Desaparecido político é identificado entre ossadas depois de 47 anos

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Laboratório da Bósnia consegue identificar ossada de desaparecido político brasileiro

Casemiro foi torturado e assassinado por agentes da repressão da ditadura militar em 1971.
(Foto   Divulgação) – Foi identificado o primeiro desaparecido político desde a retomada dos trabalhos de análise das ossadas do Cemitério de Perus, na zona norte paulistana, em 2014. A partir de exames de DNA realizados pela Comissão Internacional de Pessoas de Desaparecidas foi atribuída a identidade de Dimas Antonio Casemiro aos restos mortais encontrados no ossário.

Foto de setembro de 1990 mostra funcionário colocando em sacos plásticos cerca de 1.500 ossadas encontradas em uma vala do cemitério Dom Bosco em Perus, Zona Norte da capital. (Foto: Itamar Miranda/Estadão Conteúdo/Arquivo)
Foto de setembro de 1990 mostra funcionário colocando em sacos plásticos cerca de 1.500 ossadas encontradas em uma vala do cemitério Dom Bosco em Perus, Zona Norte da capital. (Foto: Itamar Miranda/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Com então 25 anos, Casemiro foi torturado e assassinado por agentes da repressão da ditadura militar (1964-1985) em 1971. Militante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares e do Movimento Revolucionário Tiradentes, ele teve a morte acobertada, segundo a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, com um falso relato de tiroteio em 19 de abril daquele ano.

Dimas Antônio Casemiro é de Votuporanga, no interior de São Paulo (Foto: Reprodução/ Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos)
Dimas Antônio Casemiro é de Votuporanga, no interior de São Paulo (Foto: Reprodução/ Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos)
Dimas Antônio Casemiro é de Votuporanga, no interior de São Paulo (Foto: Reprodução/ Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos)
Dimas Antônio Casemiro é de Votuporanga, no interior de São Paulo (Foto: Reprodução/ Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos)

O processo de investigação sobre as ossadas de Perus tem um histórico de quase 30 anos. A vala clandestina foi aberta em setembro de 1990, durante a gestão da então prefeita Luiza Erundina. No local, foram encontradas 1.049 ossadas sem identificação de vítimas de esquadrões da morte, indigentes e presos políticos. Na época, a prefeitura determinou a apuração dos fatos e fez um convênio com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para a identificação das ossadas. Até hoje, apenas três pessoas tiveram as identidades confirmadas. Entre elas, o irmão de Dimas, Dênis Casemiro.

O trabalho foi interrompido e, em 2002, as ossadas foram levadas para o Cemitério do Araçá, na capital paulista, sob responsabilidade da Universidade de São Paulo (USP). Em 2014, por meio de cooperação da antiga Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) do governo federal (atual Ministério dos Direitos Humanos), da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o trabalho de identificação dos restos mortais resgatados da vala clandestina do cemitério de Perus foi retomado.

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Fotos de desaparecidos políticos estão no Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), da Unifesp, onde ossadas foram limpas e amostras foram selecionadas (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)
Fotos de desaparecidos políticos estão no Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), da Unifesp, onde ossadas foram limpas e amostras foram selecionadas (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

Por: EBC

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