Cobrança de bagagens no avião pode por fim ao isopor com iguarias do PA

A partir de terça, 14, cada passageiro só poderá levar bagagem de mão.
Despachar alimentos em isopor nas viagens de avião vai ficar bem mais caro.

Nesta terça-feira (14), entrará em vigor a nova resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que permite às companhias aéreas cobrar pelo despacho de bagagem dos passageiros, e limita que cada pessoa leve uma bagagem de mão de até 10 kg. A mudança pode representar o fim do costume paraense de despachar isopor repleto de iguarias da culinária local.

“A gente vai tirar do bolso pra pagar bagagem? Além de pagar passagem, tem de pagar bagagem! O peso que eles dão é muito pouco: 10 kg. Não é nada, só a mala pesa isso”, reclama Francisco Pereira, que diz ter o hábito de levar o isopor com comidas típicas em suas viagens.

Naiara Silva diz que antecipou a viagem para a visitar a mãe, em Manaus, para poder levar o isopor com os produtos do Pará. “Eu já preveni e comprei a passagem pro dia 13, porque depois, eu já não poderia levar o isopor. E eu gosto de levar peixe, essas coisas do Pará, pra minha mãe, que mora em Manaus. Se eu comprasse a passagem pra amanhã, eu não ia poder levar nada”, diz.

Antes da mudança, cada passageiro tinha o direito de despachar uma bagagem de 23 jk, em voos domésticos, e dois volumes de 32 kg em voos internacionais. Agora, só será permitida uma bagagem de mão de 10 kg. Se precisar despachar, a companhia aérea irá cobrar pelo serviço.

Comerciantes que vendem produtos alimentícios já preveem prejuízos. Nazareno Alves diz que costuma receber encomendas de açaí, que são levadas nas viagens de avião. “Muita gente gosta de levar os produtos paraenses pra outros estados. Todo mundo que vem, gosta de levar não só o açaí, mas a farinha, o tucupi, o peixe porque ficam com saudade dos produtos daqui. Então, essa mudança é um retrocesso pra gente”.

Para especialistas, as novas regras da Anac não trazem nenhuma vantagem ao consumidor.  O Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor) quanto o Ministério Público Federal (MPF) já se manifestaram contrários à medida, alegando que ela é um “retrocesso na defesa do consumidor”. Tanto o MPF como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entraram com ações na Justiça pedindo anulação das novas regras por meio de liminar. O Senado aprovou um projeto proibindo o fim da franquia, mas a matéria ainda tem que ser analisada pela Câmara dos Deputados.

“Por tratar-se de uma venda casada, o consumidor vai sair perdendo. Não tem nenhuma vantagem em relação a isso. Eles dizem que o preço do bilhete vai ser mais barato, mas não tem controle, o sistema não tem esse controle. Quando você vê, estará pagando mais do que estaria pagando antes”, alerta Rose Larrat, diretora jurídica da Associação Brasileira da Agência de Viagens.

Por meio de nota, a Anac informou que poderá intervir caso as empresas aéreas não ofereçam boas condições aos consumidores, depois que as novas regras para o transporte aéreo de passageiros entrarem em vigor.

Fonte: G1 PA.
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