Computação quântica e criptografia: desafios para o futuro das criptomoedas

Foto: Art Rachen /Unsplash | Computação quântica e criptografia: desafios para o futuro das criptomoedas.

A computação quântica, ainda em fase experimental, já desperta intensos debates sobre seus efeitos no setor financeiro digital. À medida que as moedas virtuais se consolidam como instrumentos de pagamento e reserva de valor, cresce a preocupação com a resiliência das bases criptográficas que sustentam essas redes.

A possibilidade de que novas velocidades sejam capazes de resolver em minutos cálculos hoje considerados inviáveis coloca em dúvida a segurança que permitiu a expansão do bitcoin e das stablecoins. Ao mesmo tempo, pesquisadores trabalham em protocolos pós-quânticos para preservar a confiança nesse mercado em rápido crescimento.

A fragilidade dos algoritmos atuais diante do poder quântico

No coração de praticamente todas as criptomoedas estão algoritmos de chave pública, como RSA e curvas elípticas, que funcionam bem frente aos computadores tradicionais. Porém, com a entrada em cena da computação quântica, essas proteções podem se revelar insuficientes. Basta que se atinjam capacidades vantajosas de milhares de qubits para que técnicas teóricas, como o algoritmo de Shor, possam quebrar a privacidade das chaves.

Esse risco não é apenas teórico: grandes bancos e plataformas de pagamento digital monitoram de perto o progresso da área. Em serviços que já utilizam carteiras digitais ou opções de  aposta esportiva em criptomoedas , a preocupação com transações seguras e verificáveis ganha relevância, já que a confiança do usuário depende de regras transparentes e confirmações instantâneas. O mesmo vale para qualquer negociação em ativos digitais que necessite manter integridade frente a um ambiente tecnológico em transformação.

Crescimento das stablecoins e o impacto de um cenário de vulnerabilidade

O mercado de stablecoins chama atenção pelo dinamismo. Essas moedas, vinculadas a ativos derivados como o dólar, oferecem menor volatilidade em relação a criptomoedas originais. As projeções apontam um valor de 251,7 bilhões de dólares em circulação em 2025, com possibilidade de atingir 1,1 trilhão em 2035. A expansão da confiança desperta entre empresas e consumidores, mas também amplia a superfície de ataque caso os métodos de criptografia sejam fragilizados.

Quem adota tais instrumentos ambiciona previsibilidade em pagamentos, liquidação rápida e menor exposição ao risco cambial. Porém, se um computador quântico fosse capaz de comprometer assinaturas digitais, ocorreria um efeito em cadeia, comprometendo a infraestrutura de stablecoins, bolsas de negociação e até sistemas de liquidação globais. Não se trata apenas de uma ameaça abstrata, mas de um desafio com consequências macroeconômicas.

Limitações e prazos realistas da computação quântica

É importante situar a discussão nos limites técnicos atuais. Embora os laboratórios tenham avançado avanços notáveis, a computação quântica enfrentou ainda obstáculos de escala, correção de erros e estabilidade de qubits. A realização de operações consistentes de ampla complexidade ainda exige condições extremamente controladas, com temperaturas baixíssimas e sistemas de isolamento sofisticados.

Estimativas indicam que somente dentro de uma ou duas décadas poderá ser factível dispor de máquinas suficientemente poderosas para ameaçar diretamente as chaves criptográficas mais comuns . Mesmo assim, a urgência é real: empresas e governos precisam desenvolver protocolos alternativos com antecedência, sob o risco de ficarem vulneráveis a ataques retroativos, em que dados interceptados hoje sejam decifrados no futuro. Essa corrida contra o relógio adiciona uma camada de pressão ao ecossistema financeiro digital.

Criptografia pós-quântica como linha de defesa

Para atenuar esse risco, surge a criptografia pós-quântica, categoria de métodos projetados para resistir tanto a computadores clássicos quanto a quânticos. Essas técnicas incluem sistemas baseados em reticulados, códigos de correção e funções resistentes, hoje testados em diferentes consórcios. A escolha dessas ferramentas precisa equilibrar segurança, velocidade e consumo de recursos, visto que redes de criptomoedas excluem capacidade de processar milhões de transações sem comprometer a descentralização.

Agências de padronização em diferentes países já promovem competições para selecionar algoritmos adequados, evitando aplicações em comunicações críticas, desde documentos de Estado até negociações comerciais privadas. Ao implementar soluções pós-quânticas em protocolos de blockchain, os desenvolvedores buscam garantir que a confiança dos usuários se mantenha mesmo diante de transformações revolucionárias no poder computacional. A integração, no entanto, não é trivial, dado que envolve compatibilidade com sistemas legados e custos de implementação.

Papel de reguladores e instituições financeiras

Como as autoridades financeiras acompanham de perto essa questão, pois a estabilidade de pagamentos digitais está diretamente vinculada à segurança criptográfica. Os reguladores buscam equilibrar a inovação com proteção sistêmica, conduzindo consultas sobre padrões técnicos que possam garantir a continuidade dos serviços numa era quântica. Instituições como bancos centrais estudam a convivência entre moedas digitais soberanas  e stablecoins privadas, considerando estratégias de migração gradual para novas formas de criptografia.

Há ainda o desafio de comunicação com o público, de modo a evitar pânico injustificado diante de conceitos altamente técnicos. A colaboração entre o setor público e privado aparece, nesse contexto, como essencial. Sem ela, o risco de fragmentação das soluções aumenta, o que poderia provocar incompatibilidades regionais e insegurança jurídica. Assim, a governança se torna um componente tão importante quanto à matemática nas decisões de transição.

Perspectivas para o futuro das redes descentralizadas

Diante desse panorama, a pergunta central é como as redes descentralizadas irão se adaptar. Parte da resposta reside na natureza aberta do desenvolvimento de blockchain, em que as comunidades podem fornecer e validar atualizações coletivas. Essa flexibilidade permite que novos algoritmos de assinatura sejam adotados por consenso, resguardando a continuidade histórica dos registros. Contudo, nem todos os projetos reúnem modernidade organizacional para coordenar mudanças dessa escala.

Outra via é a diversificação de soluções, com diferentes blockchains testando estratégias específicas de proteção. Embora tal fragmentação dificulte a interoperabilidade, ela também aumenta a resiliência do ecossistema como um todo, diminuindo a dependência de um único método. A longo prazo, a forma como os usuários reagem às possibilidades tecnológicas será determinante, pois sem confiança social mesmo os modelos mais robustos técnicos podem perder atração.

Fonte: Serpier e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 27/10/2025/13:59:09

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