Crise no setor madeireiro causa estragos em Novo Progresso

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O setor florestal madeireiro já estava agonizante –  à atividade madeireira é a principal fonte geradora de emprego e renda em Novo Progresso e região. Após ação do Ibama, os empresários, entraram em depressão e tiveram dramaticamente agravados os seus problemas empresariais.   A crise faz aumentar os problemas  sociais. Entre eles, a violência urbana, assaltos, assassinatos (e já agora também rural), o consumo de drogas e a exploração sexual infanto juvenil.

Floresta Verde
Floresta Verde

Indústrias fecham as portas em Novo Progresso

Novo Progresso, chegou  a abrigar nos bons tempos, algumas das maiores indústrias madeireiras do Brasil. Dessa época faustosa – e relativamente recente – remanescem alguns nomes como Marajoara, Beling, Inemart,  RB, Madenorte, Taiga, Três Pinheiros, Cedrão, Buriti, Tozeto, Bonardi, W19 e tantos outros, de indústrias que fizeram história e contribuíram para o crescimento econômico da região. A Três Pinheiros foi fechada há cerca de seis anos e dela só resta hoje um patrimônio em instalações e equipamentos que exige vigilância permanente para evitar depredação. A Ysatayton, empresa brasileira controlada por japoneses, paralisou suas atividades em 2010.

Passado estes tempos as poucas que ainda persistem  vivem na repressão dos órgãos ambientais  e passam a maior parte do tempo paradas. A pergunta que muito se faz hoje, em Novo Progresso se é em toda a região, é para saber se o fechamento dessas indústrias servirá pelo menos, para evitar a devastação da Amazônia. Para a maioria dos empresários do setor, o discurso sobre desmatamento não passa de catastrofismo de ficção. Há vinte anos, segundo eles, existiam na região dez vezes mais serrarias do que existem hoje e todas elas serravam ypê, mogno, jatobá, cedro etc… Como não havia fiscalização, teria sido fácil acabar com tudo. Hoje continua.

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Crise deve persistir por mais tempo

A crise instalada no setor madeireiro, vem desde o final de 2010, deve levar ainda muitos anos na melhor das hipóteses, enquanto  a Secretaria de Estado de Meio Ambiente mantiver o nível atual de eficiência e celeridade na apreciação de projetos e na emissão de licenciamentos ambientais. Esse cenário leva em conta também uma perspectiva de recuperação do mercado nacional e  internacional, ainda bastante retraídos desde a crise financeira que abalou os mercados e nunca mais revitalizou.

Novo Progresso foi e é prejudicado com está decadência,  nesta época tínhamos na região e no município em torno de 100/180 serrarias, de diferentes portes. Dois anos depois, elas começaram a fechar, desencadeando-se a partir daí um processo de encolhimento contínuo que perdura até os dias de hoje.

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AGRAVAMENTO

Com o agravamento da situação,  desapareceram as pequenas serrarias, no primeiro momento e depois as de porte médio, restando destas últimas somente poucas unidades. As grandes serrarias também foram devastadas. As poucas que conseguiram sobreviver tiveram que se desfazer de quase todos os seus equipamentos e passaram a operar com reduzido número de operários. “Até a fábrica de cabo de vassoura foi fechada”. As marcenarias sobrevivem com material descartado, a matéria prima  não existe mais.

É fácil de entender desde estes tempo que  a Sema praticamente interrompeu os processos de licenciamento (manejo florestal), as madeireiras de Novo Progresso na sua maioria  esgotaram seus estoques (créditos) e passaram a operar sem.

Nesses últimos três anos,  as indústrias madeireiras sofreram  uma quebradeira geral e milhares de trabalhadores perderam o emprego, só o município de Novo Progresso  contabilizava nada menos que 25 projetos de manejo pendentes de decisão da Secretaria de Meio Ambiente (Sema). E não se tratava de papelada recente, muito pelo contrário. Segundo revelou na ocasião o Presidente do SIMASPA , Osvaldo Romanholi, esses processos aguardavam análise e liberação da Sema desde 2006.

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CAOS

“Novo Progresso vive uma situação dramática; estamos mergulhados no caos social. É louvável que se tente combater a ilegalidade, mas ao mesmo tempo, é preciso que se criem alternativas para a sobrevivência dessas famílias”. A pressão do governo federal, ao generalizar as medidas de controle ambiental, por puro desconhecimento da realidade regional, está penalizando os municípios da região.

O fechamento de indústrias madeireiras causa, sem dúvida, transtornos para a economia do município e acarreta complicações ainda maiores na área social, onde já existem problemas graves. Mas a dificuldade maior experimentada por Novo Progresso  – e também pelos demais municípios da região – acaba sendo mesmo a ausência do governo, seja ele o Estado ou a União.

O setor no município de Novo Progresso vive o período mais crítico de demissões em massa nas serrarias, com a maioria das serrarias lacradas, ou embargadas, a solução dos empresários  foi dar baixa nas carteiras, a sorte daqueles que se enquadram no  benefício do seguro-desemprego,  para tornar menos aflitiva a situação dos trabalhadores e de suas famílias.

Preocupação

“A preocupação maior é com o que vai ocorrer quando cessar o benefício” (seguro desemprego), Novo Progresso não pode depender unicamente dos empregos gerados pela administração pública e pelo comércio. “O comércio também sente o baque da crise, mas tem procurado reagir através de campanhas promocionais de incentivo ao consumo”.

Solução

Neste momento é indispensável à união das forças influentes do município em torno de um projeto capaz de oferecer uma alternativa econômica assentada em bases sólidas, até como forma de multiplicar as oportunidades de geração de emprego e renda. “Mas, para isso, nós precisamos que o Estado esteja junto. Nada pode justificar a ausência do governo”. Como exemplo, cito a legalização das terras, a facilidade ao acesso a documentos ambientais, a redefinição da Flona Jamanxim e a urgente liberação dos projetos de manejo engavetados junto a Secretaria de meio ambiente estadual, um fôlego das ações do Ibama  e a permanência do governo federal como Incra, terra legal e uma parceria mais forte com o Ministério das Cidades, para encontrar uma alternativa eficiente a altura de todos para gerar renda e emprego para nosso povo.

gm

Por Redação Jornal Folha do Progresso

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