purus”. Marcelo explica que sua residência foi adaptada com uma rede de canos mais larga para facilitar o escoamento e evitar alagamentos. “Nosso terreno é na parte alta da rua. Na parte baixa, há casas que quase alagam e o cheiro forte de esgoto fica exalando, pois é na parte que o rio invade e quase alaga a rua, o que já aconteceu”, relata.
Mesmo com obras recentes para reparar bueiros estourados e tampas quebradas, Marcelo aponta a ausência de medidas preventivas pelo poder público. “Medida preventiva eu nunca vi. Em geral, são obras de reparo”, afirma. Ele também destaca um problema sanitário decorrente da rede de esgoto subterrânea. “Com as calhas subterrâneas da prefeitura proliferaram ratos. Há muitos. E baratas também”, afirma.
Ausência de esgoto potencializa riscos geológicos
Variações de extremos climáticos tornam Lábrea um local mais propenso aos chamados “riscos geológicos”, como os deslizamentos de terra. Eles acontecem quando, por exemplo, uma camada de solo desliza sobre outra ou sobre uma camada de rocha. Isso oferece perigo para quem está nas encostas ou logo abaixo delas. Outro tipo de risco associado são os processos erosivos, quando muita água passa em determinada superfície, deixando-a mais frágil.
“Um escoamento superficial elevado, por exemplo, vai causando o que a gente chama de erosão laminar, e vai arrancando a parte mais superficial do solo, os sedimentos vão sendo levados, isso pode criar vincos nesse solo e criando o que a gente chama de ravinas e voçorocas”, explica Pedro Camarinha, doutor em Ciências do Sistema Terrestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e tecnologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Ravinas e voçorocas são formas de erosão do solo causadas pela ação da água, mas com características distintas. Enquanto as ravinas são sulcos ou pequenas depressões no terreno, as voçorocas são erosões maiores e mais profundas, frequentemente atingindo o lençol freático e formando grandes buracos no solo. Quando esses cortes no solo chegam ao nível freático, o processo de erosão acelera, facilitando a ocorrência de deslizamentos.
A falta de tratamento adequado de esgoto contribui para este problema. “A ausência do esgotamento sanitário contribui para os riscos geológicos porque, na falta do tratamento adequado, esse esgoto é lançado de uma maneira indevida através de um lançamento direto, por exemplo, a céu aberto em encostas e você vai mudar completamente o teor de umidade do solo ao longo do tempo”, avalia Pedro. O processo contínuo vai deixando o solo instável.
“O caminho e a infiltração da água são fatores importantes para potencializar as erosões, principalmente nas cidades. Os alagamentos, por outro lado, refletem o acúmulo de lixo e descarte inadequado. Além disso, as tubulações de água pluviométrica que deságuam nos igarapés carregam consigo não apenas água pluvial, mas lixo e esgoto”, explica Alderlene Pimentel de Brito, geóloga e doutora em Clima e Ambiente pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Falta de estrutura contribui para a instabilidade do solo
Em situações críticas de falta de saneamento, pode ocorrer a quebra do chamado balanço hídrico climatológico, relacionado ao armazenamento médio de água do solo ao longo do tempo. Isso acontece quando, além das chuvas e das mudanças de temperatura que naturalmente interfeririam neste equilíbrio, o solo vai sendo alterado pelo lançamento direto de sistemas de esgoto nos terrenos e encostas.
“Como consequência, aumenta o teor de umidade, inclusive podendo mudar algumas propriedades físicas e químicas dependendo do teor desse lançamento de esgoto nessas regiões”, afirma o pesquisador Pedro Camarinha.
Com isso, o perfil de umidade do solo vai sendo modificado, favorecendo com que as condições limites de estabilidade daquela encosta sejam vencidas mais facilmente. “Menos chuva acaba sendo necessária para causar um deslizamento porque você já tem o lançamento desse esgoto de uma forma indevida nessas localidades. Isso acontece, por exemplo, na parte mais baixa das encostas, se esse fluxo contínuo de efluentes fica passando pela base das encostas, você vai favorecer a erosão no sopé das encostas”, alerta Camarinha.
Além disso, fossas feitas nas áreas de risco de Lábrea em resposta à falta de saneamento e de tratamento adequado de esgoto também podem contaminar as águas subterrâneas. “Basicamente, a fossa tem fezes, urina e água. Isso infiltra, né? Na urina a gente expele muita coisa que leva tempo para diluir em subsuperfície. Mas o principal é a contaminação por nitrato, Escherichia coli etc. Por isso é importante fazer análise química e bacteriológica da água para abastecimento”, afirma Alderlene Brito.
Impactos na saúde pública
Outro efeito desse descarte inadequado de esgoto é a contaminação da água. As chamadas águas superficiais, que se acumulam em superfícies em geral, costumam ser contaminadas por metais pesados, nitritos e nitratos, entre outros. Já as águas subperficiais, que correm naturalmente ou artificialmente no subsolo e são consumidas pela população, a contaminação é por coliformes e nitrato proveniente das fossas.
“Às vezes, as pessoas veem a água bem limpinha e acham que está muito boa, mas não está. Acontece que o esgoto não é apenas descartado nos rios e igarapés. Esse esgoto também infiltra. Por isso, é importante ter sistemas de tratamento de esgoto e revitalizar os rios (igarapés) urbanos”, avalia Alderlene Brito.
Segundo a pesquisadora, esgotos nas fontes de água para abastecimento também vão aumentar os casos de doenças diarreicas, parasitoses, dentre outras. Além da saúde pública dos humanos, esse problema afeta o restante da fauna. “Na Amazônia, os igarapés para muitos são como esgotos, mas cada curso d’água desse tem vida. Hoje, precisamos olhar para esses cursos d’água com atenção e caminhar para os processos de revitalização. Precisamos mudar nosso olhar. Os igarapés não são esgotos”, alerta a pesquisadora da UFAM.
A crise climática agrava os riscos
Outro fator que potencializa os riscos em Lábrea é um fenômeno conhecido. Um estudo publicado na revista Raega — O Espaço Geográfico em Análise, especializada em pesquisas sobre geografia e metodologias de análise espacial, revela que o município é o mais impactado por eventos do fenômeno climático El Niño no Amazonas. De acordo com a pesquisa, a cidade sofreu reduções significativas no volume de chuvas em aproximadamente 71% dos anos com registro de El Niño entre 1998 e 2017. Mas justamente esse efeito mais severo da estiagem, alternando com os períodos de chuva da Amazônia, serve para aumentar os riscos geológicos.
Para Pedro Camarinha, todos os riscos associados a processos hidrogeológicos estão aumentando por conta da intensificação dos eventos extremos de chuva. “Normalmente são os eventos gatilhos, que disparam processos como os deslizamentos, as grandes erosões, bem como as enxurradas e inundações. Ao longo do tempo você vai tendo chuvas mais intensas que aceleram esses processos erosivos, que por sua vez já são fragilizados por conta da falta da canalização do esgotamento sanitário. São processos que se somam”, avalia.
Com isso, as estruturas urbanas acabam sofrendo um processo conhecido como intemperização, que é a desagregação e decomposição de rochas e minerais, cuja incidência aumenta também por conta das mudanças climáticas. Quanto mais simples a estrutura (de uma casa de poucos andares e cômodos, por exemplo), maior é a intemperização. Ciclos de muito calor, de muita umidade acabam fragilizando essas casas mais simples com maior facilidade.
“Tudo isso somado vai exacerbando esses riscos. E quando eu digo exacerbando os riscos, significa que a gente está aumentando as chances desses eventos acontecerem, e além de aumentar as chances desses eventos acontecerem, quando acontecer o impacto também tende a ser maior”, afirma Camarinha.
Apesar do agravamento dos riscos, os moradores destes locais não costumam enxergar as áreas como perigosas, pontua Marcelo Hora, sociólogo e doutorando em Geografia do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Rondônia (PPGG/UNIR). “É muito comum você ver, em área de várzea, que o rio sobe, baixa, e o pessoal faz as casinhas de madeira de palafita. Então, o que às vezes a gente interpreta como área de risco, para eles é uma continuidade desse modo de vida ribeirinho”, afirma Horta, que vive em Lábrea.
O sociólogo lembra de uma área visitada e descrita pela reportagem anteriormente: o trapiche Beira-Mar. “Esse local cresceu muito e de forma desordenada, mas os moradores acham prático estar morando perto do rio, porque ele tem sua canoa e tem seu lugar lá no interior. Uma alagação, uma cheia exagerada torna a vida dessas pessoas arriscada, mas para elas, vale a continuidade do modo de vida”, avalia o pesquisador.
Mesmo assim, os riscos de alagamento e erosão ameaçam comunidades. Diante da situação, a Defesa Civil de Lábrea informa que está identificando e cadastrando as áreas de risco, além de fazer um monitoramento constante das localidades e de realizar atividades voltadas à conscientização da população sobre descarte de lixo e moradias em áreas de risco.
Entretanto, a instituição confirma que, até o momento, não há projeto de saneamento básico do governo do estado voltado para áreas de risco da cidade. A ausência de iniciativas nesse setor é atribuída à falta de recursos. Quanto à preparação do município para eventos climáticos como inundações, as medidas adotadas, segundo um comunicado da Defesa Civil local, envolvem o que chamaram de “planejamento prévio e o mapeamento das zonas mais vulneráveis, consideradas áreas de risco”, sem detalhar qual seria esse plano.
A Defesa Civil de Lábrea também diz considerar que o plano de contingência do município para os períodos de cheia do rio Purus é uma ferramenta indispensável para enfrentar situações de inundação, enxurradas, alagamentos, chuvas intensas, vendavais, estiagens, secas e queimadas.
Em nota, a Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama) afirmou que não atua com o abastecimento de água no município de Lábrea nem é responsável pela operação do sistema local. “A Cosama opera diretamente em 15 municípios do estado do Amazonas, e Lábrea não integra atualmente a área de cobertura operacional da Companhia”, afirma a companhia.
A empresa, no entanto, confirma que recentemente foi realizado um diagnóstico técnico no sistema de abastecimento de água do município, em uma ação que teria sido determinada pelo governador Wilson Lima (União Brasil), coordenada pela Diretoria de Operações (DIOP) da Cosama, em parceria com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Lábrea.
Já a Defesa Civil do Amazonas afirma que qualquer demanda a esse respeito “deve ser direcionada ao município”. O artigo 23 da Constituição Federal, porém, diz que a promoção de políticas públicas voltadas à saúde, moradia, saneamento e meio ambiente é de competência comum da União, Estados e Municípios. Essa atuação integrada visa garantir o bem-estar da população e prevenir tragédias, sobretudo em regiões vulneráveis, e é reforçada pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil e pela Política Nacional de Recursos Hídricos.
Sem a devida atenção dos órgãos públicos, moradores de Lábrea vivem sob o risco de terem suas casas invadidas pela água ou levadas por deslizamentos e erosões. Enquanto esperam ações efetivas, veem o problema aumentar com a mudança do clima e convivem com riscos, águas contaminadas e ameaças à saúde e à moradia.
Fonte: Fred Santana | O Vocativo/Jornal Folha do Progresso e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 04/07/2025/15:02:06
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O poder da floresta: própolis de abelha amazônica cicatriza melhor que pomada comercial, aponta estudo
Ciência que valoriza o saber da floresta — Foto: Embrapa/Ascom
Produto natural mostrou resultado melhor que pomadas comerciais e reforça o potencial farmacológico da biodiversidade amazônica
Já imaginou um creme feito com própolis de abelha que vive entre a floresta e os açaizais ser mais eficiente do que pomadas vendidas em farmácia? Pois é exatamente isso que revelou um estudo inédito feito por cientistas da Embrapa Amazônia Oriental e da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A pesquisa avaliou as propriedades medicinais da própolis produzida pela abelha-canudo, espécie nativa da Amazônia. O creme formulado com a substância cicatrizou feridas com mais qualidade e menos inflamação do que um medicamento comercial — e isso chamou a atenção dos pesquisadores.
Açaí além da tigela
A história dessa descoberta começa com o açaí. A abelha-canudo é uma importante polinizadora da palmeira e, por isso, já vinha sendo estudada por sua relação com a produtividade dos cultivos. Mas o que ninguém esperava era que o ambiente dos açaizais poderia também influenciar a composição da própolis que essas abelhas produzem.
Foi exatamente isso que os pesquisadores decidiram investigar. Eles instalaram colmeias em meio a plantações de açaí e analisaram a própolis resultante. O que encontraram foi uma bomba natural de compostos bioativos: fenóis e flavonoides em concentrações muito superiores aos mínimos exigidos pelo Ministério da Agricultura.
Cicatrização rápida, limpa e eficiente
Nos testes em laboratório, o creme à base de própolis amazônica mostrou um desempenho impressionante. Além de reduzir o tamanho das feridas, ele promoveu uma regeneração dos tecidos mais organizada e com menos inflamação. Tudo isso graças às fibras colágenas tipo 1 e 3, essenciais para uma cicatrização saudável, que apareceram mais rapidamente nas áreas tratadas com o produto natural.
Para os pesquisadores, os compostos bioativos da própolis da abelha-canudo são os responsáveis por esse efeito. O resultado é um biofármaco com alto potencial terapêutico, menos conservantes e menor risco de efeitos colaterais — uma alternativa mais limpa e natural.
Da colmeia direto para o futuro
A própolis é conhecida há milhares de anos e usada por diferentes culturas para fins medicinais. Mas essa produzida pela abelha-canudo se destaca por um detalhe importante: ao contrário de outras espécies, ela não usa barro na mistura, o que evita a contaminação com resíduos do solo.
E tem mais: além da própolis, o pólen produzido por essa abelha também está sendo estudado como suplemento alimentar. Já o mel, ainda produzido em pequenas quantidades, se diferencia dos produtos comuns e pode ganhar espaço no mercado com mais pesquisas e manejo adequado.
Ciência que valoriza o saber da floresta
A pesquisa com a própolis amazônica é apenas uma entre várias iniciativas que buscam transformar a biodiversidade da floresta em inovação. Na UFPA e na Embrapa, cientistas e estudantes investigam compostos naturais com alto potencial para saúde, cosméticos e alimentos — tudo isso sem abrir mão da conservação e do uso sustentável dos recursos da região.
O estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto Agrobio, financiado pelo Fundo Amazônia (BNDES), e mostra que proteger a Amazônia não é só uma questão ambiental, mas também uma oportunidade de gerar renda, conhecimento e bem-estar a partir da própria floresta.
Fonte:Gil Sóter, g1 Pará — Belém e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 04/07/2025/15:14:00
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