Júri condena ex-PM a 29 anos de reclusão por participar de chacina

Sessão aconteceu nesta terça-feira, 21, em Belém, e durou 14 horas.
Acusado foi sentenciado por assassinato de adolescente e milícia privada.

O Tribunal do Júri da 3ª Vara Criminal de Belém sentenciou na noite desta terça-feira (21) o ex-policial militar Otacílio José Queiroz Gonçalves a 29 anos de reclusão por milícia privada e pelo assassinato o adolescente Eduardo Galúcio Chaves, de 16 anos, uma das vítimas da série de assassinatos ocorrida em vários bairros da capital, em novembro de 2014, após a morte do cabo Antônio Figueiredo.

A sessão iniciou às 9h30 com o depoimento de Sérgio Pinho Chaves, pai do adolescente que foi interrogado pela acusação e em seguida pela defesa do réu. Houve momentos de tensão entre a promotoria e a defesa. Ele contou que o filho, que era estudante e trabalhava em uma feira livre da capital, havia ido deixar a namorada na casa dela, no bairro da Terra Firme, quando foi abordado por homens de capacete em duas motocicletas, que mandaram que a mulher corresse. Eduardo foi atingido por seis tiros.

Em seguida, a prima da vítima, que seria testemunha ocular do crime, falou à promotoria e respondeu as perguntas da defesa. Ela relatou detalhes do momento em que o primo foi espancado e depois atingido pelos tiros desferidos por homens em motocicletas.

O júri é presidido pela juíza Ângela Alves Tuma, da 3ª Vara Criminal de Belém, conta com a promotora Rosana Cordovil na acusação, que terá o auxílio de advogados assistentes, e com a participação dos advogados Omar Saré Nascimento e Antônio Tourão Pantoja na defesa do réu.

O ex-PM foi afastado da corporação por distúrbios mentais e é acusado de ser integrante da milícia “Irmãos de farda”, que atuaria em bairros da periferia de Belém.

A sessão terminou às 23h30, quando a juíza Ângela Alves Tuma leu a sentença do ex-policial militar Otacílio José Queiroz Gonçalves. O tribunal do júri o condenou a 22 anos de reclusão pelo assassinato de Eduardo Galúcio Chaves e mais 7 anos de reclusão por milícia privada.

A chacina
O cabo Antônio Figueiredo tinha 43 anos quando foi morto no bairro do Guamá, em Belém, no dia 4 de novembro de 2014. Na época do crime, ele estava afastado da corporação. Com a morte do policial, outras 10 pessoas foram assassinadas em cinco bairros de Belém durante a noite e madrugada do dia 5. A décima vítima foi Allesson Carvalho, de 37 anos. Ele foi baleado no bairro da Terra Firme durante a chacina e, apesar de ter sido hospitalizado, não resistiu e morreu no Hospital Metropolitano, em Ananindeua, no dia 6.

A polícia prendeu sete pessoas, quatro acusadas de participar da chacina, e as demais teriam envolvimento na morte do cabo da Polícia Militar, mas o inquérito corre em sigilo. A Promotoria de Justiça Militar indiciou 14 PMs por participação na chacina. A corporação abriu investigação contra nove policiais. Os processos também não foram concluídos.

Fonte: G1 PA.
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