Lula se compara a Mandela e diz que ‘agora’ quer ser candidato à Presidência

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A prisão de Nelson Mandela na África do Sul e a posterior ascensão dele à Presidência do país foram lembradas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reforçar o discurso de que é preciso lutar contra supostas arbitrariedades da Justiça no julgamento do caso do tríplex do Guarujá. Na tarde desta quarta-feira, 24, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou o recurso de Lula contra a condenação sofrida em primeira instância e ainda aumentou a pena do petista para 12 anos e 1 mês de prisão.
Lula discursou em ato no centro de SP © Foto: Alex SIlva/Estadão Lula discursou em ato no centro de SP

“Prenderam o Mandela, ele ficou preso por 27 anos, nem por isso a luta diminuiu. Ele voltou e foi eleito presidente”, disse Lula.

Para o ex-presidente, sua condenação faz parte de um projeto que vai “retirar a esperança do povo brasileiro”. “Tudo tende a piorar com a reforma da Previdência Social.”

Em tom beligerante, o ex-mandatário desafiou: “Podem prender o Lula, mas as ideias já estão na cabeça dos brasileiros. Agora, eles sabem que é gostoso comer bem, viajar de avião, comprar carro novo, ter uma casa com televisão”, declarou. “Pobres os que acham que prendendo o Lula acaba a luta. Eles não podem prender o sonho de liberdade, a esperança, e o Lula é apenas um homem de carne e osso.”

FOTOS: O julgamento do ex-presidente Lula em imagens
O julgamento do ex-presidente Lula em imagens O julgamento do ex-presidente Lula em imagens

Diante da possibilidade de ficar inelegível sob a Lei da Ficha Limpa, que impede candidaturas após condenações em segunda instância por decisões de colegiados, Lula reiterou que pretende entrar na disputa pela Presidência da República nas eleições gerais de outubro.

“Eu nem precisava voltar, já estava aprovado, mas agora percebo que eles estão fazendo isso para evitar que eu seja candidato”, afirmou.

“Esta provocação é de tal envergadura que me deu uma coceirinha. Agora, eu quero ser candidato à Presidência da República”, declarou o ex-mandatário, em ato realizado na Praça da República por movimentos populares e sindicais.

VEJA REPERCUSSÃO DA CONDENAÇÃO DE LULA NAS REDES SOCIAIS

A decisão do TRF-4, reclamou o ex-presidente, foi baseada em “mentiras”.

“Quero que peçam desculpas pela quantidade de mentiras sobre mim. Fui condenado por um apartamento que não é meu”, disse Lula, que voltou a desafiar membros do Ministério Público Federal e da Justiça a apresentar provas contra ele. “Se cometi um crime, me apresentem este crime que eu desisto da candidatura. Este processo está subordinado à grande mídia”, afirmou.

O ex-presidente comentou que não esperava outro resultado no julgamento do recurso que não a confirmação da condenação. “Nunca tive ilusão com a decisão do Tribunal. Houve um pacto para acabar com o PT, pois eles não suportavam a ascensão social”, argumentou Lula, citando políticas implementadas durante a gestão petista, como o Financiamento Estudantil (Fies), Minha Casa Minha Vida e a ampliação do acesso ao crédito por bancos públicos. Lula também citou a atuação diplomática de seu governo, com aumento das relações no Mercosul e com países africanos.

O continente africano, inclusive, é o destino de sua próxima viagem, afirmou Lula. “Amanhã (quinta-feira) à noite estou embarcando para a Etiópia para debater o combate à fome.”

Já no final do discurso, realizado na Praça da República, Lula convocou a militância e os movimentos sociais para ir até a Avenida Paulista e afirmou: “Eles que se preparem; partidos de esquerda terão a compreensão de que precisam se unir. Quero avisar a elite, esperem que vamos voltar, o País vai provar que o pobre não é o problema, é a solução.”

Estadão Caio Rinaldi e Eduardo Laguna
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