Djokovic é eliminado da Rio 2016 e chora

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Número 1 erra duas vezes na hora decisiva e deixa a quadra central chorando após
a derrota logo na estreia. Argentino consegue maior resultado após série de cirurgias
Por Edgard Maciel de Sá, Hector Werlang, Heitor Esmeriz e Thiago QuintellaRio de Janeiro
Lágrimas de tristeza de um lado, lágrimas de alegria do outro. A quadra central do Centro Olímpico de Tênis protagonizou a sua primeira surpresa neste domingo. O apoio da torcida e os lances dignos de número 1 do mundo não foram suficiente para ajudar Novak Djokovic a lutar pela medalha de ouro. Em um jogo muito equilibrado, sem qualquer quebra de saque, Djoko foi reverenciado diversas vezes pelos brasileiros, mas falhou nos momentos decisivos e caiu logo na estreia para o argentino Juan Martin Del Potro por por 2 sets a 0, parciais de 7/6 (7-4) e 7/6 (7-1).
– É uma das derrotas mais dolorosas da minha carreira. Logo depois do jogo, a emoção está ali ainda. Não foi a primeira nem a última vez que perdi, mas é uma Olimpíada, o que aumenta a dor. Delpo esteve melhor e mereceu vencer. Nos momentos decisivos, mostrou um tênis melhor, e está de parabéns. Estou desapontado por sair tão cedo do torneio, mas por outro lado estou feliz pelo Delpo, que é um grande amigo e que lutou tanto para superar lesões – disse Djoko.
Foi um filme repetido: na Olimpíada de Londres, em 2012, ambos se enfrentaram na disputa pela medalha de bronze. E o argentino também levou a melhor. Del Potro agora enfrenta o português João Sousa nesta segunda-feira, ainda encantado com feito deste domingo.
– Foi uma noite maravilhosa. Desde que saiu o sorteio, a expectativa foi enorme. Acho que correspondi. Não esperava ganhar, fiquei surpreso com o meu nível. Acho que foi a minha melhor noite. Tanto o que lutei para continuar jogando tênis, e hoje ganhei do número 1 do mundo. Foram duas horas e meia de uma intensidade de jogo espetacular, o público gostou. Eu estava cansado, mas feliz ao mesmo tempo. Queria ganhar, mas também queria que o jogo continuasse. A noite estava perfeita para jogar. A torcida fez um espetáculo à parte.
Do Maracanã à Bombonera
A torcida participou ativamente da partida – às vezes até de forma exagerada e atrapalhando os jogadores antes do saque. A quadra central viveu um dia de Maracanã. De um lado melhor do mundo, brasileiro por um dia. Do outro, o rival argentino. Foram muitas as exaltações a Djokovic. Primeiro com o grito de ”Djoooooooko! Djoooooooko! Djoooooooko!”, no mesmo ritmo da exaltação que os argentinos fazem para Messi. Depois, com a adaptação de um tradicional canto brasileiro: ”Le, leleô, leleô, leleô, leleô, Djoko!”. Quando os argentinos tentavam reproduzir seus cânticos ou reverenciar Del Potro, eram rapidamente abafados. E sempre ouviam provocações.
– Vice de novo! – gritou um torcedor, em referência à sequência de três vice-campeonatos da seleção argentina de futebol desde 2014.
Equilíbrio e muitas lágrimas
O primeiro set foi marcado pelo equilíbrio. Não houve quebra de saque. Del Potro foi quem mais chegou perto no nono game, mas Djokovic mostrou toda a sua habilidade para impedir. Em dois lances idênticos, tirou a força da bola, atraiu o adversário para a rede e matou o ponto com uma paralela certeira. O jogo foi para o tie-break e bastou apenas um mini break para dar a vitória ao argentino por 7-4 (confira abaixo vídeo com um ponto espetacular de Djoko na partida).
O segundo set parecia uma repetição do primeiro, com equilíbrio e nenhuma quebra. Mas aqui cabe um parênteses para lembrar que Djokovic é o atual número 1 do mundo. Mesmo sem estar no melhor de seus dias, o sérvio protagonizou lindos lances na quadra central. Em um deles, logo no início do segundo set, ele deu um drop-shot, a tradicional deixadinha, Del Potro chegou na bola e Djoko emendou um belo lob para matar o ponto. A plateia aplaudiu de pé e reverenciou o ídolo, que pedia mais barulho com toda seu carisma – com direito a munhequeira nas cores verde e amarela.
A cena acima, em lances diferentes, se repetiu algumas vezes. À medida que o jogo avançava e Djokovic não conseguia impor superioridade técnica, os argentinos se animavam na arquibancada. Aos poucos, o Maracanã dava lugar à Bombonera, casa do Boca Juniors, time do coração do tenista hermano. Os gritos de ”Djoko! Djoko!” viraram ”Delpo! Delpo!”. O roteiro ganhou ares de tensão com o novo tie-brake. E mais uma vez o melhor do mundo falhou na hora decisiva. Del Potro chegou a abrir 5-0 e não teve dificuldades para fechar a partida.
Veio o choro de ambos os lados. Para Del Potro, a redenção de conseguir seu melhor resultado após várias cirurgias no punho esquerdo. Para Djokovic, a decepção de ver o sonho de ganhar sua primeira medalha de ouro (foi prata em Pequim 2008) acabar logo na primeira rodada.

 G1

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