Dragas do garimpo no rio Madeira extraíram R$ 245 milhões em ouro ilegal em 7 meses, diz PF
Os impactos socioambientais foram calculados em R$ 630,9 milhões. Assim, os danos totais causados pelo garimpo na região de Humaitá (AM), em valores monetários, foram de R$ 876,4 milhões, conforme o cálculo.
Em uma operação feita de 8 a 19 de setembro no rio, a polícia destruiu as 277 balsas e dragas citadas no cálculo do dano ambiental. Foi a primeira ação iniciada e coordenada pelo CCPI Amazônia (Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia), inaugurada pelo presidente Lula (PT) em Manaus no dia 9.
A operação foi feita sem a participação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que tem a expertise para ações do tipo. Segundo a PF, a destruição de balsas e dragas ocorreu em atendimento a uma determinação da Justiça Federal no Amazonas.
A prática do garimpo ilegal no Madeira, por meio de dragas, envolve diferentes comunidades ribeirinhas na região de Humaitá, assim como proprietários de grandes estruturas que navegam pelo rio para a exploração de ouro.
A cada operação, há reação de parte da população em Humaitá, com protestos contra a ação do Estado. Em 2017, homens armados colocaram fogo na unidade do Ibama na cidade, em retaliação a uma ação contra o garimpo ilegal -o espaço permanece abandonado e inutilizado desde então.
No dia 15, policiais federais atearam fogo em nove dragas de grande porte ancoradas na frente da cidade, além de balsas de pequeno porte.
Foi a primeira vez que isso ocorreu nessa parte do rio, segundo relatos de moradores de Humaitá ligados ao garimpo. Uma tática usada pelos proprietários dessas estruturas era ancorar as dragas e balsas na parte urbana, usualmente evitada em operações de fiscalização em razão do risco de distúrbios.
Com o suporte de 30 PMs da Força Nacional de Segurança Pública e da PRF (Polícia Rodoviária Federal), foi possível destruir as dragas paradas na cidade.
Houve animosidade em Humaitá, com parte das pessoas presentes na orla do rio Madeira em protesto contra a ação da PF.
Garimpeiros afundaram intencionalmente dragas e balsas para evitar que o fogo fosse ateado nas estruturas. Quando as equipes da PF passaram por Humaitá no dia 15, havia cerca de 40 dragas e balsas parcialmente submersas, o que evitou a destruição pelos policiais.
Segundo o cálculo feito pela PF, as dragas destruídas foram avaliadas em R$ 20 milhões. Garimpeiros levam em torno de quatro meses para reconstrução das estruturas usadas no crime, conforme a investigação. O lucro cessante nesse período será de R$ 171,8 milhões, diz a polícia.
“Um dos objetivos da operação é identificar proprietários de dragas que ganham lucros milionários às custas da degradação ambiental”, afirma o delegado da PF Paulo Henrique Oliveira, coordenador do CCPI.
A destruição de dragas e balsas é necessária para cessar a prática ilegal, e é impossível remover essas estruturas do Madeira ou deixá-las sob a guarda dos próprios garimpeiros, diz o delegado. O dano maior a ser evitado é a contaminação do rio e da saúde dos ribeirinhos pelo mercúrio, afirma Oliveira.
Um ano antes, durante a maior seca já registrada no Madeira, o rio foi invadido por uma das várias ondas de garimpo ilegal movidas por dragas e balsas. Em um trecho de 100 km, a partir de Humaitá, havia mais de 100 embarcações em operação.
Dessas, 25 dragas eram de grande porte, dotadas com hospedagem e ar-condicionado na parte superior, motores hidráulicos, comandos automatizados e uso ostensivo de mercúrio.
Parte expressiva das dragas menores, chamadas de balsas, estava em reconstrução, ainda inoperante.
A atuação de dragas no rio Madeira, no pior momento já registrado numa estiagem na região, ocorreu apenas 15 dias depois de uma operação da PF e do Ibama para destruição das estruturas usadas no garimpo ilegal. A operação destruiu 459 dragas naquela ocasião.
A ação dos policiais e agentes do Ibama levou a um violento protesto de garimpeiros em Humaitá, em agosto de 2024. Eles usaram rojões para tentar atacar agentes e buscaram invadir prédios públicos.
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