Jader julgará desonestos

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Com vasto currículo de escândalos de corrupção, senador passa a integrar o conselho de ética

O plenário do Senado aprovou ontem os nomes dos parlamentares que vão compor o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar nos próximos dois anos. A eleição dos membros é necessária para a instalação do colegiado, responsável por julgar casos de falta de decoro parlamentar. Criado em 1993, o conselho é responsável, por exemplo, por receber e analisar representações e denúncias contra senadores.

Diante de tanta importância e responsabilidade causa estranheza a indicação para o conselho, mesmo que seja como suplente, do senador Jader Barbalho (PMDB-PA), um político que dispensa apresentações pelo currículo de escândalos de corrupção e vários inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, o parlamentar surge como um dos principais nomes para passar, em breve, pelo crivo do próprio Conselho de Ética. Ele já foi citado mais de 20 vezes nas delações premiadas da Operação Lava Jato, com estimativa de já ter recebido, segundo os depoimentos até o momento, mais de R$ 35 milhões em propina.

CORRUPÇÃO

Na mais recente acusação, o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, disse que Jader recebeu o repasse de uma conta criada a partir das tratativas com o ex-ministro Guido Mantega para que fossem levados à coligação do PT em 2014. O repasse foi de R$ 8,98 milhões, sendo R$ 6 milhões para comprar o apoio dele à reeleição de Dilma Rousseff e R$ 2,98 milhões para a campanha ao governo do Pará do seu filho, o ministro Helder Barbalho – também mencionado em acusações de recebimento de propina, inclusive com um inquérito já aberto no STF.

Jader também foi citado nas investigações que envolvem no esquema criminoso de corrupção e lavagem de dinheiro da Odebrecht. Em março de 2016, a Polícia Federal revelou uma lista encontrada na casa do presidente da Oderbrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Júnior, que seria uma contabilidade paralela da empreiteira. Conforme essa planilha, Jader teria recebido dois pagamentos em 2010, totalizando quase meio milhão de reais.

O mesmo delator detalhou no início deste ano o pagamento de R$ 12,7 milhões para políticos defenderem privatizações e parcerias público-privadas na área de infraestrutura. De acordo com essa lista, Jader surge como segundo maior beneficiado, com R$ 1 milhão em repasses via caixa 2.

Na semana passada, os delatores da Lava Jato nas investigações do “Petrolão”, o ex-diretor da Petrobras Nestor Ceveró, e o lobista Fernando Baiano reafirmaram o repasse de propina de US$ 4 milhões a Jader e a outros políticos do PMDB. Jorge e Bruno Luz, pai e filho, foram apontados como operadores financeiros.

PROPINA

Na colaboração premiada, Cerveró contou que Jader chegou a promover jantares em sua casa para tratar de pagamento e festejar acordo. Outro personagem de peso das investigações da Lava Jato, que afundou ainda mais o nome de Jader, foi o ex-senador cearense Sérgio Machado (PMDB). Machado revelou, na sua delação, que Jader foi um dos agraciados, junto a Renan, Sarney, Jucá e Lobão, de R$ 70 milhões em propina, que ele mesmo amealhou quando presidente da Transpetro.

Jader também foi citado, em um dos primeiros depoimentos de delação premiada de Ceveró. Segundo ele, do pagamento de propina de US$ 15 milhões referente à negociação da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, ao menos US$ 2 milhões foram para Jader e de Renan.

Fonte: ORMNews.
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