Justiça devolve inquérito do caso dos brigadistas de Alter do Chão à polícia civil

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Justiça devolve inquérito do caso dos brigadistas de Alter do Chão à polícia civil Brigada Alter do Chão/Divulgação

A pedido do MPPA, Polícia Civil deve ouvir testemunhas listadas pela defesa e realizar novas diligências.

O volumoso inquérito que indiciou quatro integrantes da Brigada de Incêndio de Alter do Chão, por crime contra unidade de conservação e associação criminosa, deve ser devolvido pela 1ª Vara Criminal de Santarém, oeste do Pará, ainda nesta quarta-feira (22), à Polícia Civil.

O inquérito que estava sendo analisado pela Promotoria de Justiça de Santarém foi devolvido a 1ª Vara Criminal na segunda-feira (20), com pedido para novas diligências, como a coleta de depoimentos de testemunhas listadas pela defesa dos brigadistas.

O incêndio criminoso na APA Alter do Chão que foi alvo da investigação policial aconteceu nos dias 14 e 15 de setembro de 2019, atingindo uma área equivalente a 1.647 campos de futebol entre a área conhecida como Capadócia (que sofre pressão imobiliária, inclusive com registro de grilagem) até à comunidade Ponta de Pedras. A Polícia Civil começou a investigar o caso dias depois e no dia 26 de novembro, a prisão de quatro brigadistas foi decretada pelo juiz Alexandre Rizzi a pedido da polícia.

 

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Da esquerda para a direita: Marcelo Cwerver, Gustavo Fernandes, João Romano e Daniel Gutierrez, brigadistas de Alter do Chão — Foto: Divulgação

Daniel Gutierrez Govino, Marcelo Aron Cwerner, João Victor Pereira Romano e Gustavo de Jesus Almeida negaram envolvimento em incêndio criminoso na APA desde a chegada deles na seccional urbana de Polícia Civil. Foram levados ainda no dia 26 para o Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura, passaram por audiência de custódia na manhã do dia 27, em que o juiz manteve as prisões. E na tarde do dia 28 foram autorizados pelo mesmo juiz a deixar a casa penal mediante o cumprimento de medidas cautelares, entre elas, comparecer ao Fórum de Santarém mensalmente para justificar suas atividades.

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Brigadistas deixam a prisão em Santarém, Pará — Foto: Sílvia Vieira/G1

De acordo com a Promotoria de Justiça de Santarém o inquérito policial instaurado pela Delegacia Especializada de Conflitos Agrários (DECA-12ª RISP), foi enviado ao MPPA ainda em dezembro de 2019, mas só foi recebido em janeiro, após o retorno dos promotores do recesso institucional do fim de ano.

Os cinco promotores de Justiça designados para atuação conjunta no processo decidiram pela necessidade de novas diligências a serem cumpridas pela polícia, como apresentação de laudos periciais de celulares e computadores apreendidos, depoimentos de testemunhas listadas pela defesa e checagem da localização de testemunhas nos dias de incêndio na APA para confrontar com as informações prestadas que colocam os brigadistas como principais suspeitos.

São 13 os itens solicitados pelo MPPA e os promotores ressaltam que “as diligências são imprescindíveis ao oferecimento de denúncia”. O pedido reforça solicitação da defesa dos brigadistas feita por duas vezes antes da conclusão e remessa do inquérito à Justiça. A petição foi assinada pelos advogados Fernando Nóbrega da Cunha, Ana Carolina de Barros e Augusto Botelho Neto.

Em nota enviada ao G1, os advogados Augusto de Arruda Botelho e Fernando da Nóbrega Cunha dizem que diligências vão possibilitar o esclarecimento dos fatos e correção de falhas no inquérito. Confira nota na íntegra:

“O pedido do Ministério Público Estadual do Pará reabre caminho para o esclarecimento da verdade dos fatos em relação ao alegado envolvimento dos brigadistas voluntários nos incêndios em Alter do Chão. Precipitação e falhas do inquérito, indiciamento sem provas, necessidade de mais testemunhos e de inclusão do laudo da perícia conduzida pela Polícia Federal são problemas que agora poderão ser corrigidos pela Polícia Civil.”

Por Sílvia Vieira, G1 Santarém — PA

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