Líder indígena é preso pela PF durante protesto em Santarém, PA

Um líder indígena foi preso durante um protesto na sede da Casa de Saúde Indígena (Casai), no município de Santarém, no oeste do Pará nesta terça-feira (9). Segundo informações repassadas à equipe da TV Tapajós, o indígena Poró Borari foi preso pela Polícia Federal por estar à frente do movimento que estaria deixando em cárcere privado servidores da Casai. O grupo iniciou uma ocupação na sede do órgão por volta de 11h desta terça para reivindicar melhorias nos atendimentos de saúde a 13 etnias da região do Baixo Tapajós.
De acordo como advogado de defesa do indígena, Ib Sales, a prisão ocorreu por volta das 12h quando a Polícia Federal chegou ao local com o objetivo de cessar o movimento. “A alegação de cárcere privado não procede porque em nenhum momento os indígenas trancaram os acessos do prédio, impedindo a saída ou a entrada de quem quer que seja. Houve um excesso na ação policial e a criminalização de uma liderança individual, sendo a ocupação um ato coletivo”, argumentou.
O indígena e o representante da Casai foram encamihados a delegacia da PF para prestar esclarecimentos. Acompanham o caso a Funai, MPF e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção de Santarém.
A equipe de reportagem da TV Tapajós não teve acesso ao interior da delegacia e até o momento a Polícia Federal não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Melhorias no atendimento de saúde
Indígenas de 13 etnias da região do Baixo Tapajós, entre elas, Munduruku cara preta, Apiaká, Arapiuns, Borari e Tapajós ocuparam por volta de 11h a sede da Casa de Saúde Indígena (Casai) em Santarém. Para ter acesso ao prédio do órgão, eles serraram os cadeados. O objetivo da manifestação era ocupar o prédio até que as reivindicações de melhorias no atendimento fossem alcançadas.
De acordo com as lideranças indígenas, até o momento a Casai não efetivou o cadastro dos indígenas junto ao Sistema Único de Saúde, o que tem dificultado o acesso aos serviços.
Em entrevista à TV Tapajós, o coordenador da Casai em Santarém, Joaquim Martins informou que os recursos que chegam ao órgão são destinados para atendimentos das etnias Wai-Wai e Zo’é. “Não tem para o povo do Tapajós. A outra Casai só tem para o povo Munduruku. A gente informou ao Ministério Público, mas Brasília ainda não deu sinal para a gente poder atender eles. Infelizmente essa situação não depende da gente”.

Weldon LucianoDo G1 Santarém

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