Coreia do Sul retira embargo da carne de frango do Brasil

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Operação Carne Fraca: Nas exportações brasileiras de frango no ano passado, a China comprou 14,45% do total e a Coreia do Sul, 2,85% © Tasso Marcelo|Estadão Nas exportações brasileiras de frango no ano passado, a China comprou 14,45% do total e a Coreia do Sul, 2,85%

Alguns dos maiores importadores de carne do Brasil anunciaram na segunda-feira, 20, restrições à compra do produto, o maior efeito econômico até agora da Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta-feira pela Polícia Federal. União Europeia, China e Chile anunciaram algum tipo de restrição às exportações. A Coreia do Sul que havia se juntado ao grupo de importadores, anunciou na abertura do mercado, nesta terça-feira, 21, ter voltado atrás, porém intensificando a vigilância. Juntos, esses mercados representam cerca de 35% das vendas externas de carne bovina do Brasil.

Preocupado com os efeitos da operação da PF sobre as exportações, o presidente Michel Temer autorizou o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a endurecer nas negociações, para evitar o fechamento dos mercados à carne brasileira. “Comércio é assim, às vezes tem cotovelada”, comentou o ministro. “Se tiver de ter uma reação mais forte, farei com toda tranquilidade.”

Ele falava sobre a hipótese de o Chile adotar uma suspensão total à importação da carne brasileira, embora o governo brasileiro não tivesse ontem clareza sobre a extensão das medidas restritivas chilenas. Blairo lembrou que o Brasil importa produtos de lá e, se for o caso, poderá adotar restrições a eles.

Ontem, o governo fazia uma corrida contra o tempo para evitar que países suspendam de forma mais definitiva as importações de carne brasileira. “Seria um desastre”, disse Maggi. “Eu torço, rezo, penso e trabalho para que isso não acontecer.” Ele disse que um eventual embargo às importações levaria anos para ser revertido. Na crise da vaca louca, em 2012, a China passou três anos sem comprar o produto brasileiro.

As primeiras reações dos países compradores mostram, por enquanto, um prejuízo limitado às vendas brasileiras de carne. A China, principal mercado do País, comunicou que os embarques do Brasil não serão desembaraçados, ou seja, não deixarão a área do porto, até que haja explicações adicionais das autoridades brasileiras. Estava programada para a noite de ontem uma teleconferência entre autoridades brasileiras e chinesas para prestar os esclarecimentos necessários.

Outro mercado importante, a União Europeia suspendeu a compra dos 21 estabelecimentos suspeitos, uma decisão vista com certo alívio pela área técnica, que temia uma medida mais forte. Em sintonia, o Brasil deixou de emitir autorização para esses frigoríficos venderem para a Europa. De acordo com o ministério, quatro frigoríficos da lista efetivamente exportam para lá. Entre eles, estão a BRF e a JBS.

A Coreia do Sul abriu recentemente seu mercado, comprando da BRF.

“Ontem (domingo) eu estava preocupadíssimo; hoje (ontem), estou preocupado”, comentou o ministro. Ele encara como “natural” a hipótese de os 33 países que importaram dos frigoríficos investigados pedirem informações adicionais e até mesmo adotarem novas restrições. “Daqui pra frente, pode tudo, mas temos nossos argumentos”, disse. O Brasil tem insistido que o sistema de controle sanitário é sólido. Os funcionários suspeitos foram afastados.

De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exportações para China, Chile, União Europeia e Coreia do Sul representaram no ano passado 34,42% das exportações da carne bovina e 20,16% das de frango. No caso da carne bovina, as vendas ao mercado externo somaram US$ 4,344 bilhões, dos quais 16,71% foram adquiridos pela China, principal comprador, e 11,24% pela UE. Nas exportações de frango, que somaram US$ 5,946 bilhões no ano passado, a China comprou 14,45% do total e a Coreia, 2,85%. / COLABORARAM JAMIL CHADE E LORENNA RODRIGUES

Fonte: MSN.
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