Garimpeiros interditam pelo terceiro dia consecutivo a rodovia BR-158, no Pará

Garimpeiros interditam pelo terceiro dia consecutivo a rodovia BR-158, no Pará — Foto: Reprodução/TV Liberal

Grupo pede a legalização da atividade nas regiões protegidas.

A rodovia BR-158, no sul do Pará, continua interditada nesta terça-feira (22). O bloqueio, que começou no domingo (20), foi feito perto do km-600, no município de Redenção, por garimpeiros, que pedem a regularização da atividade na região, de acordo com informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Congestionamento chegou a dois quilômetros.

Os garimpeiros criticam uma operação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) realizada no sudeste do estado quando, segundo os manifestantes, os agentes ambientais queimaram máquinas utilizadas em garimpo ilegal. O grupo pede ainda que a atividade seja legalizada em terras indígenas e que os materiais apreendidos não sejam destruídos.

“A atividade garimpeira é uma atividade que é possível ser legal, mas devido a morosidade e burocracia que é muito grande os garimpeiros ficam na ilegalidade porque não conseguem as liberações que precisam. E os órgãos fiscalizadores estão usando de uma forma muito truculenta pondo fogo nos equipamentos”, contou Leda Frizon, uma das manifestantes.

A rodovia está sendo liberada por 2 horas a cada 24 horas de bloqueio. Mesmo assim, o congestionamento já chegou a dois quilômetros. Passageiros de viagens intermunicipais precisam atravessar a pé para o outro lado da pista. Dona Maria, que está tratando as sequelas da Covid-19 em Redenção teve o carro liberado para passar.

“Cheguei aqui e eu não sabia dessa greve. Os caminhoneiros falaram que tinham liberado. A gente vem da fazenda, saímos de madrugada, mas eu estou grata às pessoas que aqui me receberam que abriram a porta para eu passar chegar até o médico”, disse dona Maria.

Pelas redes sociais, o DNIT orienta os motoristas de veículos leves e de pequeno porte a fazerem o desvio de 30 km por uma estrada vicinal, que dá acesso à comunidade de Arraia porá, zona rural de Redenção.

Os motoristas de veículos de grande porte, como as carretas, que transportam a produção agrícola da região não podem acessar a estrada vicinal, por isso terão que esperar mais um pouco na fila porque não há rotas de desvio perto do bloqueio.

“Muitos aqui têm prestação de caminhão para pagar, fizeram compromisso. Nós não temos culpa se o IBAMA foi e queimou as máquinas deles. Eu gostaria de saber o porquê que tem que parar justo os caminhões. Por que eles não vão nos palácios dos governos, nas prefeituras, nos órgãos competentes?” questionou o caminhoneiro Robson Teodoro.

Por G1 PA — Belém

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