Governo diz que estudos da ferrovia Mato Grosso-Pará estão em fase final de ajustes

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O governo federal não anunciou a data de leilão da ferrovia que ligará Mato Grosso ao Pará, a chamada “Ferrogrão”. Material publicado, na última semana, pelo portal Estadão previa que a data de leilão da obra seria divulgada ontem, durante o lançamento dos novos projetos de concessões (projeto Crescer) na área de infraestrutura de transporte, o que acabou não acontecendo.

Só Notícias/Agronotícias entrou em contato com o Ministério dos Transportes, que garantiu que o projeto ferroviário Mato Grosso-Pará é prioridade do governo federal, “desde a primeira reunião do omitê do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI)”. Segundo a assessoria, a concessão está sendo trabalhada conforme cronograma, que tem como meta o lançamento do edital no segundo semestre de 2017. “No momento os estudos estão em fase final de ajustes para a realização de consulta pública até o final do 1º semestre”.

Ainda não se sabe ao certo qual será o trecho total da ferrovia. Isso porque o traçado original prevê 933 quilômetros de ferrovia, entre Sinop e o porto de Miritituba (PA), no entanto, autoridades políticas articulam a expansão da ferrovia até Lucas do Rio Verde (chegando a mais de 1,1 mil quilômetros).

Conforme Só Notícias/Agronotícias, para o diretor do movimento Pró-Logística, Edeon Vaz, Sorriso e Lucas devem ficar fora em um primeiro momento. “Acredito que não vai entrar (trecho adicional). Na minha opinião, fica até Sinop. Não há interesse das empresas que entrarão na licitação em levar isso até Lucas. É um investimento maior. Além disso, justificaria expandir se houvesse integração com as demais ferrovias, como a de Rondonópolis. Quando esticar até Lucas, aí justifica expandir a Ferrogrão”.

Edeon destacou que a ferrovia Sinop-Miritituba será implantada em um momento crucial para o setor agropecuário. “Vem em boa hora. A tendência é crescer em termos de volumes de produção. Com este crescimento, se faz necessária a ferrovia. Estimamos que em 2025, o volume escoado por Miritituba chegará a 35 milhões de toneladas de grãos por ano. Para transportar esta quantidade por rodovia seria preciso outra estrutura”.

Foi no trecho da BR-163 entre Sinop e Miritituba que milhares de caminhões e carretas ficaram atolados na última semana, ocasionando prejuízos milionários para o setor agropecuário. O trecho mais crítico da rodovia (cerca de 150 quilômetros), entre o distrito de Caracol e Miritituba, foi liberado somente, ontem, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A ferrovia está na carteira do Programa de Parcerias de Investimento (PPI), mas é uma iniciativa das próprias tradings. Elas elaboraram o projeto e o apresentaram ao governo em 2014, informando estarem dispostas a investir em sua construção. São sócias nesse projeto: Amaggi, ADM, Bunge, Cargill, Dreyfus e a EDLP. A estimativa é que a linha custará R$ 12,6 bilhões. Apesar disso, não há certeza que as companhias serão responsáveis por implantar a ferrovia.

Paralelamente, o governo também deve lançar, ainda sem data definida, a concessão da BR-163, também a partir de Sinop em direção aos portos do Pará. Cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que, com a conclusão da obra, a economia chegará a R$ 1,4 bilhão por ano. Isso porque a rodovia consolidará o uso dos portos do Norte para a exportação de grãos. Saindo de lá, uma viagem de navio fica de três a cinco dias mais curta do que as que se iniciam nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).

Fonte: Só Notícias/Agronotícias (foto: divulgação/arquivo)
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