JBS comprou gado de fazendas ilegais no Pará

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(Foto: Repórter Brasil) )-A JBS, empresa investigada em operações da Polícia Federal, comprou gado de fazendas que foram flagradas com trabalho escravo contemporâneo e desmatamento ilegal no Pará. A revelação foi feita por investigação da ONG Repórter Brasil em parceria com o jornal britânico “The Guardian”.

A empresa se defende e diz ter parado de comprar dos fornecedores assim que as informações vieram a público. O caso de trabalho escravo entre fornecedores paraenses foi flagrado em fazenda de gado fiscalizada pela operação “Rios Voadores” em 2015.

O Ibama, Ministério Público Federal e Polícia Federal, encontrou trabalhadores dormindo em barracos sem paredes, portas ou qualquer proteção contra insetos ou cobras.

No local, a água para beber era retirada do mesmo rio onde os bois bebiam e defecavam, não havia geladeira ou condições mínimas de higiene para manter a comida.

O quadro foi caracterizado como trabalho análogo ao de escravo na denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF), na qual consta ainda a existência da escravidão por dívida. Os custos da alimentação e dos poucos equipamentos de proteção disponíveis eram descontados do salário.

A denúncia aponta que a exploração do trabalho escravo ocorreu na fazenda Curuá, em Altamira, propriedade de Antônio José Junqueira Vilela Filho e sua família.

Os documentos do inquérito apontam que a empresa comprou em torno de R$ 5,9 milhões em bois, vacas e novilhos das fazendas de Antônio Junqueira entre os anos de 2013 e 2014.

A investigação sobre a responsabilidade da JBS na relação comercial com os criminosos ainda não foi concluída.

Em resposta, a JBS declarou que a fazenda Curuá nunca entrou na lista suja do trabalho escravo, cadastro com o nome dos empregadores flagrados pela prática. “A JBS não compra gado de fazendas que tenham qualquer associação com o trabalho escravo, de acordo com a lista divulgada pelo governo brasileiro”, disse.

Antônio Carlos de Mello Rosa, coordenador do grupo de combate ao trabalho escravo da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, criticou a postura da empresa, que ancora toda a sua responsabilidade à consulta da lista divulgada pelo governo.

Ele argumenta que as empresas precisam desenvolver os seus próprios mecanismos para monitorar os seus fornecedores. “Todos os setores econômicos têm que fazer sua própria regulação, além de usar a lista suja, para checar se há trabalho escravo entre seus fornecedores”, afirmou.

Além do trabalho escravo, a operação revelou que “Jotinha”, apelido de Antônio Junqueira, operava na região o maior esquema de desmatamento ilegal associado a grilagem de terras da história da Amazônia.

(Com informações do UOL)
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