Mercúrio de garimpo ilegal contamina terra indígenas localizada entre os municípios de Trairão e Itaituba

Motivo é a ingestão frequente de peixes contaminados pelo elemento. Contaminação pode causar problemas neurológicos graves. – (Foto: Reprodução)

Índios da etnia munduruku que vivem no Médio Tapajós, no Pará, foram contaminados por mercúrio proveniente do garimpo na região. Estudo multicêntrico coordenado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz revelou a exposição crônica dos indígenas ao metilmercúrio.

O motivo é a ingestão frequente de peixes contaminados pelo elemento. A contaminação por mercúrio pode causar problemas neurológicos graves.

O objetivo da pesquisa entre habitantes de três aldeias da região era investigar o impacto na saúde e no ambiente causado pela atividade garimpeira.

O trabalho foi feito depois de uma denúncia de lideranças locais aos pesquisadores da Fiocruz. Pesquisadores trabalharam na terra indígena Sawré Muyubu, em fase de identificação e delimitação pela Funai. Localizada entre os municípios de Itaituba e Trairão, a terra é ocupada pelo povo munduruku.

“Resolvemos fazer esse trabalho depois de recebermos uma denúncia da Associação Indígena Pariri, que representa o povo munduruku do Médio Tapajós.

Nossa intenção era buscar evidências científicas para comprovar que o problema existe e está presente na Amazônia”, explicou o médico e pesquisador Paulo Cesar Basta, da ENSP/Fiocruz, coordenador do estudo. “De fato, reunimos evidências inequívocas dos efeitos deletérios da contaminação entre os habitantes das aldeias avaliadas.”

O Pará concentra as maiores reservas de ouro do País. Na região da bacia do Tapajós há uma confluência de terras indígenas e jazidas. Ali, há registros de atividade garimpeira desde a década de 50.

O mercúrio é amplamente utilizado na extração de ouro, para separar o metal precioso dos sedimentos durante a mineração. Depois que é liberado no ambiente, o metal contamina os peixes e entra na cadeia alimentar humana. O pescado é a principal fonte de proteína animal dos índios.

O maior problema, segundo o médico, é que os sintomas da contaminação por mercúrio são facilmente confundidos com os sinais de outras doenças. Assim, frequentemente, os profissionais de saúde têm dificuldades para identificá-los corretamente.

Além da análise do nível de exposição dos participantes ao mercúrio, o estudo incluiu avaliação neurológica, pediátrica, de polimorfismos genéticos, que revelaram porcentuais acima do padrão.

“Um porcentual alto de crianças (16%) apresentou alguma alteração neurológica como problemas de linguagem, alterações nas relações psicossociais, na motricidade ampla e na motricidade delicada”, contou Basta.

O grupo é formado também por pesquisadores do Imperial Colige de Londres, da Universidade Federal do Rio (UFRJ), da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e do WWF, entre outros. Recomenda-se a interrupção imediata do garimpo na região e a elaboração de um plano de manejo para a retirada de populações das áreas mais contaminadas.

Fonte: Terra /Ana Gamboa

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