Construção de hidrelétrica pode levar botos à extinção

image_pdfimage_print

Estudo publicado em revista científica mostra que impacto poderá ser drástico.

A construção de novas usinas hidrelétricas no rio Tapajós, no Pará, poderá prejudicar a conservação das espécies de botos tucuxi e cor-de-rosa, aponta estudo publicado na revista científica Endangered Species Research. Segundo a organização não governamental World Wide Fund (WWF) Brasil, 12 empreendimentos hidrelétricos estão em processo de licenciamento na bacia do Tapajós. De acordo com o estudo, a instalação de hidrelétricas poderia resultar até em um processo de extinção destas espécies no rio Tapajós.

De acordo com a organização sem fins lucrativos, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) já havia negado, ano passado, uma concessão de licença ambiental  para a usina de São Luiz do Tapajós, prevista para ser construída futuramente. Os transtornos que a obra causaria na população indígena Munduruku foram, na ocasião, a justificativa para a não instalação do megaprojeto hidrelétrico.

A entidade chama atenção dos pesquisadores e outros especialistas sobre os riscos que a instalação provocará à população dos animais que vivem no trecho do Tapajós. Conforme um artigo publicado semana passada, no site da entidade, as cientistas e pesquisadoras do Instituto Mamirauá, Miriam Marmontel e Heloíse Pavanato, analisaram o rio para descobrir a quantidade de botos, das duas espécies, que existem na localidade e os possíveis resultados que a barreira poderá causar no curso dos botos. Entretanto, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) considera insuficientes os dados obtidos no Tapajós.

“Sabemos que os botos são muito afetados pela construção de barragens hidroelétricas. Uma barragem é um obstáculo físico intransponível, mesmo para os botos, exímios nadadores”, explica Miriam Marmontel, líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Para ela, as pesquisas indicam o provável isolamento de subpopulações dos botos acima e abaixo dessas barragens – assim como a baixa variabilidade genética resultante destas subpopulações -, podendo levar a um processo de extinção desses animais no âmbito local.

“Um fato como este traria consequências drásticas para todo o sistema do rio. Os botos, por se alimentarem de peixes, estão no topo da cadeia alimentar. Então, eles têm o potencial de refletir o que acontece em toda a cadeia trófica”, diz Heloíse Pavanato, uma das autoras do estudo, por meio do WWF Brasil.

Segundo a especialista, a pesquisa revela ainda a necessidade de se olhar à Amazônia não só do ponto de vista da floresta – que cobre a maior parte do território da região -, mas pela biodiversidade que habita os rios, que por sua vez integram um sistema complexo que ajuda a sustentar de pé a floresta tropical.

“É a primeira vez que se se faz um estudo sobre as espécies de uma bacia hidrográfica antes do processo de licenciamento de uma obra de grande porte. Os resultados poderão redirecionar os empreendimentos ou mesmo ajudar a repensar modelos de desenvolvimento para a região amazônica”, afirma Heloise. No site www.wwf.org.br é possível encontrar o artigo na integra e mais informações disponibilizadas por Jaime Gesisky, da WWF-Brasil.

Fonte: ORMNews.
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro)   E-mail:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

%d blogueiros gostam disto: