Estado tem 16 empresas na “lista suja”

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 Pará é o 2º com mais estabelecimentos na lista divulgada

O Pará tem 16 empresas no cadastro atualizado de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à de escravidão, de acordo com a “lista suja” divulgada ontem pelo Ministério do Trabalho. O Pará é o segundo Estado com o maior número de citações na relação. Minas Gerais lidera esse ranking, com 42 empresas notificadas dentre as 132 listadas em 12 Estados diferentes. Mato Grosso (11), Santa Catarina (8) e São Paulo (8) surgem na sequência. A lista foi publicada oficialmente ontem, após reportagem do Fantástico, da TV Globo, divulgar a relação com exclusividade na noite de domingo (22).

A relação é a mesma que foi divulgada em março deste ano e que agora foi atualizada. Na ocasião, o Pará tinha dez empresas nessa condição e agora tem 16, após fiscalizações realizadas entre o final do ano passado e este ano. Cada empresário tem dois anos para resolver as pendências e sair da lista, caso contrário, permanece na listagem por mais dois anos.

A divulgação acontece em meio à polêmica sobre a portaria do Ministério do Trabalho que traz mudanças na fiscalização do trabalho escravo e que submete a publicação da lista ao ministro da Pasta. Antes, a divulgação era feita pela área técnica do ministério. A mudança foi condenada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que disse que a medida pode interromper a trajetória de sucesso que tornou o Brasil modelo no combate ao trabalho escravo no mundo.

Conforme o levantamento, pelo menos 116 pessoas foram submetidas a condições degradantes de trabalho no interior do Estado do Pará desde 2009, das quais, 36 foram localizadas entre o final do ano passado e o início deste ano. O município de São Félix do Xingu aparece na lista com dois empregadores e 22 trabalhadores envolvidos. Onze deles foram encontrados na Fazenda Serra Dourada, na área rural do município. O empregador responsável, segundo a fiscalização do Ministério do Trabalho, é Vanderson Ayres da Silva. Outros onze foram localizados na Fazenda Maria Eduarda (Serra Dourada), de propriedade de Wanderson Batista da Silva, na Vila Central.

Com o mesmo número de trabalhadores em condição análoga à escravidão (11), foi aberta uma ação fiscal contra a Fazenda Boa Vista, na zona Rural de São Domingos do Araguaia, e outra contra a Carvoaria do Carlinhos, em Goianésia do Pará. Segundo a lista suja, os respectivos proprietários são Mário Tavares de Lira e Carlos Fernandes de Araújo.

Pela lista, as campeãs de trabalhadores resgatados no Estado são a Fazenda São Lucas, na zona rural de Ulianópolis, com 14 trabalhadores; e a Fazenda Campos Altos/Garimpo Casarão, na zona rural de Água Azul do Norte, com 13 pessoas. O responsável pelo primeiro estabelecimento é Celestino Alécio Fuchina Facco e do segundo é Angelim Ório.

Segundo o Ministério do Trabalho, os nomes das empresas só aparecem na lista após esgotadas todas as possibilidades de recurso na esfera administrativa. No Pará, as ações ocorreram entre 2009 e 2017 e tiveram decisões de conclusão até esse ano.

Ainda constam na lista a Fazenda União, Arataú, Silvestre e Castanheira, de propriedade de Otaviano Aparecido Ferreira Caldas, em Novo Repartimento; a Fazenda Manelão, de João Vicente Ferreira do Vale, na zona rural de Anapu; e Área de Mata, em nome de Eudemberto Sampaio de Souza, em Uruará. Em cada uma delas, o levantamento aponta pelo menos sete trabalhadores envolvidos nas denúncias de trabalho análogo ao de escravo.

Com seis pessoas envolvidas, aparece a Fazenda Maria de Jesus (empregador: Manoel Alves de Sousa), na área rural de Marabá; e com cinco, a Fazenda JK Garimpo II (José Ronan Martins da Cunha), em Altamira. Completam a participação paraense na “lista suja” o empregador Saulo dos Santos Chaves, da Fazenda Mula Perdida, em Bannach; Delfino Francisco Kerhrnvalt, da Fazenda Água Limpa, na zona rural de Santa Maria das Barreiras; Antônio Luiz Sanches Felipe, da Fazenda Leandra, em Pacajá;  Antônio Francisco Oliveira Rosa, da Fazenda Três Irmãos, em Conceição do Araguaia; e Edivam Carvalho Pereira, da Chácara Saudades de Minas e Fazenda Abaram, em Itupiranga.

REVOGAÇÃO

O Ministério Público Federal quer a revogação da portaria que dificulta a fiscalização sobre o trabalho escravo. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entregou ao ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, ofício no qual cita “retrocesso nas garantias básicas da dignidade humana”. Na última edição lançada em março, dez empresas do Pará constavam na Lista Suja. Dessas, todas voltaram a aparecer na lista divulgada ontem: Fazenda Campos Altos/Garimpo Casarão, Fazenda Três Irmãos, Fazenda Leandra, Carvoaria do Carlinhos, Fazenda São Lucas, Fazenda Água Limpa, Fazenda Manelão, Fazenda Maria de Jesus, Fazenda Boa Vista e Fazenda Serra Dourada.

Fonte: ORMNews.
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