Justiça decreta prisão de suspeito de matar professor e líder indígena em SC

image_pdfimage_print

O professor e líder comunitário indígena Marcondes Namblá, 36, morreu nesta terça (2) após ter sido espancado na noite de Ano-Novo em uma praia do município de Penha, no norte de Santa Catarina. A Justiça catarinenense decretou nesta quinta-feira (04) a prisão preventiva do suspeito de 22 anos, entretanto, ele ainda não foi detido até as 22h de hoje.

Marcondes foi encontrado já desacordado e foi levado a um hospital da cidade de Itajaí (SC), mas não resistiu aos ferimentos. O caso é investigado pela Polícia Civil de Balneário Piçarras, vizinha a Penha.

Câmeras de segurança de um estabelecimento próximo ao local do crime mostraram o indígena sendo espancado com um pedaço de madeira por um homem com um cachorro.

Casado e com cinco filhos, Namblá morava em José Boiteux, onde fica a comunidade indígena. Ele estava em Penha vendendo picolés, aproveitando o período de alta temporada no turismo local para fazer trabalho temporário.

PEDIDO DE JUSTIÇA

A morte de Namblá gerou revolta na comunidade onde ele atuava como juiz e professor e na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), onde se formou na primeira turma do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, entre 2011 e 2014.

A Regional Sul do Conselho Indigenista Missionário emitiu nota na qual expressa indignação pela morte do professor e aponta que o crime não é um caso isolado.

“Há urgência no combate às violências físicas, mas é igualmente urgente coibir aqueles que propagam o ódio, a intolerância e o desrespeito ao modo de ser dos indígenas. Há que se combater o crime de racismo constantemente veiculado pelas redes sociais, inclusive nos sites de notícias”.

“Marcondes tinha posicionamentos claros quanto ao lugar da escola na formação das crianças e jovens de sua terra indígena, tinha projetos ligados à revitalização da língua Laklãnõ-Xokleng e tinha a intenção de ter uma renda extra neste verão. Tinha tudo isso quando saiu na rua, foi abordado e brutalmente assassinado”, lamentou o Núcleo de Estudos de Povos Indígenas da UFSC em nota.

Como trabalho de conclusão de curso na UFSC, Namblá estudou a infância dos indígenas de sua comunidade e a prática dos banhos nos rios, afetados pela Barragem Norte, em José Boiteux. Construída em 1992 para prevenir as enchentes que castigam o Vale do Itajaí, a barragem atingiu terras ocupadas pela comunidade indígena Laklãnõ-Xokleng, da qual o pesquisador fazia parte.

(Fonte: Folha)
“Informação publicada é informação pública. Porém, para chegar até você, um grupo de pessoas trabalhou para isso. Seja ético. Copiou? Informe a fonte.”
Publicado por Jornal Folha do Progresso, Fone para contato 93 981177649 (Tim) WhatsApp:-93- 984046835 (Claro)   E-mail:folhadoprogresso@folhadoprogresso.com.br

%d blogueiros gostam disto: