Ex-premiê de Bangladesh é condenada à pena de morte
Sheikh Hasina foi condenada à morte por crimes contra a humanidade após julgamento à revelia. | Reprodução/Wikipedia Commons
Sentença de morte, repressão aos protestos e julgamento à revelia moldam o novo capítulo da crise política que expõe feridas abertas desde 2024.
Em uma região marcada por disputas violentas, rupturas institucionais e narrativas que se sobrepõem ao ritmo dos acontecimentos, o destino de líderes poderosos costuma ser decidido não apenas nos gabinetes, mas também no eco persistente das ruas. Em Bangladesh, essa lógica voltou a se impor de maneira brutal.
A ex-primeira-ministra Sheikh Hasina foi condenada à morte por crimes contra a humanidade, após um tribunal especial atribuir a ela responsabilidade direta na violenta repressão aos protestos estudantis de 2024 – episódio que a ONU calcula ter deixado até 1.400 mortos, grande parte atingida por disparos das forças de segurança. Assim que o veredicto foi lido em Daca, aplausos explodiram dentro e fora do tribunal, em um cenário que misturou clamor popular e tensão política.
Hasina, que vive exilada na Índia desde sua deposição, classificou o processo como “tendencioso e politicamente motivado”. Julgada à revelia, a ex-premiê afirma ser vítima de perseguição e nega ter ordenado qualquer ação letal contra civis.
AS RAÍZES DO JULGAMENTO
O caso que agora a condena remete à crise que se intensificou meses após sua controversa vitória eleitoral – um quarto mandato consecutivo conquistado em votação boicotada pela oposição e amplamente criticada como fraudulenta. Os protestos iniciados por estudantes contra o sistema de cotas no funcionalismo público evoluíram rapidamente para um movimento nacional, exigindo sua renúncia.
À medida que as manifestações cresciam, Hasina endureceu o discurso, chamou os manifestantes de terroristas e autorizou prisões em massa. Um áudio vazado – cuja autenticidade ela nega – sugeria que a então premiê teria orientado o uso de armas letais contra civis desarmados. A repressão atingiu seu ápice em 5 de agosto de 2024, quando 52 pessoas morreram em ações policiais após a fuga da líder do país.
Promotores afirmam que Hasina comandou um esquema sistemático de violência: uso de munição real contra protestos, execuções extrajudiciais e desaparecimentos forçados ligados ao Awami League, seu partido. Ela nega todas as acusações.
JULGAMENTO SOB VIGILÂNCIA
A corte que a condenou operou sob forte aparato de segurança, diante de enorme interesse público. Apenas um dos réus, o ex-chefe de polícia Abdullah al-Mamun, compareceu presencialmente; outros, incluindo o ex-ministro do Interior, foram julgados à distância. Quando a sentença de morte foi anunciada, a reação popular causou tumulto e levou os juízes a pedirem silêncio.
Críticos de Hasina celebraram do lado de fora, enquanto aliados classificaram o processo como “farsa” e “tribunal canguru”. A condenação integra uma série de ações movidas pelo governo interino contra antigos membros do Awami.
A QUEDA DA LÍDER MAIS LONGEVA DO PAÍS
Filha de Sheikh Mujibur Rahman, herói da independência de Bangladesh, Hasina ascendeu como símbolo pró-democracia nos anos 1980 e virou protagonista duradoura da vida nacional. Governou em três períodos e tornou-se a premiê mais longeva da história do país, sobrevivendo a atentados, prisões e rivalidades ferozes.
Mas sua trajetória também foi marcada por denúncias de sufocamento da oposição, controle de instituições e permissividade com abusos de forças de segurança. Elementos que agora ressoam no julgamento que encerra, de forma dramática, uma das carreiras políticas mais influentes do sul asiático.
Fonte: Terra e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 17/11/2025/16:48:54
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