“Ficamos reféns”: família registra onça-pintada pela segunda vez em uma semana em Corumbá
(Foto: Reprodução) – A família de Clara da Silva Pereira Duarte, moradora da Rua Marechal Floriano, no bairro próximo ao Mirante da Capivara, voltou a viver momentos de medo na noite da última sexta-feira (6).
Pela segunda vez em menos de uma semana, uma onça‑pintada foi registrada por câmeras de segurança no quintal da residência, reacendendo a preocupação dos moradores com a presença do felino em área urbana.
“Nem consegui dormir essa noite. Estamos muito preocupados”, confessou Clara. Desta vez, ela e o filho conseguiram espantar o animal apenas com gritos, sem que nenhum incidente maior ocorresse.
No episódio anterior, a onça tentou atacar uma poodle da família, mas acabou sendo dispersada com a intervenção de outras duas cadelas. Desde então, câmeras foram instaladas no quintal. O genro de Clara, Odney Edson de Souza Torres, explica que a rotina familiar mudou drasticamente:
“Ficamos reféns da situação. A nossa segurança fica vulnerável, não se sabe qual será a reação de um animal selvagem. Recolhemos os cães antes das 18 h e ficamos atentos ao monitoramento. Até para sair do carro, verificamos a frente da casa, principalmente o lado direito, que é aberto.”
Na última sexta-feira, a movimentação da onça não se limitou ao quintal da família. O genro relatou barulho no galinheiro de uma casa vizinha, que deixou as galinhas agitadas até serem acalmadas com estalos de bombinhas. “Minha cunhada então ligou dizendo que a onça tinha aparecido de novo e sido registrada”, contou.
O animal teria deixado o quintal de Clara em direção ao Mirante da Capivara, após ser afugentado pela mãe dela acompanhada do filho. A Polícia Militar Ambiental (PMA) foi acionada novamente e compareceu ao local para orientar a família.
📌 Contexto regional
Registros de onças-pintadas em áreas urbanas de Corumbá não são raros. Recentemente, câmeras de segurança flagraram o felino na Avenida Rio Branco, perto de um hotel, por volta das 20h, o que levou os bombeiros a alertarem moradores e visitantes a evitarem circular à noite e manterem animais domésticos recolhidos.
Na rodovia de acesso à Bolívia, perto da delegacia da PRF, outro flagrante mobilizou as autoridades. Segundo o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), esse tipo de avistamento é esperado, pois a área ladeia o canal do Tamengo, rota natural de passagem para os animais
O que tem causado o aumento desses encontros?
O biólogo Sérgio Barreto, do IHP, associa o fenômeno a uma combinação de fatores ambientais:
Enchentes do rio Paraguai: áreas de campo alagadas obrigam as onças a se deslocarem para terrenos mais altos, incluindo regiões urbanas.
Descarte irregular de alimentos e presença de animais domésticos atraem presas e, consequentemente, felinos.
Incêndios em 2024, que reduziram habitats silvestres, pressionando os felinos a entrar em zonas habitadas
Em resposta, o IHP, a Fundação de Meio Ambiente do Pantanal e a PMA intensificaram ações educativas. Moradores foram orientados a não se aproximarem dos animais, evitarem filmá-los ou provocá-los — e foram informados sobre os riscos legais de feri-los ou matá-los, já que são espécies protegidas
Recomendações para a comunidade
As autoridades ambientais recomendam:
Manter cães e gatos em casa ao anoitecer.
Não circular à noite em áreas onde a onça já foi vista.
Ao avistar o animal, evite correr, mantenha-se em pé, faça barulho (como gritos ou apitos) e recue lentamente mantendo contato visual.
Acionar o 193 (Bombeiros) ou a PMA em caso de novas aparições – sem tentar intervir por conta própria
Convivência entre homem e onça
Especialistas reforçam que onças-pintadas são predadoras discretas, geralmente não hostis a humanos, e que ocasiões como a registrada na sexta-feira, mesmo assustadoras, não configuram ataques — mas sim deslocamentos em busca de água, alimento ou territórios seguros.
O desafio é adaptar a vida urbana, criando barreiras naturais e estruturais, evitando o descarte irregular de alimentos e seguindo protocolos de segurança e boas práticas comunitárias. Esse é o caminho para reduzir conflitos e preservar tanto a população humana quanto a fauna local.
Fonte: Kauê Alberguini – Florianópolis e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso em 09/06/2025/17:19:52
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