Justiça condena delegado e policiais por extorsão e cárcere privado no Pará

Homem acusado de roubar celular foi detido e extorquido por policiais.
Juiz condenou delegado, investigador, sargento e uma mulher pelo crime.

A Justiça do Estado do Pará condenou um delegado e um investigador da Polícia Civil, além de um sargento da Polícia Militar e sua sobrinha, por crimes como sequestro e cárcere privado, extorsão, corrupção passiva e abuso de autoridade, após denúncia oferecida pela promotoria do Ministério Público do Pará (MPPA) no município de de Mãe do Rio, no nordeste do Pará.

Segundo a Denúncia do MPPA, um homem foi detido em março de 2016 após ser acusado de roubar o celular da sobrinha do sargento e foi mantido no alojamento da PM em Mãe do Rio, onde teve a liberdade oferecida em troca da quantia de R$ 3 mil. A mãe do suspeito ainda foi coagida a comprar um celular e entregar para o sargento.

O delegado Melquesedeque da Silva Ribeiro foi condenado a cumprir 18 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, o investigador Edcarlos de Jesus Ferreira foi condenado a 10 anos e 10 meses, o sargento da Polícia Militar Ednei Leal da Silva foi condenado a 9 anos e 10 meses e Janaína Barbosa de Sousa, sobrinha do sargento, foi condenada a 7 anos e 3 meses.

Segundo a Polícia Militar, o sargento irá responder processo na justiça comum e Conselho de Disciplina, aberto pela Corregedoria da PM. Ele pode ser punido disciplinarmente ou excluído da corporação. O G1 entrou em contato com a Polícia Civil, que ainda não se manifestou sobre o caso.

O caso
De acordo com a denúncia da promotora de Justiça de Mãe do Rio, Andressa Ávila Pinheiro, o objetivo da ação era beneficiar Janaína, vítima de um suposto assalto. Os policiais envolvidos não conseguiram identificar o autor do crime e atribuíram a Leonay Souza, que já possuia antecedentes criminais e era monitorado por meio de uma tornozeleira eletrônica. Janaína compactuou com a farsa reconhecendo Leonay, segundo a denúncia da promotoria.

A mãe de Leonay confirmou em depoimento que comprou e entregou para o sargento Ednei Silva um telefone celular que custou R$1.629,00 em um estabelecimento comercial da cidade. O próprio PM acompanhou-a até a loja onde efetuou a compra do celular. Câmeras de segurança do estabelecimento comprovam que o sargento acompanhou a compra do aparelho com a família de Leonay.

Monitoramento
A ação do MPPA inclui ainda informações do relatório de monitoramento eletrônico da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), onde consta que Leonay permaneceu de 13h28 as 17h09 em local distante de onde teria acontecido o roubo do celular no dia 23 de março de 2016. Leonay afirma que permaneceu trabalhando até às 20h na peixaria de propriedade de seu tio.

Além disso, o monitoramento comprovou a detenção de Leonay na delegacia. “O monitoramento eletrônico comprovou também que ele ficou ‘parado’ na rua que funciona a delegacia de Mãe do Rio. Assim, conclui-se, desta forma que Leonay ficou em cárcere privado durante o dia 28 de março de 2016, conforme relatou em seu depoimento”, detalhou a promotora de Justiça Andressa Ávila.

A promotora destaca ainda que solicitou os boletins de ocorrência registrados no dia 28 de março na delegacia de Mãe do Rio. “Em nenhum deles consta o nome de Leonay, como sendo o autor de nenhum crime, o que só reforça o crime de extorsão e cárcere privado, além do crime de abuso de autoridade cometido pelos denunciados”, reforçou a promotora Andressa Ávila.

Fonte: G1 PA.

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