Jovem toma pílula do dia seguinte e tem gravidez ectópica. Entenda!

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Gigi tem 33 anos, é formada em Letras pelas USP, trabalha como Experience Analyst e mora em São Paulo. Em meados de 2015, em meio às despedidas da Irlanda (onde morou por quatro anos), ela transou sem camisinha com um rapaz e fez o que habitualmente fazia nessas ocasiões: tomou a pílula do dia seguinte. Mas… a pílula não só não evitou a gravidez como resultou em uma gravidez ectópica (em que a gestação ocorre nas trompas), conta Gigi. Ela precisou se submeter a uma cirurgia, perdeu uma das trompas e o bebê.
“Cada dia que passava, eu sentia que estava mais perto da morte”, disse em texto viral no Medium (já visto por mais de meio milhão de pessoas). Em entrevista à Glamour, Gigi fala sobre o drama vivido, gravidez e sexo. “Eu jamais em hipótese alguma teria tomado a pílula do dia seguinte se soubesse deste risco”, alerta.
A história começa no meio de 2015, na Irlanda. Após quatro anos trabalhando e estudando no país (“fiz de tudo: cleaner, garçonete, cleaner der asilo de freira, bartender, stripper” e “estudei muito: fiz cursos de roteiro e neurosciência”) Gigi decidiu se despedir da temporada europeia curtindo os últimos dias e, numa dessas, teve relações sexuais sem proteção com um estrangeiro. “Eu não queria transar sem proteção. Mas né… o cara queria, e sem proteção foi. No dia seguinte, obviamente eu tomaria a pílula do dia seguinte”, conta.
Mas desde o início ela sentiu que havia algo errado: “Conheço meu corpo: naquele mesmo dia senti que algo estava diferente dentro de mim. Mas só viria a saber mesmo o que era umas duas semanas depois quando, faltando 5 dias pro meu voo de volta pro Brasil, fiz um teste, e quase nem conseguia segurar ao ver o resultado: A pílula não tinha funcionado”, disse.
Gigi decidiu ter o filho, mas ainda não estava certa de que estava tudo bem com seu corpo. “Acho que toda mulher que conhece seu corpo sabe exatamente quando tem algo errado”, falou.
“Quando desci do avião no Brasil, senti uma dor muito forte do lado esquerdo do ventre além de sangramentos, que me fizeram achar que eu tinha abortado. Entao fomos a um médico de emergência na época, fizemos testes, e depois de um tempo outros testes, e eu ainda estava grávida”, contou.
Gigi conta que jamais podia imaginar que sua gravidez era de risco porque “nunca tinha ouvido sequer falar em gravidez ectópica” e poque não havia sido alertada sobre esse risco após o uso do remédio. “Na Irlanda, quando voce vai comprar pílula do dia seguinte na farmácia, eles levam você pra uma salinha onde fazem uma pequena entrevista, e te advertem de que a pílula não é o  melhor método pra evitar uma gravidez e que não evita doenças. Isso eu sei. Mas eles não te falam que você pode ter uma gravidez ectópica e realmente acabar com a sua vida”, alerta.
A notícia veio no primeiro ultrassom: “No dia do primeira ultrassom, enquanto ouvíamos os batimentos cardíacos do bebê e minha irmã e mãe choravam de emoção, veio a notícia: a médica olhou com aquela cara estranha, e eu senti ali que tinha um problema. Ela desligou o som dos batimentos cardíacos e disse “está fora do útero”. E eu “como põe pra dentro?”. Ela ficou sem graça de me dizer diretamente, dava pra ver no rosto dela: “você vai tomar um remedinho ou fazer uma cirurgia”. Ela não teve coragem de dizer. E eu entendi que o remedinho ou a cirurgia era pra por pra dentro do útero. Mas não era: era pra tirar, ou tirar perdendo trompa e tudo mais”, relata.
Gigi passou por uma cirurgia às pressas (“o procedimento foi tão de emergência que me colocaram na frente de outras cirurgias de emergência), perdeu uma das trompas e o bebê, mas ainda pode engravidar.
“Hoje estou curada, passou, tá tudo bem, e agora tive forças pra falar no assunto. Mas quantas amigas vão passar por isso e outras coisas piores até que a verdade sobre pílula do dia seguinte seja espalhada?”, denuncia.
“Eu jamais em hipótese alguma teria tomado a pílula do dia seguinte se soubesse deste risco. Eu não me importo de correr riscos mas quando corro riscos, eu o faço por saber os riscos que estou correndo, mas não foi assim com a pílula do dia seguinte. Eu sempre tomei a pílula do dia seguinte, sem nunca achar que poderia me causar este dano. Eu sabia que a pílula poderia não funcionar e eu poderia engravidar. Essa informação eles passam para a gente, e eu estava ok com este risco. Agora que eu poderia engravidar NAS TROMPAS e MORRER, ou com sorte, PERDER BEBE E TROMPAS, really??? Não, eu jamais teria tomado. Minha vida é muito importante pra mim”, expõe.
Gigi alerta também para as dificuldades que teve para descobrir o triste diagnóstico: “Nenhum médico tinha sequer me falado da possibilidade de ser ectópica mesmo ouvindo meus sintomas: dor do lado esquerdo e pequenos sangramentos, além dos resultados de Beta HCG que davam meio baixo. Parecia que esta gravidez não tinha o menor problema”.
A jovem conta que após a cirurgia passou por um processo difícil: “Não foi fácil. Todos pensam que vai ser rápido e let it go. São vários estágios, e, pra mim, um deles foi ficar traumatizada a respeito de homens”. Ela revela que agora o “medo de homem passou, pelo menos aquele mais evidente e dilacerante”, mas que ainda não conseguiu achar alguém interessante. “Você fica mais seletiva, porque só a gente sabe o que passou”, diz.
Mas Gigi não perdeu a esperança de amar. “Tenho vocação pra amar (aquelas de Peixes com ascendente em Câncer), mas quando isto acontecer, as regras são outras: posso ter um relacionamento com alguém, mas tô há 33 anos num relacionamento comigo mesma e hoje reconheco o quanto isto tem valor: sexo quando acontecer pra mim vai ser sem as consequências do dia seguinte que só afetam a mulher. Engraçado como para a mulher, depois do sexo, sobra o dia seguinte: se preocupar se engravidou, se preocupar com o método usado, se preocupar com os inchacos e o humor afetado por hormônios, se preocupar se o método falhou etc. A gente tem que pensar num outro meio, gente. A vida tem que ser mais prazerosa e segura”, alegra-se.
E defende: “Chega de carregar sozinha as consequencias químicas no corpo e na vida de um ato que devia ser responsavelmente praticado por dois.  Amor próprio em primeiro lugar. Enough is enough”.

G1

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