Dilma diz se sentir ‘injustiçada’ por decisão sobre impeachment

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A presidente Dilma Rousseff afirmou, em pronunciamento nesta segunda-feira (18) no Palácio do Planalto, que se sente injustiçada com a decisão da Câmara dos Deputados sobre o prosseguimento do processo de impeachment ao qual responde.

Por 367 votos a 137, os deputados aprovaram autorizar a abertura do processo no Senado, instância responsável por julgar se a presidente cometeu crime de responsabilidade.

Dilma afirmou que se sente injustiçada, entre outras razões, porque a sessão da Câmara foi presididida por alguém que é acusado de ter contas ilegamente no exterior, em referência ao deputado Eduardo Cunha.

“Também me sinto injustiçada por não permitirem nos últimos 15 anos que eu tenha governado num clima de estabilidade política”, declarou.

Segundo a presidente, a injustiça também é praticada porque, afirmou, não cometeu crime de responsabilidade e devido a um suposto tratamento diferenciado.

“Não há crime de responsabilidade. Os atos pelos quais eles me acusam foram praticados por outros presidentes da República antes de mim e não foram caracterizados como atos ilegais ou criminosos”, declarou. “A mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém. Os atos que me acusaram foram praticados baseados em pareceres técnicos.”

Outro fator de “injustiça” apontado por Dilma foi a votação no Congresso das chamadas “pautas-bomba”, projetos que geram despesas adicionais para o governo. “Isso [a injustiça] se expressa em pautas-bomba, que no ano passado chegaram a montar em R$ 40 bilhões”, afirmou.

“Me sinto inustiçada, injustiçada porque considero que esse processo é um processo que não tem base de sustentação. E é por isso que me sinto injustiçada. A injustiça sempre ocorre quando se esmaga o processo de defesa mas também quando, de uma forma absurda, se acusa alguém por algo, primeiro, que não é crime e, segundo, acusa e ninguém se refere a qual é o problema”, declarou.

Na etapa de perguntas de seis jornalistas sorteados para indagá-la, Dilma foi questionada pelo G1 sobre se o fato de o Supremo Tribunal Federal ter referendado duas vezes o processo de impeachment não fornece a esse mesmo processo a base legal.

“Isso não tem a ver com o conteúdo. O fato de o Supremo decidir ou não decidir que o andamento do processo tem de ser assim ou assado não significa que decidiu sobre o mérito. Aliás, a única decisão que eu, pelo menos, tenho conhecimento sobre mérito é no sentido de dizer que os processos de impeachment em andamento não podem ser acrescidos de outros adendos. Ele tem de ater à denúncia original”, afirmou.

Leia abaixo o que a presidente falou sobre outros temas durante o pronunciamento e ao responder às indagações dos jornalistas:

Michel Temer
“Esta tentativa de eleição indireta se dá porque aqueles que querem ascender ao poder não têm votos para tal. Além disso, acredito que é importante reconhecer que é extremamente inusitado, estranho e, sobretudo, estarrecedor, que um vice-presidente, no exercício do seu mandato, conspire contra a presidenta abertamente. Em nenhuma democracia do mundo uma pessoa que fizesse isso seria respeitada porque a sociedade humana não gosta de traidores.”

Economia
“Eu acredito que será necessário um grande rearranjo do governo. Acho que nós teremos um outro governo no sentido de que vamos construir um novo caminho. Na verdade, estrou enfrentando, já enfrentei o terceiro turno das eleições, agora vou entrar no quarto turno e, depois do quarto turno, tem, além das medidas que já anunciados e que tenho certeza que são importantes, nós lançaremos outras medidas.”

‘Repactuação’ do governo
“Podemos vir a repactuar o govenro. Agora, não se trata de modificar ministérios nem de tomar alguma medida em termos de cargos. Aliás, obvimente, aquela pessoas que votaram no impeachment, não há justificativa política, ética, para que permaneçam. Não podem permanecer no governo por uma simples questão de consequência dos seus próprios atos. Estranho seria o contrário.”
Por Filipe MatosoDo G1, em Brasília
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