Debaixo de chuva, Bósnia lava a alma na Arena Fonte Nova e elimina o Irã

image_pdfimage_print

Seleção de Safet Susic ignora eliminação precoce, se lança ao ataque
e vence iranianos por 3 a 1, com gols de Dzeko, Pjanic e Vrsajevic

A chuva que caiu nesta quarta-feira em Salvador lavou a alma de europeus e engrossou o choro de asiáticos. Mesmo já eliminados da Copa, os jogadores da Bósnia-Herzegovina se lançaram ao ataque como se a classificação às oitavas estivesse em jogo – justamente o que faltou ao Irã, que de fato tinha possibilidades matemáticas de avançar ao mata-mata pela primeira vez na história. Com postura ofensiva durante os 90 minutos, os europeus mantiveram a alta média de gols da Arena Fonte Nova com uma pequena goleada – 3 a 1, com gols marcados por Dzeko, Pjanic e Vrsajevic, e Reza Ghoochannejad descontando para o Irã -, e selaram a eliminação do Irã do Mundial diante de 48.011 presentes.

Para avançar na competição, o time comandado pelo português Carlos Queiroz precisava de uma ajuda da Argentina diante da Nigéria. Os hermanos fizeram a parte deles e, por 3 a 2, garantiram 100% de aproveitamento e o 1º lugar do Grupo. Mesmo com a derrota, os africanos levaram a segunda vaga na chave pelos quatro pontos somados até entao.

Já Bósnia se despede da Copa em terceiro lugar na chave, com três pontos em três jogos. Na estreia, a seleção foi derrotada por 2 a 1 pela Argentina. Depois perdeu por 1 a 0 para a Nigéria em jogo com gol de Dzeko erradamente anulado pela arbitragem. O Irã, com um ponto conquistado no empate com os africanos na estreia, volta para casa pelo menos com o alívio de não ter passado em branco na competição.
Bósnia domina primeiro tempo morno

As propostas das duas seleções ficaram claras desde o início e contrastavam com as necessidades de cada equipe no grupo. Mesmo já eliminada, a Bósnia-Herzegovina dominava o meio campo e se lançava ao ataque com frequência, com os meias sempre buscando Dzeko. Dependendo de uma vitória e uma combinação de resultados para avançar às oitavas, o Irã se fechou na defesa e apostou nos contra-ataques.

Como consequência da postura em campo, as melhores chances no princípio do jogo foram da Bósnia. Dzeko, em giro de primeira, e depois em cabeçada sem força, obrigou Haghighi a trabalhar. Aos 23 minutos, o camisa 11 finalmente acertou o alvo. Em jogada individual, o atacante limpou a jogada pelo meio e chutou rasteiro, no canto esquerdo, sem chance de defesa para o goleiro iraniano.

Com a classificação às oitavas ainda mais distante – naquele momento Argentina e Nigéria empatavam em 1 a 1 -, o Irã finalmente passou a se a arriscar mais à frente. No lance seguinte ao gol, Shojaei mandou uma bomba no travessão, e no rebote Reza Ghoochannejad completou em posição de impedimento. Foi o bastante para fazer a torcida asiática, em maioria na Fonte Nova, voltar a gritar.

No quesito eficiência, no entanto, os dois times deixaram a desejar. No meio campo, sobraram passes errados, rifadas de bola e faltas duras – o árbitro Carlos Velasco economizou e não distribuiu nenhum cartão. Os europeus ainda finalizaram em direção ao gol duas vezes, com Vrsajevic, que chutou torto após bela arrancada, e Ibisevic, que tentou de fora da área. Do lado iraniano, parecia haver ansiedade para que o intervalo chegasse logo e para que os atletas recebessem alguma instrução salvadora do técnico Carlos Queiroz.

No segundo tempo, Irã marca pela primeira vez no Mundial

O segundo tempo manteve um padrão parecido com o da primeira etapa. O Irã até de lançou mais ao ataque. Mas Dejagah foi flagrado em posição de impedimento duas vezes seguidas. O clima do jogo ficou quente quando Timotian deu uma entrada dura em Besic, que quis tomar satisfação e foi contido pelos companheiros. O árbitro, mais uma vez, preferiu ficar só na base da conversa.

A Bósnia cresceu em campo e voltou a se lançar ao ataque. Após boa triangulação, Pjanic apareceu livre para toacar na saída de Haghighi e ampliar para 2 a 0. Tranquilos, os europeus se deram ao luxo de desperdiçar uma série de boas oportunidades. Na única brecha que teve, o Irã desencantou no Mundial. Nekounam cruzou pela esquerda e Reza Ghoochannejad descontou. A comemoração, porém, durou pouco. Em contra-ataque log após a saída de bola, Vrsajevic chutou cruzado para reestabelecer a vantagem bósnia: 3 a 1.

Nos últimos minutos de jogo, muita polêmica e confusão.  Os ânimos se acirraram a cada falta mais dura, e Karim Fard recebeu cartão amarelo após reclamar acintosamente pedindo pênalti. Atrás de um placar ainda mais elástico para se despedirem do Brasil com honra, como disseram durante as entrevistas da véspera, os bósnios seguiram buscando o quarto gol em contra-ataques. Não tiveram novo sucesso, mas o 3 a 1 era o bastante para deixá-los com a alma lavada.

Fonte: Globo Esporte.

Publicado por Folha do Progresso fone para contato Cel. TIM: 93-81171217 e-mail para contato: folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

%d blogueiros gostam disto: