Comissão da OAB Santarém apura se houve negligência no atendimento à advogada que morreu no HMS

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Paula Janyne Campos morreu dia 19 de abril — (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Paula Janyne que estava com gravidez ectópica morreu dia 19 de abril

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção Santarém, oeste do Pará, criou uma comissão para acompanhar as investigações acerca da morte de uma advogada, no Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), no dia 19 de abril. Com gravidez ectópica, Paula Janyne Campos, de 26 anos, teve hemorragia e parada cardiorrespiratória.

De acordo com o advogado que representa a família, Fábio Camargo, a advogada deu entrada no Pronto Socorro com fortes dores abdominais na noite do dia 18. Ao ser identificado, através de exames clínicos e de imagem que se tratava de uma gestação ectópica, onde o feto se desenvolve fora do útero, o médico que fez o atendimento solicitou o procedimento cirúrgico que deveria ter sido feito imediatamente, devido o alto risco para a vida da paciente.

“Foi observado que ela estava com sangramento e líquido na região abdominal e teria que fazer intervenção cirúrgica com urgência, e assim ele procedeu para o preparatório para o ato cirúrgico. Pediu que fosse acionado o anestesista, no entanto, passou-se mais de 3h e ele não veio ao hospital para ser feito a cirurgia. Por volta de 6h a Paula teve a primeira parada cardiorrespiratória, por choque hipovolêmico em face à hemorragia que estava tendo”, contou Fábio Camargo.

Ainda segundo o advogado, Paula Janyne ficou esperando pela cirurgia até o dia seguinte, já que não tinha anestesista de plantão no hospital.

“A demora no atendimento e o procedimento cirúrgico tardio foi um fato relevante para que ela evoluísse a óbito. Continuaram a reanimação, ela voltou. O procedimento cirúrgico foi realizado, a hemorragia se conteve, posteriormente ela foi para a UTI e infelizmente não resistiu”, completou.

Fábio Camargo disse que as informações ainda não são concretas, mas que o advogado da família, assim como os membros da comissão formada pela OAB devem solicitar esclarecimentos.

“As informações serão apuradas tanto pela Polícia Civil quanto pelo Ministério público. Nós acreditamos também que para a comissão o Hospital deverá, no mínimo, demonstrar transparência”, concluiu.

O advogado ressaltou ainda que serão observados os motivos para o não-cumprimento da Resolução nº 1451/95 do Conselho Federal de Medicina (CFM) que diz que um Pronto Socorro deve contar com uma equipe de plantão no local, sendo anestesista, clinica médica, cirurgião geral, pediatra e ortopedista.

Neste caso especifico, o anestesista estaria de sobreaviso e não de plantão no Hospital, por isso não foi possível localizá-lo para fazer a cirurgia que deveria ser feita imediatamente.

“Caso venha se comprovar que houve omissão, responde todo o conjunto, diretor técnico, diretor do hospital e secretária municipal de Saúde. O intuito é responsabilizar todos os envolvidos nesse acontecimento”, concluiu.

Gravidez ectópica

A gravidez ectópica ocorre quando o feto se desenvolve fora do útero. No caso da advogada, a gravidez se desenvolvia nas trompas. A região é muito delicada e por ter vários vasos sanguíneos o risco de morte por hemorragia é alto.

A gravidez ectópica acontece em 1% de todas as gestações do mundo e dentro deste 1% das ectópicas, a possibilidade de se desenvolver no ovário é de 1%.

Posicionamento do Hospital

À reportagem da TV Tapajós, o Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo informou que uma sindicância foi aberta para apurar o caso. A comissão da sindicância é composta por médicos, representantes do Conselho Regional de Medicina (CRM), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além do diretor do Hospital.

O prazo para conclusão da sindicância é de 40 dias.

Por:G1 Santarém — PA

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