Indústria no Pará investe em boas ideias para reduzir custos

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Uma iniciativa, quando amparada e bem empregada, pode gerar resultados surpreendentes

“O colaborador viu o desperdício e desenvolveu um mecanismo. Deu tão certo que patenteamos a inovação e somos a única empresa a utilizar essa nova tecnologia. O que era desperdício virou procedimento”. Assim, Marcelo Oliveira, gerente de produções de cabos de alumínio da Alubar Metais e Cabos, atestou o quando uma gestão focada na inovação, incentivando novas ideias, pode contribuir para a competitividade de mercado quando os custos na produção são reduzidos. A empresa no estado do Pará, localizada no município de Barcarena, está reduzindo em cerca de 10% esses custos, ou seja, diretamente está aumentando as chances de bons negócios.

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Líder de mercado na produção de cabos elétricos de alumínio na América Latina, a Alubar tem garantido vencer a concorrência pelo valor praticado. Na  cadeia produtiva do alumínio, minério de ampla utilização no cotidiano, faz com que a empresa, que produz vergalhões, ligas e cabos de alumínio nus e isolados, utilizados em linhas de transmissão e redes de distribuição de energia elétrica, para grandes concessionárias de todo o Brasil, e cabos de cobre de baixa e média tensão, mecanismo para que a energia chegue aos domicílios e comércios, se torne mais competitiva.

E como é possível praticar um preço mais atrativo e conquistar mercados? A resposta pode estar na redução dos custos de produção. Dados de 2016 afirmam que receita líquida da fábrica foi de R$ 609 milhões, um aumento de 63% em relação ao ano anterior. O lucro liquido, neste mesmo período, foi de R$ 40 milhões (aumentou 14% em relação a 2015). Parte disto atribui-se a reutilização de materiais na própria produção. Ou seja, o que iria para o lixo ou entregue para descarte adequado é reaproveitado. Ganha a empresa, ganha meio ambiente e ganha a sociedade. Atualmente a redução dos custos está chegando aos 10%.
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Ainda segundo Marcelo Oliveira, a peça chave na redução desses custos, cruciais neste e em qualquer mercado, está nas mãos daqueles que realizam o trabalho. “É do chão de fábrica que vem a revitalização de materiais e também a revelação de muitos talentos. Assim, a gestão tem focado no incentivo da geração de ideias. Com este leque aberto, inovações estão sempre surgindo”. O gerente explica que foi um colaborador pensando em reduzir as perdas durante um processo de engraxamento dos cabos de alumínio utilizados em regiões salinizadas como protetor que veio a solução. “A sugestão dada por ele foi empregada, desenvolvemos um equipamento há três anos e patenteamos o Dispositivo de Aplicação Pneumática para Condutores Elétricos. Acabou nosso desperdício com a graxa, que é cara, através de uma simples ideia”, afirmou o gestor da área.

Com o incentivo da empresa na empregabilidade de ideias focando na inovação, foi o que despertou em Tiago Oliveira, operador de produção, artista de trabalhos manuais desde a adolescência, a produzir quadros em tela pintados por ele utilizando sobras de alumínio, do minério já beneficiado.

Já Rafael Oliveira, auxiliar de produção, colaborador há seis anos, viu nos restos da produção, o que seria descartado no lixo, fonte de inspiração. Atualmente ele produz objetos artísticos partindo de madeira restante dos carretéis (grandes bobinas que servem para enrolar os cabos), sucatas, pedaços de cinta plástica – que serve para o fechamento das embalagens – e até pauzinhos de picolé, material residual da área do refeitório da empresa na confecção de peças. Ele faz miniaturas de empilhadeiras, veículo dele de trabalho. Já fez violão, caminhão, careta, entre outros objetos. “Só não acho justo cobrar pela minha arte, sei que tem valor, mas o material todo era lixo. Já me sinto valorizado. A empresa separou até um espaço para ser minha oficina de criação. Assim, prefiro presentear meus colegas”, revelou.

Para Raimundo Nonato Oliveira, gerente do controle da qualidade e meio ambiente é surpreendente quando boas ideias geram frutos, seja pelos resíduos aproveitados pelos empregados ou destino adequado de resíduos não aplicáveis na indústria. A exemplo, no processo produtivo dos cabos de alumínio é descartada uma borra, mesmo que ainda rica em alumínio, um passivo ambiental perigoso. Desta forma cabe o descarte responsável. A Alubar produz 30 toneladas deste material por mês e antes pagava para um fornecedor dar um fim correto ao resíduo, e ainda tinha custos com o transporte. Atualmente, encontraram formas de vender a borra e ainda lucrar R$120 mil, anualmente. “Seja com este resíduo ou outros materiais, é nossa responsabilidade social a melhoria contínua. Apostamos tanto em pessoal quanto na reutilização de resíduos para êxito nas nossas atividades”, finaliza.

“O ano de 2016 foi marcado pela segunda maior crise do país, de acordo com dados do IBGE. Foi um período de grandes desafios para empresas que atuam no mercado brasileiro ou mesmo mundial. Para a Alubar foi um momento de se reinventar e aguçar, de forma mais precisa, as características que são peculiares ao seu modelo e cultura de trabalho: capacidade de inovação, liderança e espírito de equipe. Não é à toa que nos consolidamos no mercado como a maior produtora de cabos elétricos de alumínio na América Latina”, afirmou Maurício Gouvea, Diretor Executivo da Alubar Metais e Cabos, no relatório da empresa do ano passado.

Fonte: ORMNews.
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