João Santana diz a Moro que nunca foi ao sítio de Atibaia e que não sabia de detalhes sobre a propriedade

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João Santana e a mulher Mônica Moura prestaram depoimento como testemunhas de acusação no processo sobre o sítio em Atibaia (Foto: GloboNews)

João Santana, a mulher dele, Mônica Moura, e o ex-gerente da área Internacional da Petrobras, Eduardo Musa prestaram depoimento nesta segunda-feira (5).

O ex-marqueteiro do PT João Santana, que prestou depoimento como testemunha de acusação no processo sobre o sítio de Atibaia, disse ao juiz Sérgio Moro que nunca foi ao sítio e que não sabia de detalhes sobre a propriedade.

“Inclusive, quando se referia nesse período ao sítio do presidente eu imaginava que fosse um sítio que eu tinha conhecido há muitos anos atrás, que era um sítio que ele tinha perto de uma represa em São Paulo”, argumentou Santana.

Este processo é o terceiro relacionado à Operação Lava Jato, que está em tramitação em Curitiba, envolvendo o ex-presidente Lula.

A acusação trata do pagamento de propina de pelo menos R$ 128 milhões pela Odebrecht e de outros R$ 27 milhões por parte da OAS em troca de contratos com a Petrobras. Conforme a denúncia, Lula foi beneficiado com parte desse dinheiro, por meio de obras realizadas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia.

As obras, conforme a denúncia, serviram para adequar o imóvel às necessidades de Lula. Segundo o MPF, a Odebrecht e a OAS custearam R$ 850 mil em reformas na propriedade.

Eduardo Musa, ex-gerente da área Internacional da Petrobras, também prestou depoimento no processo e afirmou que não tem nenhuma informação sobre a reforma no sítio de Atibaia. “Não conheço o assunto”, afirmou.

Monica Moura fala sobre doações não contabilizadas
A mulher e sócia de João Santana, Mônica Moura, também prestou depoimento como testemunha de acusação e disse que recebeu pagamentos não contabilizados, do Partido dos Trabalhadores e também de outros partidos, em várias campanhas políticas. “Não existe campanha política no Brasil sem dinheiro não contabilizado”.

Os repasses eram feitos de duas maneiras: em dinheiro vivo e em depósitos no exterior, segundo ela.

Disse que recebeu valores de caixa dois da Odebrecht em 2006, para a reeleição de Lula, e em 2010, para a eleição de Dilma. Ela negociava os pagamentos com Antônio Palocci e com João Vaccari Neto.
Mônica Moura afirmou também que ela e João fizeram o marketing político em campanha para a presidência de El Salvador, porque “O PT tinha interesse, não só em El Salvador como em vários países da América Latina, que a esquerda ganhasse as eleições”. A campanha, diz ela, foi financiada pelo partido salvadorenho (doações legais) e pela Odebrecht (caixa dois), com intermédio de Palocci.

Mônica também disse que a campanha de reeleição de Lula custou R$ 18 milhões mais ou menos 8 em doações oficiais e R$ 10 milhões em caixa dois.

Afirmou que só teve “contato social” com Lula e que nunca falou de dinheiro com o ex-presidente ou esteve presente “nas reuniões de cúpula, de decisões políticas e estratégicas”.

Mônica também disse que a campanha de reeleição de Lula custou R$ 18 milhões mais ou menos 8 em doações oficiais e R$ 10 milhões em caixa dois. Segundo João Santana, esses valores eram aproximadamente de 20% a 30% do valor oficial da campanha.

A mulher de João Santana também disse que só teve “contato social” com Lula e que nunca falou de dinheiro com o ex-presidente ou esteve presente “nas reuniões de cúpula, de decisões políticas e estratégicas”.

O que diz a defesa de Lula
O advogado de Lula, Cristano Zanin Martins, reafirmou que o sítio não é do ex-presidente Lula. Na avaliação dele, os depoimentos desta segunda-feira não serviram para reforçar a acusação.

O advogado disse também que não há nenhuma prova contra Lula. “O fato é que não se atribui a propriedade ao ex-presidente Lula e isso está muito claro na própria denúncia. Não há nenhum elemento, nada, que possa mudar esta situação”, afirmou o advogado.

Segundo Zanini, aquilo que consta na denúncia não é verdadeiro. “A acusação não tem a menor procedência”.
Por Adriana Justi, Erick Gimenes e Bibiana Dionísio, Do G1 PR, Curitiba
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