Com negociação travada, COP30 entra em seu 13º dia
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago | Imagem: Anderson Coelho/Reuters.
A insatisfação após a publicação do segundo rascunho do documento final foi percebida em todos os cantos desta COP30. A ministra da Espanha, Sara Aagesen, considera o momento “difícil” e defende que as equipes trabalhem mais numa versão mais robusta. As principais críticas são a ausência no rascunho de uma proposta para o fim da queima dos combustíveis fósseis e falta de clareza de financiamento para adaptação dos países mais vulneráveis.
Ao longo do dia, observadores da sociedade civil e cientistas criticaram o rascunho do documento liberado pela manhã, mas evitaram o pessimismo. “A solução não é ir embora, jogar fora, acabar tudo. A gente tem que trabalhar. A gente tem tempo ainda para encontrar um texto que seja melhor”, disse à DW Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil.
Os temas que emperram o texto final são combustíveis fósseis, financiamento para adaptação, medidas unilaterais de comércio relacionadas ao clima e a insuficiência das NDCs — os planos nacionais de ação climática. “O esforço é para que se alcance os melhores resultados, mas o tempo não pode ser o impedimento para que se faça o debate necessário em algo tão complexo que tem que ser decidido por consenso”, disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ontem à imprensa.
A pressão por uma linguagem mais forte sobre combustíveis fósseis tem acirrado o clima. União Europeia, Colômbia, Chile e Panamá defendem um mapa do caminho para superar a dependência desses combustíveis, enquanto países árabes resistem a qualquer menção ao tema. A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Irene Vélez-Torres, afirmou na manhã de ontem que os países que estão mobilizados pela inclusão do mapa do caminho para abrir mão de petróleo, carvão e gás no acordo final da COP30 não irão abrir mão desta demanda.
O mapa do caminho rumo ao abandono do petróleo ganhou força após uma provocação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso de abertura na COP30. A ideia cresceu ao longo da conferência e foi abraçada pela Colômbia, que formou uma coalizão para pressionar os negociadores e ganhou adesão de 80 países. Ministros e ministras da Alemanha, Dinamarca, Austrália, Tuvalu e Ilhas Marshall apoiam publicamente a proposta.
Países em desenvolvimento criticam falta de financiamento. Em paralelo, a Índia, falando pelo bloco LMDC (dos países em desenvolvimento com pensamento semelhante, em livre tradução), reforçou críticas à falta de financiamento e afirmou que países em desenvolvimento não podem seguir o mesmo ritmo da Europa. Já a China adotou um tom mais político, pedindo “consenso” e um sinal de que o multilateralismo ainda funciona.
COP30 pode acabar sem acordo, alerta comissário da UE. A União Europeia afirmou ontem que não descarta a possibilidade de a COP30 terminar sem acordo, após o novo rascunho apresentado pela presidência brasileira retirar qualquer referência ao abandono dos combustíveis fósseis. “O que está sobre a mesa agora é inaceitável”, disse o comissário europeu para o Clima, Wopke Hoekstra. “Estamos muito longe de onde deveríamos estar e isso pode acabar sem acordo.”
Apesar do cenário de impasse, um ponto avança sem resistência: o mapa do caminho do desmatamento. Ele é considerado consenso entre os blocos, embora o texto ainda não detalhe como será implementado.
Fonte: UOL e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 22/11/2025/10:26:19
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