Mais de mil detentos devem concluir o Ensino Fundamental e Médio no Pará

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Será realizado nos dias 19 e 20 de dezembro o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA). O principal objetivo do exame é garantir o diploma do ensino fundamental e/ou médio para jovens e adultos que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos na idade apropriada. O exame também se estende a pessoas privadas de liberdade.

No Pará, 1.485 internos custodiados pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (SUSIPE) estão inscritos. Das 46 casas penais, 43 possuem detentos que irão buscar a certificação.

No Centro de Recuperação Feminino (CRF) de Ananindeua, 44 internas são candidatas ao certificado do ensino fundamental e 23 ao médio. Para a detenta Paula Oliveira, prestar ao exame significa muito mais que ter em mãos um certificado, representa uma mudança de vida e a realização de um sonho.

“Lá fora, eu me matriculava na escola, mas depois não ia pra aula. Mas agora tudo é diferente. Desde quando cheguei aqui, há oito meses, percebi que não tinha nada para fazer, só ficar deitada, então isso me fez ter vontade de estudar. Ter o certificado do ensino médio é pra mim a realização de um sonho, e pra minha mãe que sempre me incentivou a estudar. Ser presa foi até bom nesse sentido porque me motivou a estudar e rever meus planos”, explicou Paula que tem o sonho de ser enfermeira.

Ao longo de todo o ano os internos permaneceram com as aulas regulares da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com a aproximação das provas do ENCCEJA, as aulas também serviram para tirar dúvidas sobre o exame e conhecer o cartão resposta, instrumento utilizado para preenchimento das respostas que para muitos até então era desconhecido.

A coordenadora de Educação Prisional da Susipe, Aline Mesquita, explica que este ano uma grande mobilização foi realizada a fim de atingir o maior número possível de certificação dos detentos. Isto tudo para elevar a escolarização dos encarcerados e facilitar o processo de ressocialização.

“Nós fizemos um amplo trabalho para atingir o número máximo de inscritos com a finalidade de aumentar o nível de escolaridade, e fazer com que ano que vem, os que conseguirem a aprovação do ensino médio possam também fazer o ENEM e cursarem uma universidade. Paralelo ao trabalho de incentivo procuramos familiarizar o interno com o tipo de prova, de como é um cartão resposta, além da preparação contínua. A nossa expectativa é a melhor possível, pois sabemos que quanto maior o nível de escolaridade do interno, maiores a chances de ressocialização”, afirmou.

No Centro de Recuperação de Capanema (CRRRCAP), localizado no nordeste do estado 18 internos irão fazer as provas. As aulas foram intensificadas e próximo ao exame, uma revisão final será realizada. Para Silvano de Souza, que busca alcançar o certificado do ensino médio, o estudo no cárcere é fundamental pra uma mudança de vida.

“Quando sair quero dar um futuro melhor pra mim e pra minha família que tá lá fora. Mas não posso esperar eu sair pra querer fazer alguma coisa, quando posso recomeçar tudo de novo estando aqui dentro. É uma forma de não ficar parado e esquecido no tempo”, disse.

No Pará, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) é a responsável pela elaboração, logística e aplicação das provas, que foram realizadas nos dias 21 e 22 de novembro.

Com o diploma em mãos ainda dentro da casa penal os internos poderão progredir o nível de conhecimento e de qualificação com cursos técnicos que são ofertados pelo Sistema S (conjunto de onze instituições de interesse de categorias profissionais, estabelecidas pela Constituição brasileira).

“A maioria das pessoas que procuram emprego precisam comprovar que elas têm o ensino fundamental e médio, até mesmo para elas buscarem profissionalização no Sesc (Serviço Social do Comércio), Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), por exemplo. Então, a certificação vem somar no trabalho desenvolvido dentro da unidade que é justamente da elevação educacional e da qualificação profissional”, finalizou a diretora do CRF de Ananindeua, Carmem Botelho.

Por: Portal ORM com informações da assessoria
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