Estudo revela impactos ambientais da BR-163 nas cidades cortadas pela rodovia

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Os resultados mostraram que as ações do homem provocaram aquecimento das camadas da superfície terrestre, aumento de calor, além de diminuição da umidade do ar.

O impacto das ações humanas na atmosfera no ambiente de florestas e unidades de conservação existentes ao longo da região de influência da BR-163, rodovia Santarém-Cuiabá, no oeste do Pará, foi tema de pesquisa da tese de doutorado do professor Wilderclay Machado, no Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPGSND) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).

De acordo com o professor Wilderclay, os estudos apontam que em 2001 a área florestal original, de aproximadamente 6,2 milhões de km², havia sido reduzida para 5,4 milhões de km², 87% da área original. Recentemente, o desmatamento na Amazônia Legal aumentou em 24%, em relação ao período anterior, de agosto de 2013 a julho de 2014.

Os atores sociais responsáveis pela alteração da paisagem e pela redução da cobertura vegetal neste ecossistema são vários, e foi a ação deles na região que motivou a pesquisa em física focada no meio ambiente. “Isso ocorre por diversos fatores, seja pela construção de hidrelétricas, áreas de pastagem, agricultura, urbanização, mas principalmente a atividade agropecuária, pois estes atores são responsáveis por 90% do desmatamento da região”, ressalta o professor.

Essa preocupação ambiental motivou o docente a identificar o grau de reversibilidade do impacto da construção da BR-163. Para entender como tudo isso tem afetado a natureza, o prof. Wilderclay saiu dos laboratórios de aplicação das teorias da física e da termodinâmica e foi para campo.

De acordo com os resultados do estudo, mesmo sendo pequenas as áreas de ação do homem percebidas após a construção da BR-163, elas influenciam de forma significativa. “Com relação ao calor, houve uma perda de energia da superfície para a atmosfera, aquecendo as camadas; em termos de fluxo de calor, houve um grande aumento também, ou seja, as ações a nível regional contribuíram com um maior aumento de calor, o que dá essa sensação de a temperatura estar mais elevada”, constatou.

Como também foram analisadas as influências das unidades de conservação na manutenção das condições das populações locais, a pesquisa mostrou a importância da floresta para o equilíbrio do ecossistema, compensando o impacto dos efeitos de degradação. “Notei que as áreas de florestas possuem um balanço de energia para manter o equilíbrio do clima, mesmo com as ações humanas”, explicou.

Com a constatação dos impactos da degradação ambiental em torno da rodovia, o próximo desafio de pesquisa é construir cenários para a região. “Agora é preciso responder a tais questões: até que ponto a degradação de recursos florestais pode ocorrer sem haver um impacto ambiental irreversível? E aual o limite de desmatamento que os recursos florestais conseguem suportar?”, disse.

O Grupo de Pesquisa Biogeofísica da Região Amazônica e Modelagem Ambiental (BRAMA) realiza estudos que caracterizam os processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem na interação entre a biosfera e atmosfera, descrevendo os fatores que controlam as trocas de energia e massa (H2O, CO2, CH4, N2O) nos diferentes ecossistemas amazônicos.

São estudos de bases teóricas e experimentais sobre a estrutura e funcionamento dos ecossistemas terrestres e aquáticos da Amazônia, avaliando sua distribuição espacial e suas relações com os fatores ambientais e climáticos da região, em condições naturais e alteradas pela ação humana. São enfatizadas as interações entre as florestas, solos, rios e lagos da região com a atmosfera terrestre na região do Oeste do Pará.

Fonte: G1 Santarém.
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