Corregedoria vai abrir inquérito para investigar agressão de Policiais Militares a pedreiro que teve a perna quebrada no Pará

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Maxdiego quebrou a perna direita, foi levado em uma viatura ao hospital; ele fez cirurgia em Santarém — Foto: Reprodução/Facebook

Caso aconteceu em um distrito de Prainha e ganhou repercussão nas redes sociais no fim de semana. Maxdiego passou por cirurgia em hospital de Santarém; outra denúncia sobre uso de veículo oficial também será apurada.

A Corregedoria da Polícia Militar em Santarém, no oeste do Pará, vai abrir inquérito para apurar as agressões sofridas por um pedreiro no distrito de Santa Maria do Uruará, em Prainha. A vítima contou ao G1 que foi agredida e teve a perna quebrada por uma guarnição do Posto de Policiamento Destacado (PPD) que atende a região e pertence ao 18º Batalhão Gurupatuba, em Monte Alegre.

O caso ganhou repercussão nas redes sociais durante o último fim de semana. De acordo com a Corregedoria da PM, um oficial será colocado à frente do caso para as apurações. O órgão não é subordinado ao Comando de Policiamento Regional -1 (CPR-1), responsável pelos municípios da região, e sim à Corregedoria em Belém.

O comandante do CPR-1, coronel Aldemar Maués, informou que tomou conhecimento da situação pela imprensa e que os procedimentos necessários ao casos serão adotados, visto que uma pessoa ficou com a perna quebrada.

“É instaurado o inquérito policial ou sindicância para identificar quem são essas pessoas. Se esse fato tiver sido cometido por um policial, com certeza irá responder e ser responsabilizado por essa atitude que não é o que a Polícia Militar prega nas nossas atuações”, disse.

‘Me agrediram com cassetete, pisão e socos’

As agressões ao pedreiro aconteceram na sexta-feira (10) durante uma festa de aniversário da esposa da vítima. De acordo com Maxdiego de Araújo, a guarnição foi até a casa da família pela primeira vez e pediu para encerrarem a comemoração, por volta das 22h.

Ainda segundo o pedreiro, minutos depois a guarnição retornou ao local, mas Maxdiego já não estava na residência. Nesse momento, um sobrinho do pedreiro foi agredido pelos policiais. O momento foi registrado em vídeo (confira abaixo).

Ao G1, Maxdiego contou ainda que depois dos policiais agredirem o seu sobrinho, os PMs saíram na viatura e o encontraram na rua. Ele estava com um amigo em uma motocicleta, e tinham ido comprar uma grade de cerveja. “Eram quatro policiais. Eles só mandaram parar a moto, foram me puxando de cima me agredindo com cassetete, pisão e socos”, disse.

Após as agressões, o pedreiro havia dito aos policiais que estava sentindo dores na perna e que achava que a mesma estava quebrada. “Eles me colocaram em cima da viatura e levaram para o hospital. Depois os enfermeiros me encaminharam para Prainha”, ressaltou.

Em relação ao vídeo onde aparecem policiais agredindo o sobrinho do pedreiro que teve a perna quebrada, o comandante do CPR-1 informou que esse não é protocolo que a PM segue. “Não é isso que a Polícia Militar prega para os seus policiais, não é esse tipo de atitude que a gente quer. Tem que ser apurado quem são os policiais, se de fato são policiais”, contou Maxdiego.

Outras agressões

O pedreiro contou ainda que essa não é a primeira vez que alguém é agredido por policiais no distrito de Santa Maria do Uruará. Outros casos já ocorreram. O G1 ouviu duas pessoas que disseram ser vítimas das agressões. As duas pessoas pediram para não serem identificadas. Segundo elas, o caso aconteceu no mês de abril deste ano próximo.

Um tinha ido comprar cerveja e foi parado na rua pela guarnição. “Eles já tinham ido à minha casa, foram me parando na rua e me batendo. Quanto mais eu perguntava porque eles estavam fazendo aquilo, mais eles me batiam. A gente não pode falar porque eles falam que é desacato. Me bateram tanto que meu ouvido estourou”, contou a vítima.

A outra pessoa agredida contou ainda que viu a situação e pediu para os policiais pararem. No entanto, os policiais também teriam o agredido.

“Eu tava meio longe, aí os policiais já chegaram batendo e perguntando onde eles tinham comprado a bebida. Eu disse para eles não fazerem aquilo, aí eles vieram pra cima de mim e me bateram”, disse a outra vítima.

Uso de viaturas

Outra denúncia que chegou ao conhecimento do CPR-1 e que a Corregedoria da Polícia Militar do Pará também vai investigar é o uso de uma viatura usada por homens sem farda, também no distrito de Santa Maria do Uruará.

No vídeo, aparece a viatura em frente a um estabelecimento que seria um bar. Dois homens saem de dentro do local com sacolas e entram no veículo oficial da PM.

O comandante do CPR-1 ressaltou que em locais distantes dos grandes centros os policiais moram nos Postos de Policiamento, mas que isso não justifica o uso da viatura por policiais à paisana.

Por Geovane Brito, G1 Santarém — Pará

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