Menina é internada em estado grave após comer mandioca acidentalmente
A criança retirou a raiz de um depósito acreditando tratar-se de macaxeira. Os três irmãos também consumiram, mas somente a internada teve maiores complicações.
Uma criança de sete anos de idade teve sérios problemas de saúde após comer mandioca brava. Ela está internada em estado grave desde o dia 14 de abril, no Hospital Municipal de Santarém (HMS), no oeste do Pará, e aguarda uma vaga no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA). A transferência deve ser feita somente quando houver disponibilidade de leito.
Segundo a mãe da criança, Joici Rocha, a menina e seus três irmãos comeram a mandioca por volta das 16h do dia 10 de abril, na comunidade Piraquara, região do Lago Grande, e durante a madrugada os filhos começaram a passar mal e a vomitar. A mãe chamou o enfermeiro da comunidade que recomendou que ela levasse as crianças para o hospital da cidade de Juruti, por ser mais próximo da comunidade. Todos os outros filhos melhoraram, mas a criança que está internada começou a desmaiar e ter convulsões.
Em Juruti, os médicos disseram que não havia tratamento para a criança lá e encaminharam a menina para o Hospital de Santarém.
A criança foi internada no HMS já no quarto dia após o envenenamento. Ela foi levada para a sala de reanimação em estado crítico de intoxicação. Segundo o HMS, o médico neurologista diagnosticou uma lesão cortical, o que significa que a criança terá sequelas neurológicas.
Ao G1, a mãe da criança disse que a filha não anda mais e nem fala. Sente muitas dores. “As dores não passam. Ela grita dia e noite e eu não sei o que fazer. Eles disseram que ela pode ficar com sequelas. Minha filha era tão saudável…”, contou em meio a lágrimas.
Em nota, o Hospital Municipal informou que uma fisioterapeuta tem realizado sessões para ajudar na musculatura do corpo e que hospital está dado todo atendimento devido para a criança, bem como as medicações necessárias. A mãe, no entanto, afirmou que a criança ainda não fez nenhuma sessão de fisioterapia e que o medicamento necessário para a melhora da filha não tem no hospital, e que ela conseguiu por meio de doação.
“Eu publiquei essa situação na internet, e graças a Deus as pessoas aqui são boas e me deram o remédio. Agora nós só estamos esperando o médico que vai aplicar”, contou.
Ingestão acidental
Segundo Joice, após um dia de trabalho na roça, ela levou as mandiocas para casa e lá fez a separação da mandioca mansa (macaxeira) e mandioca brava. A filha de sete anos pediu para fritar a macaxeira para ela e para os três irmãos, e Joice permitiu, mas não viu que a filha tinha retirado do depósito onde estavam as mandiocas bravas. Só tomou conhecimento depois que as crianças começaram a passar mal.
Mandioca Mansas vs Mandioca brava
Segundo o médico gastroenterologista, Carlos Martins, a mandioca brava contém cianeto de hidrogênio (HCN), uma toxina termolábil e volátil, por isso, quando consumida sem o devido preparo pode levar até à morte.
“Tanto a mandioca brava quanto na mandioca mansa, produzem a toxina, mas só que na macaxeira (mandioca mansa) a quantidade de toxina é menor. Por isso a macaxeira pode ser consumida após ser cozida, já a mandioca brava somente se for torrada, que é na fabricação da farinha ou, após passar por um período longo de cozimento”, explicou.
Ainda segundo o médico, as toxinas liberada pela raiz podem causar distúrbios gastrointestinais e neurológicos, como convulsões, dilatação da pupila e até coma.
Por G1 Santarém, PA
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