Mãe vê contradições sobre morte de jovem em passeio de lancha em Belém e cobra respostas: ‘não pode ficar impune’

Jovem desaparece durante passeio de lancha em Belém e é encontrada morta em rio. — Foto: Reprodução / TV Liberal

Estudante de medicina veterinária de 21 anos chegou a falar com a mãe Eliene, momentos antes do desaparecimento no rio Maguari. Enterro é nesta terça (14).

Familiares cobram respostas sobre a morte da jovem Yasmin Fontes Cavaleiro de Macêdo, de 21 anos, estudante de medicina veterinária que desapareceu durante um passeio de lancha no rio Maguari, em Belém, na noite do último domingo (12). “Era uma menina muito meiga, muito feliz, sempre quis viver muito bem”, afirma um familiar.

O advogado da família aponta contradições em depoimentos de quem estava na embarcação. O caso é investigado pela Delegacia de Polícia Fluvial e pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) .

A mãe de Yasmin, Eliene Cristina Fontes, afirma que há três versões do que teria acontecido, segundo pessoas que estavam na lancha.

“Me contaram primeiro que ela caiu, depois que estava na escada fazendo xixi e sumiu, por último que ela estava no meio do rio e quando procuraram não a encontraram mais”, afirma.

Advogado da família de jovem que caiu de lancha em Belém vê contradições em depoimentos

Advogado da família de jovem que caiu de lancha em Belém vê contradições em depoimentos

Ela diz também que a lancha estava com superlotação e que o piloto não tem habilitação.

“Sendo que a lancha tinha capacidade pra 8 pessoas e tinha mais de 13, já ouvi até informações que tinham 17. O dono que pilotava não tem habilitação e estavam todos bêbados, tudo isso”.

O g1 questionou as Polícia e Capitania dos Portos, mas não obteve resposta sobre a quantidade de pessoas na lancha e se elas usavam coletes.

O corpo de Yasmin foi encontrado no fim da tarde de segunda-feira (13), após horas de buscas feitas pelo Corpo de Bombeiros, com apoio do Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará (Graesp).

O velório durou desde a madrugada em uma capela na avenida Tavares Bastos, em Belém. O corpo saiu do local por volta das 9h para enterro, às 10h, em cemitério particular em Marituba, na região metropolitana de Belém.

Morte sem respostas

Yasmin Macêdo, de 21 anos, morreu em Belém durante passeio de lancha. — Foto: Reprodução / TV Liberal

Yasmin Macêdo publicou um vídeo nas redes sociais mostrando o pôr do sol momentos antes de desaparecer. Segundo a mãe , a jovem havia saído para almoçar. Por volta das 22h, a mãe recebeu mensagem da filha contando do passeio de lancha e que estava bem.

“Ela tinha dito que só vinha almoçar aqui e aí quando foi umas 21h eu procurei por ela. Às 22h ela mandou essa mensagem: ‘tô na lancha mas tá tudo bem, a gente já tá indo pra Marina’. Às 22h10 ela me mandou uma foto. E aí as pessoas já me ligaram era mais de 23h, quase 00h, para me avisar que ela sumiu”, relata a mãe.

O desaparecimento foi próximo a um flutuante usado como restaurante. O local fica distante cerca de 10 minutos da Marina, onde o barco fica ancorado, no bairro do Tenoné.

Flutuante onde jovem desapareceu fica a dez minutos de marina no bairro do Tenoné, em Belém. — Foto: Reprodução / TV Liberal
Flutuante onde jovem desapareceu fica a dez minutos de marina no bairro do Tenoné, em Belém. — Foto: Reprodução / TV Liberal

O advogado da marina não quis falar sobre quem estava pilotava nem sobre a capacidade da lancha.

“Toda documentação que solicitada pela Capitania dos Portos e pelos Bombeiros já foi entregue, e capitania solicitou também a retirada da embarcação da água, para que fosse feita análise”, afirma Rafael Aires, advogado.

Já o advogado da família, Afonso Silva, diz que as informações repassadas pela Polícia são iniciais, mas já apontam contradições sobre o que aconteceu na lancha.

“Existem algumas contradições que foram feitas justamente pelas pessoas que estavam presentes no local. Se ela não nadava, não sabia nadar, então por que ela se jogaria ou até mesmo tentaria ficar nadando?”, defende.

Para a família, fica a dor causada pela interrupção da vida da jovem. “A gente jamais imaginaria que algo acontecesse na flor da idade dela, que estava para se formar. Tá todo mundo muito triste, arrasadíssimos”, afirma a prima, Amanda Flor.

“(Ela era) Filha única, sobrinha única, neta única, com todo um planejamento, era uma estudante de medicina veterinária e estava terminando o curso”, afirma o tio, Erick Fontes.

Um exame necroscópico deve ser realizado para confirmar a causa da morte. O caso está sob segredo para não atrapalhar as investigações.

“Restou saber o que aconteceu e depois investigar esse caso, porque isso não pode ficar assim, não pode ficar impune”, diz a mãe Eliene.

Por g1 Pará — Belém
14/12/2021 09h50

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