Fenômeno raro: expedição identifica desova simultânea de tartarugas marinhas e da Amazônia

Berçário de quelônios em Soure é alvo de estudo inédito no Marajó — Foto: DGBio/IDEFLOR-Bio

Levantamento identificou ameaças à reprodução de tartarugas e vai embasar ações de proteção e educação ambiental na região de Araraquara, no Marajó.

Uma expedição técnica realizada na comunidade de Araraquara, no município de Soure, no Arquipélago do Marajó, identificou um fenômeno inédito no Pará: a coexistência de desovas de tartarugas marinhas e tartarugas-da-amazônia em uma mesma região.

A ação foi conduzida pela Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio), por meio do projeto de Criação de Unidades de Conservação Estaduais no Pará. O objetivo da equipe foi realizar um levantamento biológico das espécies que utilizam a área como berçário natural.

Localizada em uma das regiões mais sensíveis do litoral marajoara, Araraquara abriga praias de difícil acesso e uma biodiversidade única, o que torna o local estratégico para a reprodução de espécies ameaçadas.

De acordo com os técnicos, a presença simultânea de quelônios marinhos e de água doce em processo de reprodução reforça a importância de ações integradas de conservação e manejo sustentável para proteger esses ambientes frágeis da Amazônia.

🐢 Fenômeno raro

“Estamos diante de um fenômeno único no Pará, o que torna ainda mais urgente a definição de áreas prioritárias para a conservação dos quelônios”, afirma o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato.

A expedição contou com o apoio da Gerência da Região Administrativa do Marajó (GRM) e do Escritório Regional do Marajó Oriental, sediado em Soure. As equipes acompanharam de perto as condições ambientais e sociais da comunidade de Araraquara.

Durante o trabalho de campo, os técnicos percorreram trechos isolados da costa marajoara e identificaram sinais recentes de desova, além de evidências de predação de ninhos e até de tartarugas adultas — uma das principais ameaças à sobrevivência das espécies.

O levantamento busca subsidiar medidas de proteção mais eficazes, com foco em ações de fiscalização, educação ambiental e na participação da comunidade local nas estratégias de conservação.

🐢 Mapeamento

Além da coleta de dados biológicos e ambientais, a equipe realizou um mapeamento preliminar das áreas com maior concentração de ninhos. O estudo apontou a presença de predadores naturais e humanos, como o tráfico de ovos e a caça ilegal, entre os principais fatores de risco para a preservação dos quelônios na região.

“Precisamos garantir que essas espécies tenham condições mínimas para cumprir seus ciclos reprodutivos. O levantamento é apenas o primeiro passo para a construção de um plano de manejo integrado e eficaz”, explicou a bióloga, técnica em gestão ambiental do Ideflor-Bio, Priscila Fonseca.

Com base nas informações obtidas, o projeto executado pelo Ideflor-Bio, dará início à definição das áreas prioritárias de atuação, buscando integrar ciência, comunidade e políticas públicas. O projeto será responsável por coordenar as ações de monitoramento e proteção em todo o território paraense, com foco especial nas regiões onde os dados apontam maior vulnerabilidade ecológica.

A atividade em Araraquara representa um avanço na compreensão da dinâmica reprodutiva das espécies de quelônios no estado e amplia o horizonte das estratégias conservacionistas. O reconhecimento da localidade como um ambiente único reforça a importância de iniciativas interinstitucionais e do envolvimento direto das comunidades na defesa do patrimônio natural do Marajó.

  “Estamos falando de um território que precisa ser visto como prioridade ambiental, social e científica. A conservação dos quelônios vai além da proteção de uma espécie; ela envolve toda uma rede ecológica e cultural que precisa ser respeitada e fortalecida”, conclui Crisomar Lobato.

 

Fonte: g1 Pará — Belém e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 14/07/2025/07:00:46

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