EXCLUSIVO – Herdeiro de terras acusa governador do Pará e irmão de favorecer Agropalma (1)

(Foto:Reprodução)  – Helder e Jader Filho são acusados por Junior Tabaranã de favorecer a Agropalma utilizando-se de órgãos públicos

O caso Agropalma – batalha judicial que envolve a família Tabaranã e a maior empresa produtora de óleo de palma do país – agora traz personagens de alta cotação no governo do estado, expondo uma relação promíscua e na qual estariam misturados interesses público e privado.

Tudo isso e muito mais contido num explosivo vídeo, com 1 hora e 22 minutos de duração, gravado por Junior Tabaranã, um dos herdeiros das terras ocupadas hoje pela Agropalma, na região entre os municípios do Acará, Moju e Tailândia.

Tabaranã acusa diretamente o governador Helder Barbalho e o irmão dele, o empresário Jader Filho, de usarem a máquina pública para favorecer a Agropalma em 16 processos administrativos que tramitam no Instituto de Terras do Pará (Iterpa), além de outros em andamento na Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), onde até licença ambiental teria sido concedida à empresa com base em documentos falsos.

Com um urgente “pedido de providências”, cópia do vídeo, em um pendrive, foi entregue por Tabaranã e seus defensores legais à 5ª Procuradoria de Justiça do Patrimônio Público e Moralidade Administrativa, do MP do Pará, Ministério Público Federal (MPF), corregedoria da Polícia Federal, Procuradoria Geral da República (PGR), Conselho Nacional de Justiça (CNJ), procuradoria geral de Justiça (MPPA), presidência do TJ paraense, além da corregedoria das comarcas do interior, dentre outros. Ao todo, 19 autoridades do Pará e da República receberam o vídeo.

Para Tabaranã, estaria em andamento um poderoso esquema para prejudicar a família dele. O que é mais estranho, afirma, é que essas barbaridades contra pessoas humildes partem dos irmãos Barbalho, que não são partes interessadas no processo judicial. “Tenho provas de tudo”, sustenta.

Segundo o denunciante, o empenho em facilitar a vida da Agropalma, legalizando as terras nos órgãos públicos, estaria no fato de a empresa ser uma das maiores clientes do grupo de comunicação RBA, formado por jornal, TVs e rádios comandados por Jader Filho. “Eles nem disfarçam isso e agem com absoluta certeza da impunidade”, afirma Tabaranã. Ele ainda acrescenta: “No Iterpa, na Semas e na Sedeme ninguém se atreve a contrariar as ordens dos Barbalho”.

“Não aguento mais o que estão fazendo com a minha família, estou no limite. E se alguma coisa acontecer contra mim ou contra minha família vocês saberão quem são os responsáveis”, adverte Tabaranã. Ele informa ainda que antes de mandar cópias do vídeo às autoridades, mandou primeiro ao próprio Helder Barbalho e também a Jader Filho na esperança de que ambos paralisassem o “esquema” nos órgãos públicos, mas isso não ocorreu. “Diante disso, resolvi dar conhecimento a outras autoridades sobre o que estão fazendo om a minha família”, resume.

terraAs denúncias de Junior Tabaranã foram enviadas a 19 autoridades do Pará e da República

De acordo com Tabaranã, dos 106 mil hectares que a Agropalma alardeia serem dela, cerca de 70 mil pertencem à família do denunciante. “O Ministério Público e a Justiça, que são sérios no Pará, já conseguiram anular e bloquear em cartórios mais de 62 mil hectares, inclusive provando que os títulos em tramitação no Iterpa e na Semas são falsos, dentre esses certidões lavradas em cartório “fantasma”, acusa o herdeiro, lembrando de prisões de diretores da Agropalma e de uma tabeliã, pela Polícia Federal.

Sem respostas

O Ver-o-Fato procurou o gabinete do governador para obter manifestação de Helder Barbalho sobre as acusações feitas por Júnior Tabaranã no vídeo entregue a diversas autoridades. A assessoria do gabinete pediu que o portal falasse diretamente com a assessoria de comunicação do governo. Contatada, a assessoria de comunicação, por sua vez, pediu cópia do vídeo, prometendo manifestar-se. O pedido foi atendido pelo Ver-o-Fato.

O mesmo procedimento foi adotado pelo Ver-o-Fato com relação ao empresário Jader Filho. Nesse caso, a solicitação de resposta foi encaminhada à secretária dele. Até o fechamento desta edição, os irmãos não responderam. O espaço está aberto à manifestação de ambos.

A partir de hoje e nos próximos dias, o Ver-o-Fato vai divulgar todo o conteúdo do vídeo, que é ilustrado por dezenas de documentos exibidos por Júnior Tabaranã e dirigido “ao povo do Pará” e autoridades que fiscalizam e fazem cumprir as leis. Veja, abaixo:

O VÍDEO DEGRAVADO (PARTE 1)

“Meu pai morreu há um mês, sofrendo, porque não aguentava mais as atrocidades. Foram matando ele aos poucos”, diz Tabaranã

“Boa noite. Antes de mais nada, eu queria me apresentar. Me chamo Júnior Tabaranã e represento minha família, a família Tabaranã, que hoje trava uma grande batalha judicial com a empresa Agropalma, e ao mesmo tempo venho fazer um apelo às autoridades, à sociedade paraense, que me ajude, ajude minha família.

Nós estamos sendo vítimas dessa empresa, mesmo a família tendo grande êxito no Judiciário, tanto no Cível como no Criminal, contra essa empresa. Hoje nós somos vítimas do governo do Estado do Pará, que vem exercendo sua força contra a minha família e meus pais, um casal de idosos. E o meu pai faleceu há pouco mais de um mês, sofrendo, porque não aguentava mais as atrocidades.

Foram matando meu pai aos poucos, tanto a empresa Agropalma quanto a família Barbalho, que sabe de todas as fraudes feitas pela empresa Agropalma, tem pleno conhecimento de tudo, e nada faz. Pelo contrário.

Aqui tem uma vasta documentação, mas que não é tudo, são os principais, aonde provam o dedo do Estado. Aonde os órgãos do Estado, hoje, não fazem só vista grossa. Não são só omissos, eles são coniventes. Eles fazem fraudes pela empresa Agropalma.

Então, a partir de agora, vocês vão saber o que de fato acontece no Pará, onde nós temos governantes e uma Secretaria fundiária chamada Iterpa, que pregam nas redes sociais, pregam no dia-a-dia, que tem que acabar com a grilagem de terras públicas e particulares, que não vão aceitar falsidade documental, que não vão aceitar grilagem de terras. Isso, na teoria, na prática, não, eles estão acobertando a Agropalma, sim. Atos contínuos, que eles sabem de tudo o que vem acontecendo. Então, agora eu vou contar aos poucos, tentando mostrar a documentação pra vocês, tentando resumir.

Já fiz outros quatro vídeos. É o famoso “cara x crachá”. Eu denuncio, mostro o documento e provo. A atuação de cada um da Semas, a Secretaria Ambiental do Estado do Pará. Do Iterpa, que é o órgão fundiário, onde eu sentei para reunir com o presidente Bruno Kono, com o adjunto dele, Flávio Ricardo, que sabem de todas as fraudes, e mesmo assim ficam fazendo vista grossa, fazendo fraudes, para usurpar o patrimônio da minha mãe e dos meus irmãos, porque infelizmente mataram o meu pai. Essa que é a verdade, nua e crua.

Vamos passar agora a enxergar as fraudes.

Primeiro vamos falar quem é a empresa Agropalma e o que tem contra ela, o que é feito pelo Judiciário, pelo Ministério Público em primeiro e segundo grau, pelo Tribunal de Justiça em primeiro e segundo grau, a Corregedoria do Tribunal, o que é feito pela Polícia Federal, pelo Incra, pelo MPF. Esses órgãos, sim, são sérios. Tomaram todas as providências.

A família Tabaranã tem decisão….o meu pai aguardou 40 anos. A que se dizer, povo paraense. Governador Helder Barbalho, o senhor sabe disso. Existe uma decisão, essa aqui (exibe documento). Essa decisão aqui é da desembargadora Luzia Nadja. Meu pai entrou em 1975 na Justiça. Vocês sabem que a nossa Justiça é morosa. Meu pai esperou 40 anos por esta decisão aqui. 40 anos. Quando ele ganhou, para nossa surpresa, quem estava em cima das nossas terras era a empresa Agropalma S.A. O que se vem combatendo, desde 2013, que foi quando transitou em julgado essa decisão da desembargadora Luzia Nadja, é que a decisão da justiça seja cumprida.

A família tem na mão uma decisão transitada em julgado pelo Tribunal e a empresa faz de tudo para ocultar.

Essa fraude aqui, gente, povo paraense, Justiça, PGR, procurador geral da União, me ajudem que eu não aguento mais. Tenho lutado pela minha vida, pela minha família. Essa decisão vem de Jairo Mendes Sales, todo mundo conhece. Se você entrar na Internet e jogar Agropalma versus fraude aparece. A operação da Polícia Federal prendendo o gerente-geral da Agropalma. Uma verdadeira organização criminosa. Um cartorário foi preso. A antiga cartorária, que não é mais cartorária, com seu filho, filho esse que assinava nunca cartório que nunca existiu, um cartório fantasma.

Pasme, gente. Ele assinava com dois anos de idade. Documento esse que está aqui (exibe documento). Isso aqui é a Procuradoria Geral do Estado (PGE) pedindo o cancelamento do registro de terras e alega que não existiu cartório e que ele assinava com dois anos de idade. É essa fraude que é revoltante.

Nada é feito. Nada é feito pelo Governo do Estado do Pará. Fique bem claro isso. Vamos separar o joio do trigo, como o governador gosta de falar. É, governador, não é assim que o senhor fala? O senhor fala na teoria, mas a prática o senhor não pratica o certo.

Depois dessa decisão aqui (exibe novamente o documento), procuramos o nosso direito e começamos a denunciar a empresa. Eu vou tentar ser o mais breve possível, mas não é fácil, porque aqui, após o meu pai ganhar em 2013, eu, Júnior Tabaranã, com meus advogados, brilhantemente meus advogados, tanto no Cível, como no Criminal, incansavelmente, encontramos as mais diversas barreiras, meus amigos, as mais diversas barreiras. Mas avançamos, avançamos muito”.

Por:Redação por Redação

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