Idosa de 83 anos supera desafios e escala serra no Pará em companhia dos bisnetos

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Dionísia Rocha percorreu a trilha de 2 km e subiu o morro íngreme de 110 metros em Alter do Chão, em Santarém. Ela fez a caminhada com quase 150 pessoas.
Equipada com chinelos, um boné e uma bolsinha de couro, uma senhora de 83 anos superou os obstáculos impostos pela idade e deixou um grupo de quase 150 pessoas surpreso ao escalar a Serra Pira-Oca, na praia de Alter do Chão, em Santarém, no oeste do Pará. A praia já foi eleita como o caribe brasileiro de água doce e é o maior aquífero de água doce do planeta.

Dionísia da Rocha mostrou que devagar se vai longe. Aventureira e a convite de bisnetos, ela aceitou fazer uma trilha ecológica no domingo (29). A idosa não hesitou ou poupou energia ao percorrer na tarde ensolarada cerca de dois quilômetros em um caminho dentro da mata e escalar 110 metros até o cume.

Dionísia já havia ido à Alter do Chão três vezes e sempre via da orla da vila balneária a imponência do morro. Mas sem companhias, ela chegou a pensar que nunca veria o caribe brasileiro de ângulo tão privilegiado.
Junto com o grupo, a idosa iniciou a trilha por volta das 16h e chegou ao topo da serra quase às 17h. Para a surpresa de muitos, inclusive amigos e familiares, Dionísia ainda escalou o cruzeiro. “Eu subi lá em cima, e se fosse mais alto eu tinha ido”, ressaltou.

Sem problemas de saúde, a aventureira atribui o condicionamento físico ao trabalho braçal que fazia quando mais jovem. “Eu não senti nenhuma dorzinha na perna enquanto eu subia. O menino queria me segurar e eu disse que não precisava e que iria me atrapalhar. Eu também não parei para descansar”, ressaltou.

A trilha

A famosa trilha é um dos pontos em Alter do Chão que pode ser visitado em qualquer época do ano, seja no inverno, quando os lagos e o rio ficam cheios, ou no verão, quando é possível ver as faixas de areia branca a perder de vista.
A visão de cima do morro é privilegiada. A maioria dos turistas sobe até o cume para observar a Ilha do Amor e Praia do Cajueiro, além da grandeza das águas esverdeadas do Rio Tapajós.

O percurso é de pouco mais de dois quilômetros, mas para chegar até a entrada da trilha é preciso pagar lanchas e fazer a travessia do rio. No verão a travessia pode ser feita andando.

O tempo médio de caminhada é de uma hora, que pode ser acompanhada por guias da própria vila balneária. Os guias orientam que o percurso deve ser feito durante o dia e em grupos, com equipamentos que garantam a segurança de todos, como uso de tênis, roupas leves e água para hidratação.

A equipe que acompanhou o grupo de dona Dionísia era composta por professores de educação física que prepararam os caminhantes, policiais militares e um fotógrafo.

Para quem faz a trilha pela primeira vez e não está acostumado a fazer caminhadas na floresta, encontrar dificuldades durante a subida íngreme, lisa e com bastante pedra é uma certeza. Entretanto, é recompensável a vista do alto da serra.

‘Exemplo’

Os bisnetos de Dionísia ficaram orgulhosos com a conquista da bisavó. Para eles, ela é um exemplo que deve ser seguido se as pessoas quiserem chegar à melhor idade com o condicionamento físico da idosa. “Eu que já conheço muito bem, para idade dela está de parabéns. É um exemplo, é o nosso orgulho”, disse o Luiz Gabriel Rocha. “O preparo dela é melhor de que muita gente por aí”, completou o bisneto Diego Rocha.
A coordenação da trilha ficou surpresa quando viu que a idosa tinha completado o percurso.

“Eu tomei um espanto quando a vi aqui em cima. Eu já tinha visto ela na praça [concentração], achei que ela estava apenas acompanhando alguém e que ficaria sentada por lá, mas de repente ela estava aqui em cima e quero saber como ela conseguiu isso”, ainda incrédulo, contou o jornalista Fábio Barbosa.

Aos mais jovens, a idosa dá o recado para que a saúde esteja sempre 100%.

“Se a pessoa tem disposição ela vai longe. O pessoal mais jovem dorme até tarde e isso prejudica. Eu fui acostumada no trabalho, tenho a saúde de ferro. Nada impede quando a gente tem determinação”, disse Dionísia.
Divulgação turística
A iniciativa de fazer a caminhada ecológica “Caminhos da Floresta” surgiu de uma dupla de jornalistas que querem divulgar o potencial turístico da região oeste do Pará através de pequenas ações com mobilização em redes sociais.
Uma das coisas que os jornalistas observaram é que os próprios moradores muitas vezes não conhecem os pontos turísticos e por isso não os difundem. O lixo produzido durante a caminhada foi recolhido e descartado em local adequado.

Dionísia com os bisnetos e amigos no cume da Serra em Alter do Chão (Foto: Felipe Borges/Arquivo Pessoal)
Dionísia com os bisnetos e amigos no cume da Serra em Alter do Chão (Foto: Felipe Borges/Arquivo Pessoal)
Dionísia durante a caminhada ecológica que ocorreu na trilha de acesso à Serra em Alter do Chão, no Pará (Foto: Felipe Borges/Arquivo Pessoal)
Dionísia durante a caminhada ecológica que ocorreu na trilha de acesso à Serra em Alter do Chão, no Pará (Foto: Felipe Borges/Arquivo Pessoal)
Serra em Alter do Chão é um dos pontos turísticos mais conhecidos na vila balneária (Foto: Felipe Borges/Arquivo Pessoal)
Serra em Alter do Chão é um dos pontos turísticos mais conhecidos na vila balneária (Foto: Felipe Borges/Arquivo Pessoal)
Grupo que subiu a Serra Pira-Oca durante momento descontraído (Foto: Felipe Borges/Arquivo Pessoal)
Grupo que subiu a Serra Pira-Oca durante momento descontraído (Foto: Felipe Borges/Arquivo Pessoal)

 

Por Geovane Brito, G1 Santarém, Pará
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